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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Café não sustenta altas na ICE, mas fecha apenas com queda modesta

Café não sustenta altas na ICE, mas fecha apenas com queda modesta  
  Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira com quedas modestas, conseguindo, dessa forma, se manter no nível acima de 160,00 centavos por libra. No início do dia, algumas compras especulativas foram verificadas, ampliando os bons ganhos da sessão passada. No entanto, ao não conseguir romper uma resistência mais efetiva, como os 170,00 centavos, algumas novas ordens de venda passaram a ser empreendidas, dando espaço para algumas perdas que, antes da finalização do pregão, foram minimizadas.  O mercado é técnico e, ainda que não tenha observado as efetivas coberturas de posições short da terça-feira, algumas tentativas de ganho foram registradas, esbarrando, porém, na falta de fôlego dos compradores. Assim, um movimento corretivo mais efetivo não consegue ser concretizado, apesar de, no acumulado da semana, o setembro ainda conseguir aferir alguns ganhos. Tecnicamente, o mercado dá demonstração de neutralizar, no curto prazo, a tendência baixista vigente, sem, contudo, demonstrar um direcionamento mais efetivo para altas. Por sua vez, no longo prazo, a tendência baixista se mantém, principalmente quando confrontados os dados gráficos e os comparativos das cotações atuais com referenciais como é o caso da média móvel de 200 dias.  Fundamentalmente, muitos operadores ainda aguardam novas notícias sobre a colheita no Brasil. As dúvidas ainda pairam sobre esses players no que se referem a possíveis perdas decorrentes das recentes chuvas ou prejuízos à qualidade do grão.  No encerramento do dia, o setembro em Nova Iorque teve queda de 90 pontos, com 164,85 centavos, sendo a máxima em 168,55 e a mínima em 162,75 centavos por libra, com o setembro tendo desvalorização de 85 pontos, com a libra a 168,10 centavos, sendo a máxima em 171,65 e a mínima em 166,00 centavos por libra.
Na Euronext/Liffe, em Londres, julho teve alta de 20 dólares, com 2.062 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 20 dólares, com 2.100 dólares por tonelada.  De acordo com analistas internacionais, o café iniciou o dia com altas pela manhã, no entanto, algumas realizações de lucro foram verificadas. Nas mínimas do dia, algumas compras de indústrias de torrefação foram registradas, ainda que em níveis modestos. "A forte demanda por cafés de menor qualidade para a formação dos blends tendo a jogar o prêmio dos arábicas para baixo nos próximos meses, em níveis próximos das mínimas de três anos, já que os torrefadores tendem a adicionar em seus cafés mais variedades de baixo custo, como é o caso dos robustas", sustentou um trader.  O consumo global de café neste ano exercício de 2012 não deverá ser inferior ao aferido na temporada passada. A avaliação é da OIC (Organização Internacional de Café). Na opinião do o diretor de operações da entidade baseada em Londres, José Dauster Sette, o consumo deve voltar a crescer na comparação anual, uma vez que se observou uma considerável redução dos preços do café no varejo. A Organização sustenta que tal retração vai "compensar" parcialmente os temores relacionados à crise econômica na zona do euro. Sette avaliou ainda que existem "indicadores otimistas" para que a demanda possa ter recuperação em relação aos níveis aferidos no exercício de 2011.  As exportações de café do Brasil em junho, até o dia 26, somaram 1.143.940 sacas de café, contra as 1.088.195 sacas registradas no mesmo período de maio, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).  Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 2.625 sacas, indo para 1.618.219 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 18.006 lotes, com as opções tendo 1.847 calls e 908 puts. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 168,55, 169,00, 169,50, 169,90-170,00, 170,50, 171,00, 171,50, 172,00, 172,50, 173,00, 173,50, 174,00, 174,50 e 174,90-175,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 162,75, 162,50, 162,00, 161,50, 161,00, 160,50, 160,10-160,00, 159,50, 159,00, 158,50, 158,00, 157,50, 157,00 e 156,50 centavos por libra.   
