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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Café se mantém sob pressão e volta a registrar perdas na ICE Futures

  Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US atingiram os menores níveis em mais de 55 meses em mais uma sessão caracterizada por liquidações de caráter especulativa. A posição dezembro chegou a operar abaixo do nível psicológico de 107,00 centavos de dólar por libra peso, sendo que nas mínimas, no entanto, foram observadas ligeiras aquisições de comerciais, o que ao menos fez com que as baixas tivessem pequena desaceleração.

O clima baixista verificado há um longo tempo na casa de comercialização norte-americana se mantém e nesta segunda-feira a predominância das ações foram de liquidações por parte de especuladores. Nos primeiros movimentos do dia, o dezembro chegou a flertar com algumas tentativas de ganhos, no entanto, o dezembro nem sequer chegou a se aproximar do nível psicológico de 110,00 centavos, abrindo, assim, espaço para novas liquidações. O cenário de disponibilidade continua sendo o fator chave para os vendedores. Acreditando em safras grandes de origens vitais, como Brasil, Vietnã e Colômbia, esses players projetam um quadro de muito café pronto a ser comercializado, sem dificuldades de aquisição. Diante disso, até medidas como o pacote de retirada de 3 milhões de sacas executado pelo governo brasileiro não tiveram impacto nos terminais.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve queda de 155 pontos, com 107,55 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 109,20 centavos e a mínima de 106,90 centavos, com o março registrando desvalorização de 165 pontos, com 110,65 centavos por libra, com a máxima em 112,40 centavos e a mínima em 110,05 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro teve queda de 60 dólares, com 1.499 dólares por tonelada, com o janeiro tendo desvalorização de 38 dólares, com 1.500 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por ações técnicas e, mais uma vez, os vendedores se mostraram mais ativos e o dezembro se consolidou abaixo do nível psicológico de 110,00 centavos. Os mercados externos tiveram um dia de tranquilidade, com as bolsas de valores nos Estados Unidos subindo ligeiramente e o dólar se mantendo estável em relação a uma cesta de moedas internacionais.

"Registramos algumas perdas mais efetivas e o dezembro chegou a flutuar abaixo dos 107,00 centavos. Estamos registrando retrações sucessivas, sem que os compradores demonstrem ao menos algum fôlego para contrabalançar esse cenário negativo. A tendência é caminharmos para romper novos níveis de baixa e não parece haver fatores impeditivos. O mercado é claramente sobrevendido e continua a liquidar. Por outro lado, o cenário de disponibilidade ampla ampara os baixistas", disse um trader. "O CFTC voltou a divulgar o Commitment of Traders, mas na última sexta informou apenas as posições do dia 01 de outubro, que nada adianta para quem precisa decidir o que fazer no mercado hoje. O órgão deve atualizar as informações em alguns dias. A queda do terminal trouxe uma boa participação dos comerciais, com as torrefadoras estendendo suas compras e as origens jogando a toalha e fixando vendas. Talvez este seja o sinal de que o fundo do poço não está tão longe, muito embora haja bastante café que ainda precisa ser vendido", indicou Rodrigo Corrêa da Costa, da Archer Consulting.

Uganda desenvolve uma campanha para aumentar a produção de café nas zonas de Lango e Acholi, de acordo com dados da Autoridade para o Desenvolvimento do Café de Uganda. Segundo essa entidade, a região vai ganhar um total de 100 milhões de mudas para serem distribuídas entre os produtores locais. Com isso, o país africano quer impulsionar suas exportações de café, passando das atuais 2 milhões de sacas para cerca de 4,5 milhões. As mudas serão ofertadas gratuitamente pela Autoridade e esse plano de expansão deverá ter seu início efetivo em 2014.

As exportações brasileiras no mês de outubro, até o dia 25, totalizaram 1.994.380 sacas de café, alta de 37,89% em relação às 1.446.344 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 825 sacas, indo para 2.726.574 sacas. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 109,20, 109,50, 109,90-110,00, 110,50, 111,00, 111,45-111,50, 111,85, 112,00, 112,50, 113,00, 113,35, 113,50, 114,00, 114,50 e 114,70 centavos de dólar, com o suporte em 106,90, 106,50, 106,00, 105,50, 105,10-105,00, 104,50, 104,00, 103,50, 103,00, 102,50, 102,00 e 101,50 centavos.




Londres mantém quedas e chega a operar abaixo dos US$ 1.500

  Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe mantiveram a tendência baixista na sessão desta segunda-feira, com o janeiro chegando a flutuar abaixo do nível psicológico de 1.500 dólares na segunda metade da sessão, que foi caracterizada majoritariamente por ações de vendas especulativas, amparadas em fatores técnicos e na perspectiva de uma disponibilidade ampla do grão.

De acordo com analistas internacionais, o pregão foi marcado pela prevalência de ações vendedoras. A mínima para a segunda posição bateu em 1.483 dólares, no entanto, nesse patamar foram verificadas algumas aquisições de comerciais, que, amparados em preços tão convidativos, aproveitam para fazer algum estoque. No entanto, o fechamento do dia se deu no lado negativo, com uma retração mais forte para o novembro, pressionado por rolagens remanescentes de posições.

"Temos a perspectiva de uma ampla safra vietnamita no mercado e temos ainda um remanescente considerável de café. Temos de lembrar que a manutenção de intervalos interessantes de preços há alguns meses, como os 2 mil ou 2,1 mil dólares, se deu pela limitação de muitas vendas. Esse café agora tem de ser escoado e isso reflete diretamente nos terminais, já que muitos compradores têm a opção de buscar também os arábicas que estão cotados em patamares mínimos e oferecem opções muito interessantes para os blends", disse um trader.

O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de novembro com uma movimentação de 2,84 mil lotes, com o janeiro tendo 9,72 mil lotes negociados. O spread entre as posições novembro e janeiro ficou em 1 dólar. No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição novembro teve queda de 60 dólares, com 1.499 dólares por tonelada, com o janeiro tendo desvalorização de 38 dólares, com 1.500 dólares por tonelada.



Preço baixo do café preocupa produtores do Espírito Santo

  Em uma propriedade no interior de Alto Rio Novo, noroeste do Espírito Santo, o produtor João Maforte colheu 200 sacas de café arábica este ano. A produção ficou dentro do esperado, o problema foi na hora de vender o café. “Se for fazer todo o investimento que a lavoura precisa em adubação e correção do solo, o custo sai por R$ 170, R$ 180, enquanto estamos vendendo por R$ 165, então estamos trabalhando no prejuízo”, diz.

O baixo preço do arábica também está contribuindo para derrubar o valor do café conilon. Muitos compradores estão preferindo investir em um arábica de baixa qualidade a comprar o conilon, já que a diferença de preço entre os dois está bem mais baixa que o normal . A saca de 60 quilos do café conilon, vendida a R$ 280 no início da colheita, agora é comercializada por R$ 182. Em São Gabriel da Palha, o agricultor Altair Ferreira colheu 3 mil sacas de conilon na última safra, 20% a mais do que no ano passado, mas por causa do preço baixo, ele não obteve os lucros esperados. Andando pela lavoura é possível observar que os pés de café estão carregados, com grãos muito bem formados, sinal de safra boa o ano que vem.

O problema é que com o preço da saca tão baixo, o produtor está sem dinheiro para investir na lavoura e sem os cuidados necessários, a próxima produção, pode ficar prejudicada. Por causa do preço baixo, o estoque de café na Cooperativa de São Gabriel da Palha é alto, são mais de 500 mil sacas. O presidente Antônio de Souza Neto sugere que, quem pode, deve segurar o café e aguardar a reação do mercado.


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