Mercado externo influencia e café vai às mínimas de 30 meses na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na bolsa de Nova Iorque encerraram esta terça-feira com novas baixas, após voltarem a flutuar nos menores patamares de 30 meses. Vendas especulativas e de fundos deram o tom dos negócios, com o café seguindo outras commodities e setores econômicos que demonstraram temor com a manutenção do imbróglio envolvendo o "abismo fiscal" nos Estados Unidos. A terça-feira foi iniciada com a perspectiva de que o mercado continuaria "preso" em um nível próximo dos 150,00 centavos, sem um grande direcionamento. Mais uma vez, os altistas não conseguiram levar o mercado a buscar patamares básicos, o que abriu espaço para algumas novas vendas especulativas. Mesmo diante de um quadro amplamente sobrevendido, o que se observou foram liquidações mais efetivas e cotações chegando a tocar nas mínimas da última semana, seguindo, principalmente, o clima de fraqueza também do segmento macroeconômico. A aversão a riscos aumentou consideravelmente no dia, com quedas efetivas para várias commodities, como alguns segmentos softs, petróleo e ouro. As bolsas de valores nos Estados Unidos conseguiram fechar com estabilidade, ao passo que o dólar registrou perdas em relação a uma cesta de moedas internacionais. No encerramento do dia, o março em Nova Iorque apresentou queda de 235 pontos, com 148,35 centavos, sendo a máxima em 152,15 e a mínima em 147,10 centavos por libra, com o maio tendo desvalorização de 240 pontos, com a libra a 151,20 centavos, sendo a máxima em 154,75 e a mínima em 150,00 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro teve queda de 30 dólares, com 1.877 dólares por tonelada, com o março tendo desvalorização de 29 dólares, com 1.881 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado pela manutenção da força dos baixistas, que testaram novas mínimas no nível de 147,00 centavos, diante da falta de consistência dos compradores. Alguns desses analistas ressaltaram que o mercado continua focado em uma perspectiva de safra elevada em diversos mercados globais, o que permitiria que a disponibilidade de café fosse bastante efetiva. Alguns participantes sustentam que Colômbia, centro-americanos e vietnamitas estariam fornecendo um volume expressivo de café, ao passo que o Brasil teria colhido uma safra recorde. "Esses players, no entanto, não estariam fazendo um exercício básico para mercados de commodities, que é o de avaliar o que vai ocorrer a frente. Sabemos que os estoques estão em níveis bastante sofríveis e também sabemos que o Brasil vai ter uma safra menor em 2013, por conta da bienalidade, além de alguns centro-americanos sofrerem com doenças do café, como a ferrugem. Diante disso, a perspectiva de disponibilidade no ano que vem não será das mais animadoras, mas, até o momento, o mercado não vem refletindo isso", disse um trader. A economia global voltou a demonstrar nervosismo nesta terça-feira após o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ter indicado que a Casa Branca não seguirá uma proposta dos republicanos para a contenção do "abismo fiscal". O presidente continua a insistir em aplicar mais impostos na população mais abastada e manter alguns programas sociais. Com essa colocação, o mercado leu claros sinais de que um grande impasse se mantém sobre a questão, que deve ser resolvida até o final deste mês. Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 4.337 sacas, indo para 2.504.749 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 17.815 lotes, com as opções tendo 2.685 calls e 3.400 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem uma resistência em 152,15, 152,50, 153,00, 153,15, 153,50, 154,00, 154,50, 154,90-155,00, 155,50, 156,00, 156,20-156,25, 156,50, 157,00, 157,15, 157,50, 158,00, 158,50 e 159,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 147,10-147,00, 146,50, 146,00, 145,50, 145,10-145,00, 144,50, 144,00, 143,50, 143,00, 142,50, 142,00 e 141,50 centavos por libra.
