Café se mantém sob pressão e bate nas mínimas de 18 meses na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta segunda-feira com perdas expressivas, ampliando ainda mais o quadro baixista atual do mercado. O contrato de maio bateu no menor patamar em 18 meses em uma sessão caracterizada por um forte volume de negócios e pela ampliação das rolagens de posição, uma vez que tem início na próxima sexta-feira as notificações do maio. O dia teve início de forma relativamente calma na bolsa nova-iorquina e a primeira posição chegou a testar o nível de 180,00 centavos. Ao não romper essa resistência básica, algumas vendas passaram a ser empreendidas e, alguns stops foram acionados, com o maio chegando a flutuar no intervalo de 172,00 centavos, com o rompimento do primeiro grande suporte, em 174,45 centavos, que era a mínima do último dia 22 de março. O café reafirma seu momento baixista e não demonstra contar com "fôlego" suficiente para buscar frear a pressão ou muito menos contar com alguma correção. Apesar de no campo fundamental algumas notícias veiculadas recentemente — como a safra menor da Colômbia, as chuvas fortes na Colômbia e no Peru e o temor de uma safra menos volumosa no Brasil — terem potencial para estimular compradores, o que se vê é o comando das ações com os vendedores, que continuam a especular com o potencial de oferta do Brasil que, na visão desses participantes, daria condições ao mercado de voltar a ter um equilíbrio de oferta. No encerramento do dia, o maio em Nova Iorque teve queda de 450 pontos com 174,70 centavos, sendo a máxima em 180,00 e a mínima em 172,65 centavos por libra, com o julho tendo desvalorização de 435 pontos, com a libra a 175,85 centavos, sendo a máxima em 181,35 e a mínima em 173,90 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição maio registrou perdas de 6 dólares, com 1.992 dólares por tonelada, com o julho tendo desvalorização de 9 dólares, com 2.003 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, as novas perdas no café refletem um cenário técnico baixista que, mesmo com os gráficos apontando para uma sobrevenda, consegue estimular liquidações, em busca de níveis de preço bastante pressionadas. Ao longo desta segunda, o maio atingiu o menor nível desde outubro de 2010 e, para um desses analistas, essa fraqueza também seria reflexo de aspectos externos, como o crescimento menor da China, que faz com que players se sintam menos estimulados a investir em mercados de risco, como as commodities. "Eu creio que, realmente, muita gente está com medo da China passar a importar commodities com menor intensidade", indicou Márcio Bernardo, analista da Newedge. Os contratos de café arábica já despencaram 23% apenas neste ano, com especulações sobre a safra brasileira liderando os motivos de tanta pressão. Essa safra deve começar a ser colhida em maio. "Apesar das quedas constantes de preço, não estamos verificando uma queda na demanda pelo café, com os níveis de venda e de embarques se mantendo intactos", ressaltou Jack Scoville, vice-presidente do Price Futures Group. "A proximidade do primeiro dia de notificação e o alto número de contratos em aberto está inchando o volume negociado dos futuros, com a atividade de spread dominando as sessões. Aos altistas para o curto prazo resta a esperança do maio/julho ter estreitado para menos de US$ 1 por libra e de estarmos no começo da temporada de frio no Brasil que a qualquer momento pode provocar uma cobertura da posição dos fundo", sustentou Rodrigo Corrêa da Costa, operador da Archer Consulting. Os estoques de café nos Estados Unidos tiveram queda de 2,84% — 127.930 sacas — no final de março, totalizando 4.372.087 sacas, informou a GCA (Green Coffee Association). No final de fevereiro, os estoques do país eram de 4.500.017 sacas. Em março de 2011, os estoques norte-americanos estavam em 4.232.153. A maior alta de estoques no mês passado foi verificada no armazém de Nova Iorque, com aumento de 23.474 e maior baixa foi em Nova Orleans, com queda de 56.425 sacas. As companhias de torrefação de café continuam a se beneficiar com a queda dos preços do grão. Com isso, essas empresas podem adquirir grãos mais finos, oferecer produtos melhores aos seus consumidores e, ainda assim, aumentar suas margens de lucro. O café vem tendo quedas constantes desde que bateu nas máximas de mais de uma década em maio de 2011, de acordo com o Índice Café Dow Jones/UBS. "Essas baixas refletem a expectativa da oferta alta de cafés do Brasil, o que iria permitir mudar o quadro de disponibilidade curta verificado em 2011", disse David Krein, diretor sênior de análise e desenvolvimento de produtos do Dow Jones Indexes. "As perdas recentes beneficiaram os torrefadores e os especialistas indicam que eles aproveitam para investir em grãos de maior qualidade", complementou. As exportações brasileiras de café em abril, até o dia 13, somaram 462.460 sacas, contra 475.945 sacas registradas no mesmo período do mês passado, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.329 sacas, indo para 1.529.948 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 51.829 lotes, com as opções tendo 3.308 calls e 2.525 puts. Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem uma resistência em 180,00, 180,50, 181,00, 181,50, 182,00, 182,50, 183,00, 183,50, 184,00, 184,50, 184,90-185,00, 185,50, 186,00 e 186,40-186,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 172,65, 172,00, 171,50, 171,00, 170,50, 170,10-170,00, 169,50, 169,00, 168,50, 168,00, 167,50 e 167,00 centavos por libra.
