quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Seis gurus opinam sobre a crise
Seis gurus opinam sobre a crise Coerentes, contra a política dos empoados líderes europeus Atenas - A crise do euro, ou melhor, a crise de incompetência política dos empoados líderes europeus, acessa uma crítica curva e a agonia atinge o auge, considerando que todos os cenários para a Grécia, assim como para a Europa total - do mais favorável até o mais desfavorável - estão em aberto.Tentemos iluminar determinados aspectos escuros das prováveis eventualidades que o futuro poderá reservar, por intermédio das previsões de determinados dos mais reconhecidos gurus da economia mundial.Batalha franco-alemã A "briga" entre franceses e alemães em defesa de seus próprios interesses. Assim tenta explicar o famoso economista norte-americano. E destaca que "as autoridades alemãs têm dores de consciência por ter assinado o acordo de 21 de julho e consideram que foram obrigadas a concordar com um acordo que prova-se excessivamente vantajoso para os bancos. Provavelmente, referem-se aos bancos franceses. Os alemães promovem a idéia de um corte de 50% nos títulos do erário grego em troca para aceitarem o fortalecimento do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF), a exemplo de como havia pedido aos demais europeus fazer o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geitner. Os franceses opõem-se a um tão grande corte porque seus bancos mantêm particularmente grandes portfólios de papéis da dívida grega. O mesmo, ocorre também, com o Banco Central Europeu, o qual, opõe-se a este novo episódio das intermináveis medidas de salvação", opina Ed Giardeni.Bancos serão estatizados O guru da CLSA, uma das maiores empresas financeiras da região da Ásia, sustenta que "a economia mundial enfrentará ainda mais dez a 15 anos de dor e lágrimas, com única exceção a Ásia. Especificamente sobre a Europa, seus problemas não referem-se, simplesmente, à falência de certas economias, como a Grécia. O Velho Continente encontra-se em um caminho que leva à falência e, finalmente, à estatização de seus bancos privados. Já os EUA, encontram-se em uma queda que, iniciada em junho deste ano, será muito longa", prevê Russel Neypier.Desvalorização de 120% O analista da Roubini Global Economics, think tank dirigido pelo economista Nouriel Roubini (o profeta do catastrofismo), elaborou estudo especial em torno do provável espectro de desvalorização da dracma, caso a Grécia abandone o euro. Em sua análise, sustenta que "a Grécia poderia eliminar seu déficit atual de 8% na balança de contas correntes com uma desvalorização da ordem de 50%. Contudo, os mercados, provavelmente, não perdoarão a falta de fé com a qual a Grécia gerencia até o momento a crise, e a desvalorização será maior. Uma desvalorização mais realista seria da ordem de 120%. Em condições reais, este percentual poderá elevar-se mais se a - esperada - inflação fugir do controle", afirma Michael Hart.Melhor falência agora Falência ou caos é o dilema não só para a Grécia, mas para a Europa inteira, de acordo com o bilionário e mega-investidor norte-americano James Rogers. "Os europeus - diz - têm uma montanha inteira de bônus e outros "tóxicos" gregos, irlandeses e outros e não sabem o que fazer com esses. Existe somente uma solução: reunirem seus líderes em uma sala e dizer "ok, devemos eliminar dívidas. E devemos sofrer grandes prejuízos. Você, banco "X", sofrerá muito. Vamos montar uma cerca em torno de vocês e os apoiaremos para vocês manterem o sistema vivo; assim, o mundo poderá sacar dinheiro dos bancos e pagar seus compromissos". Se isso não acontecer agora, o mercado obrigará os europeus a fazer isto dentro de dois anos a partir de agora. Mas, então, estaremos falando de um caos incontrolável. Agora, falaríamos apenas sobre falências controladas", diz Rogers.Iminente falência "O governo grego deve escapar rapidamente de sua desfavorabilíssima posição", sustenta o professor de Economia da Universidade de Harvard Martin Feldstein, que explica: "A dívida da Grécia não é viável (no nível de 150% do PIB), sua economia está desabando, registra déficit crônico em sua balança de contas correntes e seus bancos sangram em depósitos. A única solução para a Grécia é a interrupção de pagamentos. Quando fizer isto, deverá ser anulado pelo menos 50% do valor de sua dívida. Mas, ao invés disso, os europeus optam postergar o inevitável mantendo a Grécia em vida. Por quê? Para darem tempo, por um lado, aos seus bancos se prepararem paro choque de uma falência grega, e, por outro, a países como a Itália e Espanha convencerem os mercados de que não terão o mesmo destino. Contudo, os europeus poderão, eventualmente, não ter o tempo que exigem. As taxas de juros de endividamento da Grécia mostram que o mercado espera sua falência para muito em breve. Os políticos da Zona do Euro aprenderão de forma cruel que enganar