Mesmo com realizações, café sustenta ganhos na ICE Futures
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com altas, em uma sessão em que os preços tiveram oscilações consideráveis. Mais uma vez a predominância dos negócios esteve relacionada às compras especulativas e de fundos. Na primeira parte do dia os negócios foram dominados por tais compras e boas altas foram aferidas. No entanto, um novo movimento de realização de lucros passou a ser observado, o que fez com que praticamente todos os ganhos se esvaíssem. No entanto, os bearish (baixistas) continuam a demonstrar um fôlego bastante limitado e, desse modo, as vendas não conseguiram ter continuidade e, na parte final da sessão, algumas recompras foram processadas, garantindo um fechamento no lado positivo da escola de cotações.
O café conseguiu, pelo segundo dia consecutivo, apresentar um comportamento positivo, mesmo tendo um cenário externo no vermelho. O índice CRB, que mapeia a média de preço de 19 diferentes matérias-primas encerrou a terça com retração de quase 1%, seguindo o petróleo, que caiu mais de 2,2%, ao passo que o dólar registrou uma ligeira recuperação em relação a uma cesta de moedas internacionais. Operadores sustentaram que o mercado de café continua sua dissociação, uma vez que há um viés climático no atual comportamento. Tradicionalmente, a partir de maio o café começa a se atentar com questões como o frio no Brasil. Adicionalmente, neste ano ainda existe a preocupação com as chuvas intensas causas pelo La Niña em países da América do Sul, notadamente na Colômbia, o que deverá afetar a produção desse importante player, que já há duas safras oferta poucos grãos no mercado internacional.
No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve alta de 105 pontos com 306,15 centavos, sendo a máxima em 308,90 e a mínima em 304,00 centavos por libra, com o setembro registrando valorização de 110 pontos, com a libra a 308,90 centavos, sendo a máxima em 311,40 e a mínima em 306,85 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, o julho teve alta de 56 dólares, com 2.611 dólares por tonelada, com setembro ascendendo 54 dólares, com tonelada a 2.629 dólares.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado pela força inicial do mercado e por uma ação de realização nos níveis próximos aos 309,00 centavos. Entretanto, o mercado continua demonstrando consistência, já que, mesmo com esse tipo de ação, não foi forçado para outros níveis de baixa e a mínima do dia ficou muito acima do menor preço praticado na sessão anterior, em 296,75 centavos por libra. "Continuamos a observar uma força na tendência técnica do mercado. Conseguimos nos posicionar bem acima dos suportes e os fechamentos estão se dando também num nível superior às médias móveis. A tendência, efetivamente, é que consigamos testar nossa principal resistência, no patamar de 318,00 centavos, máxima alcançada em maio de 1997", disse um trader.
"Muitos operadores já começaram a especular com o frio no Brasil. O centro-sul do país, pela primeira vez no ano, registra uma massa de ar frio e isso amplia as discussões em torno do mercado climático já que, uma geada poderia ser um fator desestabilizador no mercado. Por outro lado, as altas continuam a ser observadas e refletem também os aspectos técnicos para o café neste momento", disse um trader, que indicou que a tendência do mercado deverá ser buscar, inicialmente, o nível de 313,95 centavos. Commodities, como os grãos, continuam recuando, num reflexo sobre uma avaliação do Federal Reserve, equivalente ao Banco Central dos Estados Unidos, de que a inflação das matérias-primas estaria próxima do fim. Um analista indicou que grandes fundos teriam liquidado mais forte nesse mercado, o que teria causado as perdas da segunda e terça-feira.
De acordo com dados preliminares divulgados hoje pela Organização Internacional do Café, as exportações mundiais para todos os destinos totalizaram 101.002.456 de sacas no acumulado dos últimos 12 meses encerrados em março de 2011, o que implicou crescimento de 7,44% em relação às 94.005.374 sacas embarcadas em idêntico intervalo antecedente. Em março de 2011 foram embarcadas 10.449.400 sacas. Esse volume é 19,59% superior ao registrado no terceiro mês de 2010.
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 5.405 sacas, indo para 1.607.401 sacas. O volume negociado no dia na bolsa nova-iorquina foi estimado em 17.007 lotes, com as opções tendo 5.147 calls e 5.618 puts. Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 308,90-309,00, 309,50, 309,90-310,00, 310,50, 311,00, 311,50, 312,00 e 312,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 304,00, 303,50, 303,00, 302,50, 302,00, 301,50, 301,00, 300,50, 300,10-300,00 e 295,50 centavos por libra.
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