NY FECHA EM FORTE BAIXA COM DESACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO CHINÊS
Nova York, 16 - Os futuros do café arábica negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam no menor nível em 18 meses nesta segunda-feira, devido às preocupações envolvendo um crescimento menor da economia chinesa, que afetou outros mercados de commodities. O contrato com vencimento em maio caiu 450 pontos (2,51%), a 174,70 cents por libra-peso. Na semana passada, a China informou um crescimento econômico de 8,1% no primeiro trimestre deste ano, abaixo dos 8,9% do trimestre anterior. "Acho que todo mundo realmente está temendo uma desaceleração nas importações de commodities da China", disse o analista Marcio Bernardo, da corretora Newedge. Os futuros do arábica já caíram 23% neste ano, principalmente devido às notícias de uma grande safra no Brasil, que começa a ser colhida em maio. Veja abaixo como ficaram os principais vencimentos em Nova York e Londres. As informações são da Dow Jones.
NY FECHA COM QUEDA ACENTUADA E ATINGE PREÇOS MAIS BAIXOS EM 18 MESES
A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações desta segunda-feira com preços acentuadamente mais baixos. As cotações recuaram e atingiram os patamares maisfracos em 18 meses, diante da continuidade das preocupações com o crescimentoeconômico da China, abaixo do antes imaginado. A proximidade da entrada de uma grande safra de café arábica do Brasil também foi citada por traders. A sessão foi de muita volatilidade e as perdas se intensificaram ao final da manhã em NY. As informações partem de agênciasinternacionais. Os contratos do café arábica para entrega em maio fecharam negociados a 174,70 centavos de dólar por libra-peso, com desvalorização de 4,50 centavos,ou de 2,5%. A posição julho fechou a 175,85 cents, com queda de 4,35 cents, ou de 2,4%.
Londres tem dia técnico, com perdas modestas reportada
s Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta segunda-feira com quedas, ainda que moderadas, em um dia caracterizado pelo predomínio das rolagens de posição. Londres foi, mais uma vez, influenciado pelo comportamento bastante fraco dos arábicas em Nova Iorque. Apesar de não cair tão significativamente quanto à bolsa norte-americana, alguns players atuam nas arbitragens e vêem com apreensão a diminuição gradativa dos diferenciais. De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por alguma tentativa de alta, sendo que, no entanto, o maio não conseguiu flutuar além do nível psicológico de 2.000 dólares. Sem o rompimento desse patamar, algumas ordens de venda passaram a ser emitidas e a primeira posição chegou a bater na mínima de 1.973 dólares. Nesse nível, contudo, com a oferta pequena de origens, foi ainda possível registrar uma desaceleração das perdas. "Tivemos um dia técnico e com a força baixista continuando a ser muito limitada pela disponibilidade vendedora. Vamos ver até quando as origens ofertarão tão “regradamente”. Com esse quadro, o diferencial para Nova Iorque continuam diminuindo, já que os arábicas na bolsa norte-americana continuam em queda livre, atingindo as menores cotações em 18 meses", disse um trader. O maio na bolsa londrina tem 23,5 mil contratos em aberto, contra 44,4 mil do julho. O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de maio com uma movimentação de 4,54 mil lotes, com o julho tendo 5,82 mil lotes negociados. O spread entre as posições maio e julho ficou em 8 dólares. No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição maio registrou perdas de 6 dólares, com 1.992 dólares por tonelada, com o julho tendo desvalorização de 9 dólares, com 2.003 dólares por tonelada.
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