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terça-feira, 3 de julho de 2012

Antes do feriado, café fecha com fortes altas na ICE

Antes do feriado, café fecha com fortes altas na ICE   
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US continuam a demonstrar consistência. Depois de um longo inverno de quedas constantes, os preços voltaram a ganhar corpo nas últimas sessões e nesta terça-feira o setembro conseguiu se posicionar acima do nível psicológico de 180,00 centavos por libra peso, melhor nível desde 18 de maio.  No curto prazo, o café já demonstra uma inversão de tendência, ao conseguir registrar avanços bastante significativos e também já se aproxima de patamares importantes de médio prazo, como é o caso da média móvel de 100 dias, atualmente em 181,90 centavos por libra, bastante próximo do testado pela segunda posição ao longo do dia.  Para operadores, ao conseguir testar níveis mais avançados o café pode, até mesmo, reverter as expectativas baixistas para o longo prazo. Esses participantes ainda avaliam como bastante cedo para se avaliar se a atual contra-ofensiva é apenas pontual, com constantes coberturas, ou se pode, efetivamente, demonstrar uma mudança de tendência.  Nesta quarta-feira a bolsa de Nova Iorque não opera devido ao feriado do Dia da Independência dos Estados Unidos.  No encerramento do dia, o setembro em Nova Iorque teve alta de 585 pontos, com 180,45 centavos, sendo a máxima em 181,40 e a mínima em 174,65 centavos por libra, com o dezembro tendo valorização de 570 pontos, com a libra a 183,35 centavos, sendo a máxima em 184,20 e a mínima em 177,65 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição setembro teve alta de 1 dólar, com 2.136 dólares por tonelada, com o novembro tendo valorização de 1 dólar, com 2.136 dólares por tonelada.  De acordo com analistas internacionais, o café consegue garantir uma boa recuperação no somatório de fatores, como a necessária correção que, finalmente se efetivou, diante de um mercado amplamente sobrevendido. Adicionalmente, continua a "desconfiança" sobre a safra brasileira que vem sendo colhida e os segmentos externos também colaboram. Nesta terça, o índice CRB avançou mais de 2,3%, com alguns mercados se destacando, como o café, que avançou 5,5% e o petróleo, com incremento de 4,6%.  O otimismo de vários players está relacionado com a perspectiva de a União Européia efetivar novas ações contra a crise, sendo a principal delas a recapitalização de bancos.  Operadores indicaram que as chuvas que atingiram o Brasil recentemente colocam em dúvida o potencial produtivo que era esperado para o país. "A qualidade de boa parte do café foi afetada", indicou Thiago Cazarini, da Cazarini Tradin Company, empresa baseada no Brasil. O quadro atual parece ter potencial para a continuidade.  "As coberturas de posições short devem ser mantidas" sustentou Hernando de la Roche, vice-presidente da INTL Hencorp, que lembrou ainda que o real brasileiro, ao longo dos últimos dias, ganhou um corpo considerável em relação ao dólar. "Essa questão cambial, efetivamente, desestimula vendas", indicou. Os produtores vendem mais efetivamente quando o dólar sobe em relação ao real e se tornam mais reticentes quando o contrário ocorre. "Com os preços subindo, alguns produtores simplesmente não vendem, pensando que o céu é o limite", complementou Cazarini.  Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 6.801 sacas, indo para 1.633.510 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 28.986 lotes, com as opções tendo 3.172 calls e 2.395 puts. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 181,40-181,50, 182,00, 182,50, 183,00, 183,50, 184,00, 184,50, 184,90-185,00, 185,50, 186,00, 186,50, 187,00, 187,50 e 188,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 174,65, 174,50, 174,00, 173,50, 173,00, 172,50, 172,00, 171,50, 171,00, 170,50, 170,10-170,00, 169,70, 169,50, 169,00, 168,50 e 168,00 centavos por libra.  

