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sábado, 28 de maio de 2011

Sem ter seqüência de compras, café tem dia de retração na ICE

Sem ter seqüência de compras, café tem dia de retração na ICE

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta sexta-feira com quedas, depois de testar o nível de 270,00 centavos e não conseguir dar prosseguimento às aquisições. Em um dia que tinha um bom suporte do mercado externo — com recuperação das commodities e queda considerável do dólar —, o café se mostrou forte na primeira parte do dia e registrou uma valorização considerável, que permitiu o rompimento dos 270,00 centavos. No entanto, nessa área as vendas especulativas voltaram a ser observadas e as perdas se consolidaram, ainda que não de forma acentuada, com as cotações se mantendo distante da zona de suporte mais considerável, que seria próximo de 256,00 centavos por libra.

Operadores destacaram que muitos players estão atentos ao clima no Brasil. No entanto, no curto prazo, não são esperadas novas ondas de frio que pudessem fazer com que os termômetros recuassem mais consideravelmente, o que desestimulou ações especulativas mais incisivas com base no viés climático. Tecnicamente, o mercado está num "meio termo", após ter recuado para baixo de algumas médias móveis, como de 20 e 40 dias. No entanto, ele ainda se situa acima das médias móveis mais longas, o que permite alguma sustentação. Nesse contexto, o nível de 256,75-256,00 centavos é um referencial interessante, já que acima dele o mercado tem ainda alguma força e pode reverter as perdas recentes. No entanto, com esse nível rompido, a tendência natural seria buscar os 230,00 centavos por libra.
Nesta sexta, o after-hours conseguiu uma recuperação parcial e o julho encerrou com uma baixa de 100 pontos a menos que a do intraday. o encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve perda de 190 pontos com 263,70 centavos, sendo a máxima em 270,30 e a mínima em 262,35 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação negativa de 190 pontos, com a libra a 266,80 centavos, sendo a máxima em 273,20 e a mínima em 266,20 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou baixa de 6 dólares, com 2.594 dólares por tonelada, com o setembro tendo desvalorização de 4 dólares, com 2.632 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por dois comportamentos distintos. Na primeira parte do dia, ganhos consideráveis foram verificados, no entanto, a força altista foi totalmente limitada no nível de 270,00 centavos. A segunda parte, por sua vez, foi caracterizada por algumas vendas modestas, que não tiveram condições de levar o julho a romper as mínimas da quinta. "Detectamos vendedores mais fortes no patamar de 270,00 centavos, mas nas baixas tivemos algumas novas aquisições e os torrefadores voltaram a ofertar", disse um trader.

O mercado de café deverá ter um superávit de 4,76 milhões de sacas em 2011/2012, menos que na metade do ano safra, quando a perspectiva era de 10,53 milhões de sacas, informou o banco ABN Amro. A produção de arábica deve ter queda de 5%, para 80,97 milhões de sacas, com o maior produtor mundial, o Brasil, tendo um ano de ciclo de oferta inferior. O superávit desse tipo de café deverá ser de 690 mil sacas, já que a demanda sobe para 80,29 milhões de sacas, contra 79,50 milhões de sacas em 2010/2011. No segmento de robusta se espera uma oferta de 4,07 milhões de sacas superior à demanda. Entretanto, o mercado vê um potencial para um recuo na disponibilidade desse produto. "Os estoques de robusta deverão cair significativamente, já que torrefadores que tradicionalmente preferem o arábica efetuaram uma pequena mudança nos seus blends e estão usando o robusta", indicou o banco. Para o ABN, o Brasil deve ter uma produção de 43,5 milhões de sacas, ao passo que a safra da Colômbia deve variar entre 9 e 9,5 milhões de sacas. O Vietnã, por sua, vez, deve ter um incremento de 1,5 milhão de sacas em sua safra, atingindo 21,5 milhões de sacas, ao passo que a Indonésia, devido a problemas climáticos, deverá ter uma retração de 18% em sua produção, com 6,75 milhões de sacas.

As exportações de café do Brasil em maio, até o dia 26, somaram 1.808.479 sacas, contra 2.091.407 sacas registradas no mesmo período de abril, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 2.995 sacas indo para 1.665.807 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 14.422 lotes, com as opções tendo 4.107 calls e 2.206 puts. Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 270,30, 270,50, 271,00, 271,50, 272,00, 272,50, 273,00, 273,50, 274,00, 274,50 e 274,90-275,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 262,35, 262,15, 262,00, 261,50, 261,00, 260,50, 260,10-260,00, 259,50, 259,00, 258,90, 258,50, 258,00, 257,50, 257,00 e 256,50 centavos por libra.

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