 Londres tem continuidade de compras e volta a subir  
   Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta quarta-feira com altas, num movimento de continuidade dos ganhos registrados na sessão anterior. A posição setembro chegou a romper o nível de 2.100 dólares, no entanto, nas máximas, algumas vendas ligeiras foram observadas e, assim, a primeira posição ficou ligeiramente abaixo desse nível psicológico. De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por uma tentativa inicial para se forçar as baixas, sendo que o patamar de 2.067 dólares foi testado. Nesse nível, porém, algumas recompras e aquisições de empresas comerciais foram detectadas, o que permitiu a recuperação e o registro dos ganhos. Os robustas operaram dissociados dos arábicas, em Nova Iorque, que voltaram a recuar, mas esteve em linha com os mercados externos, que registram ganhos para commodities e bolsas de valores. "Voltamos a demonstrar consistência e, ao invés de flutuarmos ao lado de 2 mil dólares, estamous próximos do nível de 2,1 mil. Tecnicamente, os robustas ainda mostram-se consistentes, na esteira de estoques baixos e de algumas compras comerciais", indicou um trader. O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de julho com uma movimentação de 1,37 mil lotes, com o setembro tendo 4,27 mil lotes negociados. O spread entre as posições julho e setembro ficou em 36 dólares. No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição julho teve alta de 20 dólares, com 2.062 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 20 dólares, com 2.100 dólares por tonelada.
     DÓLAR RENOVA MÁXIMAS APÓS LEILÃO E BC ANUNCIA NOVA ATUAÇÃO PARA AMANHà
São Paulo, 27/06/2012 -
O dólar fechou a quarta-feira em alta, depois de renovar máximas na esteira do swap cambial feito pelo Banco Central, em uma operação que equivale à venda de dólares no mercado futuro. O lote integral de contratos foi vendido, mas, com a persistência da alta da moeda, o mercado sinalizou que queria mais. Perto do fechamento, o BC anunciou outro leilão de swap cambial para quinta-feira. Apesar da melhora externa pontual hoje, o cenário global continua sendo de elevadas incertezas e a aproximação do encerramento de mês acirra a disputa entre comprados e vendidos no mercado doméstico para a formação da Ptax no fechamento de junho, uma combinação que empurra a moeda norte-americana para cima.  No balcão, o dólar à vista encerrou a R$ 2,0830, com alta de 0,43%. Na mínima, o dólar foi a R$ 2,0700 e chegou a R$ 2,0970 na máxima. Na BM&F, a moeda spot fechou em R$ 2,0950, na máxima do dia, com alta de 1,13%. O giro financeiro total somava US$ 2,365 bilhões (US$ 2,141 bilhões em D+2) perto das 16h30, um montante acima da média. Há pouco, o dólar para julho de 2012 estava em R$ 2,078, perto da estabilidade (+0,07%).  O BC vendeu, hoje, os 60 mil contratos ofertados para dois vencimentos, no montante de US$ 2,995 bilhões. Segundo operadores, a absorção integral neste leilão mostra demanda por hedge, ou proteção, indicando que os agentes financeiros seguem compradores. Também, somado à persistência do sinal positivo da moeda, dá pistas de especulação diante da proximidade do fechamento do mês e liquidação de contratos de derivativos. Ainda, cita um estrategista, o molde da atuação via swap “sinaliza que secou a oferta de dólares no mercado futuro”. “O IOF em posição vendida em derivativos faz com que o BC tenha de ser o provedor de moeda”, diz um analista. “No caso de piora no cenário externo, o BC pode ver necessidade de voltar a vender dólares no mercado à vista”, acrescenta outro profissional.  Com a escalada da cotação da moeda norte-americana na segunda parte da sessão, o BC anunciou que fará, nesta quinta-feira, oferta de até 60 mil contratos de swap cambial, com dois vencimentos (1/8 e 3/9), com volume financeiro de até cerca de US$ 3 bilhões.  Ainda hoje, o BC informou que o fluxo cambial é positivo em US$ 1,223 bilhão em junho até o dia 22. No mesmo período, o fluxo financeiro está positivo em US$ 2,078 bilhões e o fluxo comercial, negativo em US$ 855 milhões.  O pacote do governo federal para estímulo da economia não foi determinante para o avanço do dólar nesta tarde, na opinião dos estrategistas. Reforçou, porém, preocupação do governo com o ritmo de crescimento do País.  