os mercados é uma política extremamente perigosa", alerta Feldstein."Bomba" da Previdência O famoso pelo pensamento pessimista guru dos mercados Marc Faber avalia que, "seja qual for a solução da crise atual" - suavemente, como esperam os governos de ambas as margens do Oceano Atlântico, ou anômala (como acredita ele mesmo) - "não deverá resolver os problema maior que enfrentarão as sociedades: o financiamento dos gigantescos programas de aposentadorias e Previdência Social na Europa e EUA. Trata-se de um problema pesadelo que recrudescerá nos próximos anos, conforme a geração da grande explosão populacional, após a Segunda Guerra Mundial, marcha ruma à aposentadoria. A única solução para este problema - mas, também, para muitos outros consequentes - é ser encontrado um líder disposto a cometer suicídio político e renegar promessas que foram formuladas durante uma geração inteira", sentencia Faber.As soluções existem, mas contrariam, obviamente, as opiniões dos empoados líderes políticos da União Européia, interessados apenas em salvar seus futuros políticos e os bancos dos banqueiros delinquentes que levaram as populações de ambas as margens do Oceano Atlântico ao caos. Petros Panayotídis Sucursal dos Bálcãs. Taxa Tobin nas transações monetárias européias Bruxelas - O economista laureado com o Prêmio Nobel e aluno de John Maynard Keynes James Tobin foi o primeiro a lançar a idéia de um imposto mundial sobre transações - para o mercado de câmbio - em 1972. A Comissão Européia (CE), órgão executivo da União Européia (UE) propõe a aplicação da Taxa Tobin sobre transações de bancos, seguradoras, fundos de aposentadorias e pensões, hedge funds e outros na UE a partir de 2014, imposto esse que arrecadará cerca de 57 bilhões de euros por ano.Para as transações de bônus e ações propõe-se alíquota mínima de 0,1%, e também sobre produtos monetários institucionalizados e outros similares o denominador de 0,01%. A proposta da CE deverá ser aprovada, por unanimidade, pelos 27 países-membros da UE, mas, caso seja bloqueada pelo governo britânico, então o imposto será adotado pela Zona do Euro apenas.A aplicação de tributação internacional tornou-se questão "incendiária" dos empoados politiqueiros europeus, principalmente alemães e franceses durante longos anos. Os políticos Leonel Jospin, da França, e Gerhard Schröder, da Alemanha, haviam proposto a Taxa Tobin desde 2001, mas naquela época a CE opunha-se por completo, "porque a adoção de uma idéia assim transgride os regulamentos que disciplinam a livre movimentação de capitais entre os países-membros". Driblando a taxa Será que trata-se de, no mínimo, equívoco? A tributação dos bancos em nível internacional os obrigará a pagarem os futuros pacotes de salvação, dizem. A posição dos EUA e da Grã-Bretanha foi sempre negativa, mas a proposta tem sido corajosamente defendida pelo economista e Prêmio Nobel Paul Krugman.Também o ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown havia se posicionado a favor da tributação das transações interbancárias. Porém, existiu sonora divergência de pontos de vista com o presidente dos EUA, Barack Obama, e assim a idéia foi abandonada.Apesar de, frequentemente, ser apresentada como uma medida radical, a Taxa Tobin sobre transações de capitais é, na realidade, bastante difundida. As despesas com estampilhas pagas por ocasião da compra de ações britânicas sobrevivem desde a época de Keynes. Contudo, já é bastante fácil serem desviadas pelos investidores que utilizam produtos.Essencialmente, medidas desta natureza são úteis apenas se passarem pelo teste dos impostos: isto é, aumentando as arrecadações sem afetar excessivamente os preços e as empresas. Mas não passam pelo teste. Frequentemente, é tão fácil evitá-los, porque não trazem arrecadação.A experiência da Suécia das supervolumosas arecadações sobre transações de ações, bônus e outros similares, realizada durante a década de 1980, foi abandonada em 1991, mas sem antes deixar de resultar em repentina queda das transações. Os investidores da Suécia escaparam do pagamento do imposto transacionando com o exterior.Entretanto, o mais importante é que a Taxa Tobin é uma forma insuficiente para o enfrentamento dos grandes pecados do setor financeiro, porque o volume das transações é um mau indício sobre a dimensão, sobre assumir risco e sobre transações de ações, títulos ou a complexidade dos bancos. Punirá as transações de "alta frequência", algo que, contudo, representava uma secundária contribuição à crise.A Taxa Tobin também não contribuirá para a prevenção de uma bolha. Os investidores que desejam negociar em mercados cujos preços já são altos não se desencorajarão por uma pequena contribuição. O setor financeiro precisa de conserto, mas um imposto assim constitui ferramenta equivocada para a tarefa.Mary Stassinákis Sucursal da União Européia.
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