Café recua na ICE, mas preserva suporte de 115,00 centavos de libra
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com quedas, mas dentro dos parâmetros recentes, com, mesmo com uma pressão moderada, o novembro conseguindo se manter acima do nível psicológico de 115,00 centavos de dólar por libra peso. Mesmo as arbitragens contra Londres não permitiram que as perdas fossem mais significativas. A bolsa britânica sofreu com fortes liquidações, que fizeram com que o suporte recente de 1.700 dólares fosse rompido, no entanto, essa movimentação não conseguiu reverberar efetivamente em Nova Iorque e o encerramento do pregão se deu apenas com perdas pontuais.
A sessão foi meramente técnica e, apesar de a volatilidade ter se ampliado de forma ainda tímida, não se observou uma movimentação mais agressiva para uma mudança de cenário. Suportes e resistências foram preservados e o mercado ainda continua a contabilizar as cotações com bases em fatores relativamente bem precificados, como a ampla disponibilidade do grão, diante de produções bastante avantajadas de países top como Brasil e Vietnã e também da recuperação produtiva da Colômbia, ao passo que os estoques continuam consistentes e a demanda cresce apenas de maneira modesta.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve baixa de 55 pontos, com 116,45 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 117,65 centavos e a mínima de 115,10 centavos, com o março registrando desvalorização de 50 pontos, com 119,60 centavos por libra, com a máxima em 120,75 centavos e a mínima em 118,20 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro teve queda de 55 dólares, com 1.679 dólares por tonelada, com o janeiro tendo desvalorização de 50 dólares, para o nível de 1.671 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por um perfil bastante próximo daquele que vem sendo trabalhado ao longo das últimas sessões na bolsa nova-iorquina, com alguma tentativa de alta, rapidamente frustrada, e com os baixistas voltando a liquidar, sem, contudo, "forçarem" o dezembro para o rompimento do nível psicológico de 115,00 centavos. No segmento externo, as preocupações continuaram a ser relativas aos Estados Unidos, que mantém o cenário de paralisação dos serviços públicos, diante de um impasse sobre a economia entre situação e oposição. Nesta quarta, o dólar apresentou valorização em relação a várias moedas internacionais e isso afetou segmentos como o de commodities, sendo que várias matérias-primas flutuaram no lado negativo da escala de preços.
"Tivemos um fato relevante em Londres, com liquidações mais agressivas e com o rompimento de um suporte inicial, ainda que esse tipo de movimentação fosse esperado. Em Nova Iorque temos a manutenção de preços, sem conseguirmos vislumbrar um direcionamento mais efetivo. No entanto, os bears ainda demonstram uma consistência bastante significativa. Apenas ao 'apertarem a mão' verificamos o potencial de o dezembro já buscar um intervalo como o de 115,00 centavos. As rolagens tendem a aumentar nos próximos dias e vamos avaliar a reação dos terminais a isso", disse um trader.
Os diferenciais de café do Vietnã para a safra 2013/2014 estão sendo ajustados e tendem a enfraquecer ainda mais nas próximas semanas, quando um volume maior de grãos novos de café chegar às mesas de negociação. A afirmativa é da empresa Volcafé, que indica que os grãos prontos para exportação estão com diferenciais em alta. A safra deste ano do país apresentou uma colheita mais prematura que as safras anteriores, no entanto, a secagem tem apresentado dificuldade, diante das fortes chuvas ocorrem no país. Hoje, o café para embarque entre novembro e dezembro tem um prêmio de 130 dólares por tonelada, ao passo que esse diferencial era de 160 dólares há apenas uma semana.
