Café fica estável na ICE, mas indicadores mantêm-se altistas
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira com estabilidade, depois de não terem encontrado força para buscar novos níveis de alta ou de baixa, em uma sessão bastante lenta, com poucos negócios reportados. Sem grandes referenciais no cenário externo, já que as commodities tiveram um dia também próximo da estabilidade, os negócios se iniciaram com altas, mas que não tiveram continuidade ao não conseguirem atingir o nível psicológico de 300,00 centavos de dólar por libra. Na segunda parte do dia, o mercado chegou a experimentar retrações que, contudo, também não foram das mais incisivas. O mercado continua focado nos aspectos fundamentais, notadamente a oferta limitada do grão, assim como nas novas chuvas que atingem a Colômbia. Tecnicamente, as formações do mercado se mantêm altistas.
No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve alta de 10 pontos com 296,40 centavos, sendo a máxima em 298,75 e a mínima em 293,50 centavos por libra, com o setembro ficando estável, com a libra a 299,15 centavos, sendo a máxima em 301,50 e a mínima em 296,40 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição maio registrou alta de 37 dólares, com 2.510 dólares por tonelada, com o julho tendo valorização de 34 dólares, com 2.536 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, os futuros de café se consolidaram ligeiramente abaixo das máximas de 14 anos, atingidas na semana passada. Os padrões técnicos continuam bullish (altistas), com vários operadores continuando focados na busca da máxima de maio de 1997, com 318,00 centavos por libra dentro de algumas sessões. Os analistas sustentaram que o gráfico diário do café de julho na bolsa nova-iorquina mostra um padrão claro de predominância das altas em relação as perdas, desde o mês de agosto do ano passado, quando a primeira posição registrava apenas 165,50 centavos de dólar até atingir a nova máxima, em 20 de abril, em 302,50 centavos. Assim, o padrão técnico continua sinalizando para altas.
Depois de pontuar num novo nível de altas na semana passada, Terry Roggensack, analista do Hightower Report, em Chicago, notou que "isso é raro em mercados de commodities, que, em geral, busca fazer as máximas de vários anos, e não ficar apenas tocando alguns níveis mais pronunciados", disse o especialista, que ressaltou que a tendência, para novos ganhos, deverá ser, no curto prazo, dois pontos, em 308,50 e 313,95 centavos por libra. "No campo fundamental, o café poderia atrair no longo prazo, a compra de fundos, nos próximos três ou seis meses. A safra 2011/2012 poderá ser de um déficit de produção mundial. Há razões bastante fortes para que mais especuladores e players do segmento de commodities sintam-se atraídos para esse mercado que tem problema de oferta", disse.
No curto prazo, Roggensack sustenta que ainda há fatores adicionais atuando no mercado. Ele lembrou que o nível de contratos em aberto é relativamente preocupante, já que no dia 5 de abril esse patamar estava em 124.409 lotes, sendo que agora está em 116.698. No mesmo período, o mercado saiu de 256,75 centavos para 302,50 centavos. "Essa retração nos contratos em aberto pode ser um reflexo de que as novas altas foram baseadas em coberturas de posição short e não de novos investimentos. Seria importante que o número de contratos fosse ampliado", explicou o especialista, que, notou ainda que o índice de força relativa, que é um indicador do momento do mercado, mostra algumas divergências nas semanas recentes, sendo que, mesmo com os preços subindo nas escalas, esse indicador registrou algumas retrações. "No dia 22 de fevereiro o índice estava forte, em 83 pontos, no dia 9 de maço foi para 82 e em 20 de abri, com as novas altas, em 75. Isso demonstra que algumas oportunidades nos pontos de alta foram deixadas de lado, o que não deu oportunidade para se ter uma formação mais significativa de preços", complementou.
No entanto, na somatória geral, Roggensack ainda verifica um cenário altista para o mercado. "Devemos apenas evitar nos posicionar abaixo dos 279,65 centavos, o que poderia dar força para que novas perdas pudessem ser testadas", complementou.
Nesta quarta-feira foram postadas 7 notificações contra o maio na bolsa de Nova Iorque, totalizando agora 2.267.
As exportações de café do Brasil em abril, até o dia 26, somaram 1.844.582 sacas, contra 1.616.008 sacas registradas no mesmo período de março, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 5.300 sacas indo para 1.580.900 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 10.240 lotes, com as opções tendo 2.701 calls e 4.016 puts. Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem uma resistência em 298,75, 299,00, 299,50, 299,90-300,00, 300,50, 301,00, 301,50, 302,00 e 302,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 293,50, 293,00, 292,50, 292,00, 291,50, 291,00, 290,50, 290,10-290,00 e 289,50 centavos por libra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário