Dólar fecha em alta, pressionado pelo cenário externo
Acompanhando o movimento de valorização no mercado externo, o dólar fechou em
alta de 0,74% em relação ao real a R$ 2,1870. A trajetória foi acentuada pela
expectativa de que o Banco Central não deve fazer a rolagem de todos os
contratos de swap cambial com vencimento previsto para 1 de novembro, que
somavam US$ 8,87 bilhões. O contrato futuro para novembro subia 0,68% para R$
2,193.
Hoje o BC vendeu todos os 20 mil contratos de swap ofertados, que totalizaram
US$ 986,8 milhões. Somando a operação de ontem, de quase um US$ 1 bilhão,
ainda restam US$ 6,895 bilhões em contratos de swap com vencimento previsto
para o início de novembro a serem rolados.
Os analistas acreditam que o BC não rolará integralmente o restante dos
contratos em função da expectativa da entrada de US$ 4 bilhões, referente à
parcela das empresas privadas no pagamento do bônus do leilão de Libra ao
Tesouro, que deve ser pago na assinatura do contrato daqui a um mês. Dessa
forma, o BC poderia anunciar hoje a rolagem de apenas US$ 2 bilhões e contar
com entrada para o leilão de Libra para neutralizar o efeito do restante. No
entanto, se o volume a ser anunciado hoje for muito menor que US$ 2 bilhões,
pode haver uma pressão de alta do dólar, levando a moeda a ultrapassar o
patamar de R$ 2,20, afirma Luiz Eduardo Portella, sócio e gestor da Modal Asset.
Para os analistas, o BC deve manter o programa de intervenção diária, uma vez
que o fluxo cambial ainda está negativo. Hoje o BC informou que o fluxo cambial
ficou negativo em US$ 140 milhões na semana passada, impactado pela saída
líquida de US$ 1,234 bilhão da conta financeira. No mês, o fluxo cambial está
negativo US$ 4,479 bilhões e, no ano, acumula déficit de US$ 4,3 bilhões. A
expectativa é de que as saídas da conta financeira se acentuem no fim do ano
com o aumento da remessa de lucros e dividendos para o exterior.
No exterior, as moedas emergentes caíam frente ao dólar, pressionadas
principalmente pela possibilidade de a China promover um aperto em sua política
monetária, receio intensificado hoje pela alta das taxas dos empréstimos de
curto prazo no país. O banco central chinês tem implementado medidas para
diminuir a liquidez no sistema bancário do país, em uma tentativa de conter o
crescimento desordenado do crédito.
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