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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Fed afasta ideia de nova rodada de estímulos

Fed afasta ideia de nova rodada de estímulos(QE3)
 Mais do que indicar que os membros do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) estão menos propensos a lançar nova rodada de estímulo monetário, a ata da reunião de março divulgada ontem significa que a dinâmica do Fed mudou, analisa o chefe de taxa de juros do Nomura  nos Estados Unidos, George Gonçalves. "Antes, o mercado via um banco central comprometido com uma política frouxa, mas agora suas ações estão condicionadas aos dados da economia, não há mais garantias".A ata do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) afirma que "dois membros observaram" que um estímulo adicional pode ser necessário se a economia perder força ou a inflação permanecer baixa demais por muito tempo. O número contrasta com posicionamento equivalente divulgado na ata de janeiro, onde "alguns membros" viram a possibilidade de afrouxamento adicional em um futuro próximo.Apesar de não sinalizarem outra dose de "quantitative easing", os formuladores de política monetária permaneceram cautelosos em relação a uma alta generalizada da atividade econômica dos EUA, fazendo ressalvas à taxa de desemprego ainda elevada.Os membros "concordaram em geral que a perspectiva econômica, apesar de um pouco mais forte, estava amplamente similar àquela vista na época da reunião de janeiro", e se mostraram cautelosos com o ritmo da melhora no mercado de trabalho.O analista do Nomura concorda que a economia americana vem melhorando, mas que esse crescimento só será sustentável com mais "ajuda" do Fed, que, para ele, deve ocorrer até junho. Gonçalves, no entanto, nota que, caso o presidente do Fed, Ben Bernanke, considere que mais estímulos sejam necessários, desta vez, o presidente terá que convencer o comitê.O documento reforçou que a maioria dos membros do Fomc continua comprometida em manter as taxas de juros de curto prazo em níveis muito baixos até o fim de 2014, como foi indicado anteriormente. Mas mostrou pouco entusiasmo para o lançamento de qualquer compra adicional de bônus ou outros programas para dar impulso à economia no curto prazo.Não houve consenso sobre a perspectiva econômica. "Embora os recentes dados de emprego sejam encorajadores, um número de membros percebeu um risco nada desprezível de que a melhora no emprego possa perder força à medida que o ano for avançando, como ocorreu em 2010 e 2011", revela a ata.O mercado de trabalho é um dos argumentos do Fed para justificar sua projeção de que a inflação vai se manter dentro da meta por anos, apesar da recente alta, causada pela subida nos preços do petróleo. Mas também não houve unanimidade sobre esse ponto.

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