Londres sofre com vendas especulativas e fica abaixo de referencial
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta terça-feira com quedas, que fizeram com que a posição março voltasse a flutuar abaixo do nível psicológico de 1.900 dólares, no menor patamar desde 26 de novembro. O dia foi caracterizado por liquidações especulativas, que se tornaram mais agudas ao final do pregão, refletindo um aumento do mau humor dos mercados externos, principalmente quanto a situação macroeconômica. De acordo com analistas internacionais, após chegar a registrar alguns ganhos no início da sessão, o café foi, progressivamente, sofrendo a pressão das vendas especulativas, seguindo outros mercados e também os arábicas em Nova Iorque, até culminar no nível de baixa de 1.871 dólares. Nesse patamar, algumas aquisições de comercias e recompras chegaram a ser observadas, mas que apenas auxiliaram para desacelerar ligeiramente as baixas. "Com o desânimo externo e com os arábicas flutuando nos menores níveis de preço em 30 meses, a pressão foi forte para os robustas e voltamos a fechar em baixa e a romper o referencial de 1.900 dólares. Os mercados externos continuam a exercer grande influência e não conseguimos observar uma força mais relevante no segmento cafeeiro para divergir do clima ruim do ambiente macro", disse um trader. O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de janeiro com uma movimentação de 6,73 mil lotes, com o março tendo 4,01 mil lotes negociados. O spread entre as posições janeiro e março ficou em 4 dólares. No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição janeiro teve queda de 30 dólares, com 1.877 dólares por tonelada, com o março tendo desvalorização de 29 dólares, com 1.881 dólares por tonelada.
PERSPECTIVA CAMBIO E JUROS: Saída de divisa deve pressionar alta de dólar
São Paulo, 4 de dezembro de 2012 -
Apesar da queda nos dos últimos dias, odólar comercial poderá voltar a sofre pressão de alta com a tendência de saída de divisa do país e a maior demanda por moeda estrangeira no final do ano, aponta Maurício Nakahodo, consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi.
"No final do ano temos muitas remessas de lucro de dividendo e tendência de saída de dólar que pode pressionar o câmbio para cima. Muitas empresas também já estão fazendo suas estratégias de headge para o ano que vem, alémda preocupação com abismo fiscal nos Estados Unidos também colaborar com a tendência de alta", explica Nakahodo.
O dólar comercial encerrou as negociações de hoje com queda de 0,18% a R$2,1140 para compra e R$ 2,1160 para venda. Durante o dia, a divisa oscilou entre a mínima de R$ 2,1010 e a máxima de R$ 2,1260. No mercado futuro, o contrato de dólar com vencimento em janeiro de 2013 caiu 0,16%, a R$ 2.128,500. Ontem, após a moeda atingir a cotação de R$ 2,14, o Banco Central (BC) voltou a atuar com leilão de swap, segurando o avanço da moeda norte-americana.
Juros A maioria dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) encerrou opregão da BM&FBovespa de hoje em queda, pelo terceiro pregão consecutivo. Segundo Nakahodo, a queda mais acentuada dos DIs hoje reflete a produção industrial fraca divulgada hoje pelo IBGE. "Apesar da expansão, a produção industrial frustrou as expectativas e derrubou os juros hoje", diz o consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi.
De acordo com dados do IBGE, a produção industrial brasileira avançou 2,3% em outubro na comparação anual, interrompendo a trajetória de 13 meses consecutivos de taxas negativas neste tipo de comparação. Em relação a setembro, o indicador avançou 0,9%, após registrar queda de 0,6% em setembro. No ano, a produção industrial acumula queda de 2,9%.
O mercado estimava que a produção industrial brasileira registrasse aumento de 2,55% no mês de outubro, na comparação com igual mês do ano anterior, conforme a mediana das projeções do Termômetro CMA.
