Em sessão fraca, café tem dia de retração de preços na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta sexta-feira com quedas, devolvendo integralmente as ligeiras evoluções verificadas ao longo do pregão anterior. Mais uma vez, o café teve um dia de pouca emoção na casa de comercialização norte-americana, com o dezembro, como já esperado, se posicionando próximo do nível psicológico de 115,00 centavos por libra peso, em uma sessão caracterizada por um volume muito baixo de negócios processados.
Apesar das baixas, nenhum suporte mais efetivo foi testado, ao passo que os compradores se mostram reticentes. A sessão também foi marcada por uma volatilidade pífia, com a primeira posição variando dentro de um range de apenas 170 pontos. A falta de novidades continua dando as cartas para o segmento cafeeiro. Questões como a safra brasileira e vietnamita — consideravelmente altas — e mesmo a quebra dos centro-americanos, por conta da ferrugem do colmo, parecem estar consistentemente precificadas, ao passo que outros fatores relevantes, como o leilão de opções no Brasil, não redundaram em uma movimentação mais consistente por parte dos players.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve quedas de 115 pontos, com 114,65 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 115,90 centavos e a mínima de 114,20 centavos, com o março registrando perda de 110 pontos, com 117,75 centavos por libra, com a máxima em 118,85 centavos e a mínima em 117,40 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro teve desvalorização de 9 dólares, com 1.678 dólares por tonelada, com o janeiro recuando 10 dólares, para o nível de 1.673 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado pela falta de novidades. As chuvas que atingiram o cinturão cafeeiro do Brasil já foram consideravelmente assimiladas e contribuíram para que o dezembro mudasse de uma flutuação ao redor dos 120,00 centavos para 115,00 centavos. Os mercados externos tiveram uma sexta-feira negativa, o que colaborou para que o café fosse ainda mais pressionado. O dólar subiu em relação a várias moedas internacionais, incluindo o real brasileiro, o que deu suporte para quedas para a maior parte das matérias-primas globais.
"O café continua enfrentando vários fatores baixistas, tendo a questão da disponibilidade como principal pano de fundo. Diante de um cenário em que várias origens importantes vão manter uma oferta consistente ao longo da temporada, vários players não se mostram preocupados em garantir compras mais significativas, mesmo com a aproximação da temporada mais fria do ano no hemisfério norte", disse um trader.
O segundo leilão de contratos de opção de venda de café realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento negociou 8.615 títulos, que correspondem a 861,5 mil sacas e 86,2% do total ofertado. O prêmio médio saiu por R$ 1,906/saca, com ágio de 11,1% em relação ao valor de abertura.
As exportações de café de Uganda na temporada 2012/2013 devem ter aumento de pelo menos 34% ante o ano anterior, impulsionadas pelo clima favorável, indicou a Autoridade para o Desenvolvimento do Café de Uganda. Segundo a entidade, as remessas na atual temporada, que termina no final de setembro, devem somar 3,66 milhões de sacas, em comparação com as 2,73 milhões de sacas da safra anterior.
As exportações brasileiras no mês de setembro, até o dia 19, totalizaram 10767.438 sacas de café, alta de 18,76% em relação às 898.798 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 640 sacas, indo para 2.777.245 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 9.685 lotes, com as opções tendo 2.832 calls e 1.558 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 115,90-116,00, 116,50, 116,70, 117,00, 117,50, 118,00, 118,50, 119,00, 119,20, 119,50, 119,90-120,00, 120,50, 120,75, 121,00-121,05, 121,10, 121,50, 122,00, 122,50, 122,20, 122,50, 122,75, 123,00 e 123,50 centavos de dólar, com o suporte em 114,20, 114,00-113,95, 113,50, 113,00, 112,50, 112,00, 111,50, 111,00, 110,50, 110,10-110,00, 109,50, 109,00, 108,50, 108,00 e 107,50 centavos.
Em sessão morna, Londres tem nova retração para café
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta sexta-feira com pequenas quedas, em uma sessão de movimentação apenas regular e com os preços voltando a demonstrar pouca volatilidade. O conhecido "mais do mesmo" voltou a dar o tom dos negócios.
De acordo com analistas internacionais, o dia chegou a esboçar alguma tentativa de reação logo nos primeiros movimento do pregão. Entretanto, as ordens de compra foram pífias, abrindo espaço para que algumas novas vendas fossem processadas, com o novembro chegando a tocar na mínima de 1.666 dólares. As perdas vieram na esteira, também, de algumas arbitragens, já que Nova Iorque teve uma nova sessão de retração.
"Foi uma sessão técnica, letárgica, bem próxima daquilo que vem sendo verificado ao longo das últimas semanas em Londres. Não conseguimos testar resistências efetivas e, por outro lado, as baixas são pontuais, próximas das mínimas observadas ao longo do começo desta semana", disse um trader.
O novembro teve uma movimentação ao longo do dia de 6,55 mil contratos, contra 4,991 mil do janeiro. O spread entre as posições novembro e janeiro ficou em 5 dólares. No encerramento do dia, o novembro teve desvalorização de 9 dólares, com 1.678 dólares por tonelada, com o janeiro recuando 10 dólares, para o nível de 1.673 dólares por tonelada.
Preço em queda e câmbio estimularam participação em leilão de café
Os preços mais baixos do café no mercado explicam o maior interesse dos cafeicultores no leilão de contratos de opção de venda futura que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizou nesta sexta-feira, 20, segundo avaliação da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé). Só nesta semana, o Indicador Cepea/Esalq do tipo 6 do arábica recuou 3,75%. 'Além disso, deu tempo de alguns produtores se acertarem com a documentação', disse o superintendente comercial da cooperativa, Lúcio Dias. 'E não podemos nos esquecer do dólar, que caiu.' Este foi o segundo leilão de contratos de opção de uma série de três programados. Na sexta-feira passada, foram negociados 8.565 contratos (856 mil sacas), ou 85,65% da oferta, sem ágio sobre o prêmio de abertura de R$ 1,715/saca. Hoje, a Conab negociou 8.615 contratos, que correspondem a 861,5 mil sacas, ou 86,2% das 1 milhão ofertadas (10 mil contratos). O prêmio médio saiu por R$ 1,906/saca, com ágio de 11,1% em relação ao valor de abertura. Dias ponderou que esse resultado pode não se repetir no próximo leilão, que será realizado na sexta-feira, 27. 'Há o saldo de Bahia, Espírito Santo e Paraná para ser comercializado ainda', explicou. Nos dois últimos pregões, apenas em São Paulo e em Minas Gerais houve negociação de 100% do volume ofertado.
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