 Muñoz: café da Colômbia

 Muñoz: café da Colômbia tem de pensar além de amanhã  Em junho de 1927, data em que foi fundada a Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia), o preço internacional do café colombiano era de 235 centavos de dólar por libra peso e durante os 85 anos seguintes esse valor este sujeito ao vai-e-vem da conjuntura econômica mundial. Em 1940, em plena Segunda Guerra Mundial, o preço recuou para 75 centavos de dólar e, em abril de 1977, no pico da bonança, chegou a 319 centavos de dólar. Essa montanha russa sempre tem impactado diretamente a receita dos produtores colombianos, porém esse é apenas um componente do complexo negócio do café, que hoje enfrenta o desafio de melhorar a produtividade e aumentar produção e exportações. Para o diretor executivo da Federacafe, o segmento tem que mirar muito além do amanhã. Leia, na seqüência, entrevista com o dirigente.
  Pergunta — O que se propõe para o futuro cafeeiro?Luis Genaro Muñoz —
Nós seguimos inventando programas, na medida do que é possível e buscando alcançar resultados. O processo de renovação há de ser continuado para aumentar a produtividade e temos de ampliar o pensamento no contrato de proteção de preços, como instrumento que nos permite sair da volatilidade que é imposta ao mercado.
 Pergunta — Esse mecanismo já foi testado?
Muñoz — Sim. Porém queremos modernizá-lo. A idéia é que o produtor tome o contrato de proteção de preço, isto quer dizer que se o valor da carga ficar abaixo d determinado nível entra em operação a proteção, como uma espécie de seguro. Buscamos que o mecanismo seja tomado em momento s de preços baixo, sendo reconstruído quando o valor estiver alto. Teremos de trabalhar culturalmente para que o produtor aprenda a manejar o risco.
 Pergunta — Há um aspecto que inquieta muitos cafeicultores, que é o aumento da contribuição cafeeira.
..Muñoz — Falar de contribuição neste momento é complexo, já que os preços internos estão feridos, porém esperamos que isso não seja algo eterno. O certo é que a fórmula de contribuição, de 6 centavos de dólar por libra exportada, está equivocada. Esses 6 centavos em dezembro era 2% da venda e hoje são 4% e não deveria ser assim, já que quando o cafeicultor tivesse redução em sua receita deveria fazer um aporte menor. A última palavra será dada no Congresso, quando será votada a reforma tributária.
 Pergunta — O senhor segue tendo inquietação quanto à idéia de se plantar robusta na Colômbia?
Muñoz — Foi um artigo do Banco da República que pleiteou isso. Contém conceitos que merecem respeito, outros mais profundos, outros mais rasteiros. Seguimos analisando para oferecer ao país, já que nos parece conveniente uma resposta institucional e técnica. Não compartilho da opinião de plantar robusta na Colômbia, ou dedicar o esforço de bens públicos construídos pelas famílias cafeeiras para beneficiar agroindustriais. Estamos produzindo uma resposta sustentada que aproveite o que há ali de aproveitável e que se dê claridade ao país do que se quer e do que deve ser a cafeicultura colombiana.
 Pergunta — Qual o objetivo que se impõe à Federacafe nesses 85 anos?
Muñoz — O objetivo que assumimos algum tempo e seus efeitos temos visto e sentido é como a Colômbia vai recuperando sua produção. Abril e maio tiveram produções superiores às do ano passado e o comportamento do clima, que influencia diretamente a produtividade. Se os prognósticos se cumprirem, da estação da seca até setembro, vamos ter um segundo semestre melhor que o primeiro. Isso confirma que o plano de renovação vem funcionando bem e hoje mais da metade do parque cafeeiro colombiano conta com variedades resistentes e tecnificadas, o que assegurará uma maior produção com ou sem fenômeno climático, como o La Niña.

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