Encafé : Economista José Mendonça de Barros prevê sequências de preços baixos
Os preços internacionais do café deverão continuar baixos por um bom tempo. Essa é a estimativa do economista e consultor da MB Associados, José Roberto Mendonça de Barros, que foi palestrante no 21o Encafé (Encontro Nacional das Indústrias do Café), que ocorre de 16 a 20 de outubro no Guarujá, litoral de São Paulo.
Para os produtores, segundo Mendonça de Barros, o desafio é o controle de custos, porque o cenário de preços não é favorável. Citou o aumento na utilização do robusta pelas indústrias globalmente, participação maior que “veio para ficar”, segundo ele.
A oferta vai crescer no curto a médio prazo, aponta Mendonça de Barros.
Ele observa que a Colômbia está crescendo e que no Brasil os efeitos da bienalidade são bem menores agora, com a melhora na produtividade e tecnologia na lavoura.
“A tendência é de baixa, e muito mais no arábica que no robusta”, comentou, referindo-se ao fato de que o aumento do uso de robusta nos blends pode dar melhor sustentação aos preços, o que já está sendo visto no mercado há um bom tempo. Apesar desse cenário desfavorável, o economista não concorda com a ideia do governo refazer grandes estoques de café, porque isso no passado custou caro adiante para o setor. “Refazer estoques é uma solução perdedora já na saída”, afirmou. O produtor terá de gerenciar melhor os custos e aumentar a produtividade para enfrentar as baixas cotações.
No lado da indústria, com a matéria prima mais barata, esse quadro deve ser um estímulo para as empresas buscarem fazer produtos diferenciados e com mais qualidade.
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