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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

ENCAFÉ: SAFRA 2013 DO BRASIL FOI DE 52 MI DE SACAS - ASSOCAFÉ
 A safra brasileira de café em 2013 foi de 52 milhões de
sacas de 60 quilos, com um pequeno efeito da bienalidade - que alterna anos de
safras maiores com safras menores, já que a produção em 2012 deve ter ficado
em torno de 55 milhões de sacas. A opinião é do presidente da Associação
dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), João Lopes Araújo. Ele concedeu
entrevista exclusiva à Agência SAFRAS durante o 21o Encafé (Encontro Nacional
das Indústrias do Café), que ocorre de 16 a 20 de outubro no Guarujá,
litoral de São Paulo.
    A Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) apontou a safra 2013 do
Brasil em seu último levantamento em 47,5 milhões de sacas, contra 50,8
milhões de sacas em 2012. Para João Lopes, esses números estão fora da
realidade porque não batem com os dados de exportação e consumo. Por isso,
fora do Brasil o mercado não dá crédito a estimativa do governo brasileiro.
    A produção da Bahia em 2013 deve fechar em 2,0 milhões de sacas (1,1 a
1,2 milhão de sacas de arábica e 800 a 900 mil sacas de conillon). Para 2014,
João Lopes acredita numa produção de 2,5 milhões de sacas, com a produção
do conillon superando 1,0 milhão de sacas. A safra do ano que vem não será
maior na Bahia porque o arábica tem a produção já comprometida pela seca. Em
2015, a Bahia poderá alcançar produção de 3,0 a 3,5 milhões de sacas, com
o conillon atingindo 2,0 milhões.
    Esse crescimento na produção do conillon, segundo o dirigente da
Assocafé, é resultado do aumento do plantio. "Plantamos mais de 30 milhões
de mudas de conillon na Bahia nos últimos três anos", comentou.




ENCAFÉ: PRESIDENTE DA ASSOCAFÉ NÃO ACREDITA EM RECUPERAÇÃO NOS PREÇOS

Os preços do café no mercado internacional não devem se
recuperar nos próximos dois a três anos. A análise é do presidente da
Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), João Lopes Araújo.
Ele concedeu entrevista exclusiva à Agência SAFRAS durante o 21o Encafé
(Encontro Nacional das Indústrias do Café), que ocorre de 16 a 20 de outubro
no Guarujá, litoral de São Paulo. Para João Lopes, só houve situação pior
em 2002, quando o café estava em US$ 40 / 42 a saca.
    Além das questões de oferta e demanda, o cenário atual é também
reflexo da "incompetência na política do café", afirma João Lopes. Lembra
que o Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira) tinha R$ 3,1 bilhões
desde o ano passado. E com os produtores colhendo agora uma safra grande em
2013, mesmo em ciclo baixo produtivo dentro da bienalidade cafeeira, o governo
não liberou recursos em tempo adequado para a colheita. O resultado foi que os
cafeicultores colheram e tiveram de vender ao preço de mercado sem contar com
financiamentos de colheita.
    Agora, para João Lopes, o governo deveria entrar comprando café ao preço
mínimo, de R$ 307,00 a saca, via AGF (Aquisição do Governo Federal) ou por
outro meio. "O dinheiro das opções para os produtores só entra em março.
Mas é preciso um tratamento de choque no mercado agora", defende.
    Se não exercer agora o preço mínimo, as cotações seguirão
pressionadas, afirma o dirigente da Assocafé. Ele observa que o estoque de
passagem de 2013 para 2014 no Brasil será de 5 a 6 milhões de sacas. "Se o
governo tirar um pouco dessa sobra do mercado ajuda numa reação dos preços",
aponta. Sem isso, João Lopes aponta que não há forma do mercado
recuperar-se. "Existe uma sobra, mas não é tanto, então basta um pequeno
empurrão", sugere.
    "Não creio que Nova York caia mais que isso, mas não vai subir",
adverte. Ele afirma que os países produtores teriam de achar um jeito, junto à
Organização Internacional do Café (OIC), de ter um mecanismo para
referência aos preços internacionais diferente de NY. "Não tem nada a ver
com a oferta e demanda toda essa volatilidade dos preços de NY", critica.
    O dirigente da Assocafé afirmou ainda que em 2011 vendeu café despolpado
a R$ 520,00 a saca e hoje o preço é R$ 280,00. Mas, o preço no varejo não
caiu isso. "Com quem está todo esse lucro?", questiona.
    A participação cada vez maior do conillon (ou robusta) nos blends de
café, no Brasil e no mundo, é fator que preocupa, diz João Lopes. "Isso é
um tiro no pé que o industrial fez. Já há blends com mais robusta que
arábica. O resultado, que tenho dito, é que o café está perdendo o aroma e o
sabor", alerta, ressaltando que o robusta é importantíssimo para a Bahia e
para o Brasil, para os blends da indústria, mas não nas quantidades que estão
utilizando agora.



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