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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Real perdeu seu trono, já não é o melhor carry trade mundial

Real perdeu seu trono, já não é o melhor carry trade mundial

O ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, está eliminando o melhor “carry trade” (operação de arbitragem de taxa de juros) do mundo. A taxa de retorno do investidor aplicado em ativos denominados em reais no exterior caiu para 1,6% na semana passada, menor patamar em sete anos, depois de registrar 8,1% em 30 de março. Isso está levando os investidores a se afastar das operações de arbitragem, que consistem em tomar dinheiro a juros menores em um lugar e aplicar em outra localidade com juros maiores. Quem conta essa história são os contratos de NDF (non-deliverable forward) de um mês. Os NDFs são contratos de moeda sem entrega física, permitindo que investidores em qualquer lugar do mundo invistam em moeda brasileira, por exemplo, sem jamais ter visto um real de perto. O que está acabando com a atrativa taxa de retorno do carry trade é o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6% cobrado nas captações externas inferiores a dois anos. A medida deixou o financiamento em dólares dentro do Brasil mais caro, atingindo, também, as operações de arbitragem. Essa queda na taxa de retorno sinaliza o fim de um período de dois anos no qual o real foi a melhor opção em termos de arbitragem. Tomar financiamento nos Estados Unidos e aplicar no real gerou uma taxa de retorno de 66% em dois anos (até março). Esse é o maior ganho entre 41 moedas acompanhadas pela Bloomberg. Na semana passada, a mesma operação resultou em perda de 0,5%, pior resultado dentro do universo avaliado. “O real não é mais a estrela”, disse o estrategista para América Latina do BNB Paribas, Diego Donadio, de São Paulo. “Todas as restrições que o governo tomou nos últimos meses e trimestres – IOF aqui, IOF ali – tudo isso levou a atritos no mercado.” Enquanto o real perde favoritismo, os investidores estão investindo em moedas como o zloti da Polônia e o peso colombiano. O carry trade com essas moedas, segundo o Royal Bank of Scotland, resulta em retorno de 13,7% para o zloti e 7,3% para o peso.

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