Mais líquido, o contrato para janeiro 2014 caiu de 7,17% para 7,10%, movimentando R$ 57,8876 bilhões, seguido do para janeiro de 2015, que cedeu de 7,76% para 7,60%, com giro de R$ 29,273 bilhões. Entre os DIs com vencimento no curto prazo, o para julho de 2013 recuou de 7,05% para 7,04% (R$ 21,553 bilhões) e o janeiro de 2013 passou de 7,108% para 7,100% (R$ 11,918 bilhões). Em relação aos contratos de longo prazo, o para janeiro de 2017 recuou de 8,68% para 8,52% (R$ 12,046 bilhões) e o para janeiro de 2016 caiu de 8,33% para 8,18% (R$ 7,622 bilhões). O número de contratos negociados atingiu 1.888.059, uma alta de 53,91% quando comparado aos negócios realizados no pregão de ontem. O volume financeiro somou R$ 167,862 bilhões.
MERCADO EUA: Falta de acordo sobre abismo fiscal influencia perdas
São Paulo, 4 de dezembro de 2012 - Os índices do mercado de ações dos Estados Unidos encerraram as negociações de hoje em ligeira queda, refletindo a falta de acordo dos membros do congresso sobre medidas para resolver as questões fiscais do país. O Dow Jones perdeu 0,11%, em 12.951,78 pontos; o S&P500 recuou 0,17%, em 1.407,05 pontos; e o Nasdaq Composto teve retração de 0,18%, em 2.996,69 pontos. Em um dia sem indicadores econômicos relevantes, as atenções dos agentes de mercado ficaram voltadas para as negociações no Congresso para resolver o chamado "abismo fiscal". O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reafirmou hoje em uma entrevista que o governo e o Congresso possuem a habilidade para resolver a questão do abismo fiscal. No entanto, é preciso garantir um plano que equilibre cortes de gastos e aumento de receitas.
"Para sermos sérios em reduzir o déficit e investir em educação, pesquisa e proteger a classe média, precisaremos aumentar os impostos sobre os mais ricos", disse. "A questão não é apenas sentar em uma sala [com republicanos e democratas], mas o reconhecimento que teremos de levantar receitasuficiente e fazer cortes".
O presidente da Casa dos Representantes do Congresso, o republicano John Boehner, porém, continuou defendendo que Obama apresente uma proposta que não inclua aumento nos impostos dos mais ricos. Se o presidente realmente quer evitar o abismo fiscal, ele não fez nada para evitar isso", afirmou. Pelo contrário, apontou Boehner, Obama ofereceu um plano que não poderia ser aceitonem pela Casa dos Representantes - que é a câmara baixa do Congresso - e nem pelo Senado.
Mais cedo, os índices chegaram a operar em alta por um momento, após a divulgação do índice que mede a atividade econômica da cidade de Nova York. O indicador, que foi o único divulgado hoje, subiu para 52,5 pontos em novembro, ante os 45,9 pontos registrados em outubro, informou o Instituto de Gerência e Oferta (ISM, na sigla em inglês). Em novembro de 2011, o índice marcou 49,9 pontos. Toda leitura abaixo de 50 pontos mostra contração, enquanto acima de 50 pontos indica expansão da atividade.
PERSPECTIVA: Dados de trabalho e indústria dos EUA podem estimular mercado
São Paulo, 4 de dezembro de 2012 - A divulgação de dados do mercado de trabalho e do setor industrial nos Estados Unidos deve influenciar o movimento do Ibovespa no pregão de amanhã. Estes indicadores, caso venham em linha ou umpouco melhores que o esperado, podem estimular um movimento de alta na bolsa brasileira, de acordo com a expectativa de especialistas. Henrique Kleine, economista da Magliano Corretora, afirma que os investidores brasileiros têm operado muito em função de notícias e indicadores externos. "Esses números podem animar as bolsas lá fora se vierempositivos, refletindo no mercado brasileiro", comenta. Os dados do mercado de trabalho são o principal destaque do dia, de acordo com André Perfeito, economista da Gradual. "Os números de amanhã vão dar ainda o tom de como deve vir o relatório oficial de emprego norte-americano, que sai na sexta-feira", ressalta. Às 11h15, será divulgado o número de vagas criadas pelo setor privado norte-americano em novembro. Em outubro, foram criados 158 mil postos de trabalho. O mercado estima que foram abertas 125 mil vagas no setor privado em novembro. Ainda nos Estados Unidos, o Departamento do Comércio informa, às 13h, as encomendas às fábricas de outubro. Em setembro, houve alta de 4,8% em relação a agosto. A expectativa é de queda de 0,1%.