  Londres mantém tendência e volta a ter estabilidade 
   Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe voltaram a ficar próximos da estabilidade, em uma sessão que as cotações continuaram presas em um range estreito. O setembro variou apenas 29 dólares, sem conseguir testar o nível referencial psicológico de 2.100 dólares quando registrou baixas.  De acordo com analistas internacionais, Londres consegue manter intervalos interessantes, sem, entretanto, avançar. Por outro lado, os diferenciais entre Nova Iorque e Londres, que estavam consideravelmente estreitos nas últimas semanas, tiveram uma relativa ampliação, já que os arábicas subiram de forma interessante nos últimos dias, sem que o devido acompanhamento se verificasse na bolsa londrina. "Tivemos uma sessão muito parecida com a registrada na segunda-feira, sem maiores tendências para as altas ou para as baixas e com o setembro girando próximo do patamar de 2.130 dólares. As ofertas de origens são apenas modestas e nas baixas conseguimos ter algumas aquisições de indústrias de torrefação, o que vem garantindo que suportes básicos não sejam testados", indicou um trader.  O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de setembro com uma movimentação de 7,71 mil lotes, com o novembro tendo 4,65 mil lotes negociados. O spread entre as posições setembro e novembro ficou estável. No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição setembro teve alta de 1 dólar, com 2.136 dólares por tonelada, com o novembro tendo valorização de 1 dólar, com 2.136 dólares por tonelada.

 DÓLAR REAGE ÀS PALAVRAS DE ALDO MENDES E FECHA NA MÁXIMA DE R$ 2,015  São Paulo, 03/07/2012 -
 As declarações feitas pelo diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Luiz Mendes, foram o grande evento do mercado doméstico de câmbio na sessão desta terça-feira. Ele disse que os dados divulgados da atividade industrial vieram aquém do esperado e reforçam a necessidade de uma ação mais forte no câmbio. Com isso, determinou a trajetória de alta da moeda norte-americana e o dólar fechou o dia com valorização de 1,31%, na máxima de R$ 2,015 no mercado à vista de balcão. Na BM&F, o dólar à vista encerrou o dia a R$ 2,002 (+0,75%) e o contrato futuro de agosto era cotado a R$ 2,021, com alta de 1,50%, às 17h47 horas.A trajetória é contrária ao comportamento registrado no exterior, onde a queda no sentimento de aversão ao risco favoreceu ativos de risco, entre eles moedas emergentes e o euro. Há pouco, a moeda única valia US$ 1,2609 ante US$ 1,2573 no final da tarde de ontem, em Nova York.Mendes disse também que o cenário observado na indústria aponta para a necessidade de um dólar mais alto do que o atual patamar. Como desde ontem e até essas palavras serem divulgadas, a cotação estava se mantendo abaixo de R$ 2,00, o mercado entendeu que o diretor do BC estava "defendendo no grito o piso de R$ 2,00". "O mercado entendeu que a equipe econômica não quer a moeda norte-americana abaixo desse valor", disse o operador da Corretora Renascença, José Carlos Amado.  Com a intervenção verbal de hoje, somada às últimas atuações feitas pelo Banco Central por meio dos leilões de swaps cambiais, a maioria dos analistas criou a percepção de que a banda informal do dólar, na atual situação de mercado, é de R$ 2,00 a R$ 2,10. "A sinalização clara foi de que o dólar ao redor de R$ 2,00 é bom para o País e para a indústria. Além disso, é uma cotação que ainda não contaminou os índices de preços e, portanto, parece um patamar confortável", disse o analista de mercados emergentes da Icap do Brasil, Filipe Brandão.Mas há discordâncias que podem gerar volatilidade nos próximos pregões. Para o operador da Interbolsa Brasil, Ovídio Pinho Soares, "o medo é que o BC alongue o teto". Ele acredita que o mercado vai testar essa "elasticidade" e vê a possibilidade de isso ocorrer amanhã. "O mercado hoje está contaminado e fica a incerteza para amanhã que é feriado nos EUA", afirmou.

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