As exportações brasileiras no mês de outubro, até o dia 14, totalizaram 771.189 sacas de café, alta de 34,41% em relação às 573.757 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 18.369 lotes, com as opções tendo 1.386 calls e 792 puts — floor mais eletrônico. Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 5.406 sacas, indo para 2.752.284 sacas. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 117,65, 117,95-118,00, 118,50, 119,00, 119,20, 119,50, 119,90-120,00, 120,50, 120,75, 121,00-121,05, 121,10, 121,50, 122,00, 122,50, 122,20 e 122,50 centavos de dólar, com o suporte em 115,10-115,00, 114,50, 114,25, 114,15, 114,00, 113,85, 113,50, 113,00, 112,50, 112,00, 111,50, 111,00, 110,50, 110,10-110,00 e 109,50 centavos.
Londres sente pressão vendedora e fecha dia com forte perda
A gangorra continua mais incisiva em Londres. Depois de experimentar bons ganhos em sessões recentes, o café negociado na Euronext/Liffe teve uma terça-feira de pressão mais efetiva, em um dia caracterizado por liquidações especulativas e rolagens de posições, principalmente no intervalo entre novembro e janeiro.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por vendas mais agressivas. Esses analistas ressaltaram que as opções de compra num patamar acima dos 1.700 dólares vinham dando alguma sustentação para o quadro atual e que, diante da falta dessa base, abre-se novamente espaço para as liquidações mais efetivas. Alguns players avaliam que, num confronto com o fundamento baixista da safra vietnamita, o novembro tendo a buscar um patamar de 1.600 dólares, ao passo que alguns outros operadores crêem em um nível ainda mais pressionado, ao redor dos 1.500 dólares.
"Após a manutenção de intervalos interessantes, rapidamente sentimos a mão forte dos vendedores. Ainda aguardamos um movimento vendedor mais forte do Vietnã, algo que só deverá ocorrer em algumas semanas, mas já verificamos uma retrações nos diferenciais do país, com uma queda do prêmio em cerca de 30 dólares por tonelada contra Londres apenas entre a semana passada e a atual", disse um trader.
O novembro teve uma movimentação ao longo do dia de 9,52 mil contratos, contra 6,68 mil do janeiro. O spread entre as posições novembro e janeiro ficou em 8 dólares. No encerramento do dia, o novembro teve queda de 55 dólares, com 1.679 dólares por tonelada, com o janeiro tendo desvalorização de 50 dólares, para o nível de 1.671 dólares por tonelada.
Europa vê crescimento de demanda por café gelado pronto para beber
O café gelado pronto para beber, que tem grande popularidade na Ásia, ganha cada vez mais participação no mercado de bebidas da Europa. Em geral, trata-se de variantes lácteos refrigerados, que se apresentam em embalagens plásticas com tampa, em lugar das habituais latas que são encontradas em máquinas dispensadoras do Japão ou da Coréia do Sul.
O produto tem um atrativo especial, com uma opção "on to go" para os consumidores mais jovens, que pode ser considerada como uma bebida de moda, doce e descolada. O auge das bebidas de café tem oferecido oportunidades de expansão, tanto para as marcas de café, como para provedores de leite saborizado. A Alemanha tem o maior mercado de café gelado da Europa e também experimenta um forte crescimento no mercado para os produtos refrigerados, sendo a Emmi a marca mais representativa, com sua gama de apresentações de Caffè Late, que inclui blends de café reconhecidos pelo consumidor como especiais e que também são bastante atrativos, como, por exemplo, Tahitian Vanilla ou o Gingerbread Coffee, além de contar com alternativas adoçadas com stevia e outras com leite desnatado ou sem lactose.
O café é o quarto produto de exportação da Costa Rica para a União Europeia, totalizando 83,9 milhões de dólares, entre janeiro e agosto de 2013. Praticamente a totalidade do café se exporta como "ouro" (verde), para ser torrado e moído no mercado de destino. O auge dessas apresentações à base de café garante a oportunidade de exportar o produto com maior valor agregado, assim como de encontrar novos clientes para a venda de café, nesse caso, a indústria de bebidas de base para esse produto na Europa e diversificar o mercado. O gosto mais sofisticado do consumidor europeu, que deriva em maiores exigências quanto ao produto, é também uma condição que poderia satisfazer o café da Costa Rica, que já conta com um bom reconhecimento no mercado internacional.
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