Outro indicador importante é o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços da China, relativo a novembro, que serádivulgado na noite de hoje. Apesar de considerar mais relevantes os números sobre o setor industrial do país, que já foram divulgados na semana passada, omercado acompanha com atenção indicadores chineses, diz Perfeito.
O leilão de títulos da dívida na Espanha, previsto para amanhã, também pode influenciar o mercado. O governo espanhol deve vender de 3,5 a 4,5 bilhõesde euros em títulos com vencimento em 2015, 2019 e 2022. "A Espanha ainda não aceitou ajuda internacional, fazendo com que o mercado siga olhando para a Europa", afirma Kleine. No pregão de hoje, o Ibovespa encerrou o dia em queda, influenciado pela permanência das preocupações com o abismo fiscal nos Estados Unidos. O principal índice da BM&FBovespa caiu 1,10%, aos 57.563 pontos. O volume negociado na bolsa foi de R$ 6,8 bilhões. Kleine afirma que a questão do abismo fiscal segue indefinida e pode continuar pressionando as bolsas. O republicano John Boehner, presidente da Casados Representantes norte-americana, afirmou hoje que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, "tem a obrigação" de oferecer uma proposta para redução do déficit do país que possa ser aprovada tanto pelas duas câmaras do Congresso. O economista da Magliano afirma ainda que as declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, acabaram desanimando os investidores, apesar dos estímulos para o setor de construção civil. No início do dia, as medidas estimularam os ganhos nas empresas do setor, mas os papéis não sustentaram o movimento. "Ficou claro que alguns objetivos traçados pelo governo para a economia brasileira não foram atingidos. Isso mostra que o governo segue tendo de dar incentivos, o que não agradou o mercado", considera. O pessimismo do mercado influenciou na queda das blue chips. As PNAs da Vale(VALE5) caíram 1,69%, a R$ 36,06, e registraram o maior giro financeiro, de R$ 508,483 milhões. Em seguida, as preferenciais da Petrobras (PETR4) cederam 0,94%, a R$ 18,82, movimentando R$ 452,273 milhões, e as Itaú Unibanco (ITUB4)recuaram 1,09%, a R$ 32,64, a R$ 308,999 milhões. A maior queda do índice foi da Marfrig (MRFG3), que recuou 15,49%, a R$ 9,05, no dia da precificação da sua oferta pública primária de ações. Na avaliação de Leandro Martins, analista-chefe da Walpires Corretora, os papéis deverão seguir em queda no médio prazo após terem rompido a barreira dos R$ 10 no pregão de hoje. O preço registrado hoje foi o menor desde 2 de agosto, quando foi atingido o patamar de R$ 9,02. Ontem, as ações da companhiatambém tiveram forte baixa, fechando com desvalorização de 7,67%. No sentido inverso, o maior ganho foi da MMX (MMXM3), mineradora do grupo EBX, com alta de 6,18%, a R$ 3,95, após o conselho de administração da companhia ter aprovado um aumento de capital de R$ 1,37 bilhão por meio de subscrição privada de novas ações. Os índices das bolsas norte-americana terminaram o dia em campo negativo. ODow Jones perdeu 0,11%, em 12.951,78 pontos; o S&P 500 recuou 0,17%, em 1.407,05 pontos; e o Nasdaq Composto teve retração de 0,18%, em 2.996,69 pontos. Os contratos futuros do petróleo internacional encerraram as negociações de hoje em queda. Na plataforma ICE, os futuros do Brent com vencimento em janeiro perderam 0,97%, a US$ 109,84 o barril. Na Nymex,os futuros do WTI para omesmo mês tiveram queda de 0,66%, a US$ 88,50 o barril.
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