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terça-feira, 20 de maio de 2014

Produtor de café do Brasil limita vendas futuras


SÃO PAULO (Reuters) - A seca e as oscilações de preço desaceleraram a venda do café brasileiro que será colhido nos próximos meses, disse o especialista em café Gil Barabach, da consultoria Safras e Mercado, nesta segunda-feira.
Barabach estimou que 18 por cento da safra estimada em 47 milhões a 48 milhões de sacas de café foi vendida pelos produtores.
Em média, os produtores vendem cerca de 20 por cento de café da nova safra até o final de abril, disse ele.
"Os preços ainda estavam bastante ruins em dezembro e no começo de janeiro, então os produtores não estavam tão interessados em vender nessa época. Depois que a seca passou e os preços subiram, eles aproveitaram a oportunidade para vender os estoques remanescentes, ao invés de vender no mercado futuro", afirmou Barabach.
Ele afirmou que os produtores estavam desestimulados a fazer vendas antecipadas da nova safra pela volatilidade nos preços nos últimos meses.
A incerteza dos produtores sobre o impacto do clima seco no resultado da colheita também deixou os cafeicultores relutantes em vender a nova safra para entrega nos próximos meses.
Barabach disse que os produtores aproveitaram para se desfazer do café remanescente da safra de 2013 depois da escalada nos preços em fevereiro, diante das preocupações do mercado com o clima seco.
Ele estimou que 90 por cento da safra antiga foi comercializada, em comparação com 91 por cento em média no final de abril.
A colheita brasileira de café arábica ainda não ganhou impulso. A maior parte do café deve ser colhido entre junho e agosto, apesar de o tempo quente e seco entre janeiro e meados de março ter acelerado a maturação da safra.
"O clima deve acelerar a colheita nas áreas afetadas em cerca de duas semanas, mais ou menos", afirmou Barabach.
Ele disse que é muito cedo para deduzir qualquer sinal sobre o efeito do clima neste período inicial da colheita em algumas áreas isoladas, mas afirmou que os resultados do sul de Minas Gerais devem ser acompanhados.
"A seca atingiu mais fortemente o sul de Minas. É lá que, no próximo mês ou dois, vai se saber o quão grave a seca realmente foi. Esse tipo de seca não acontecia há 50 anos, então ainda não sabemos no que vai dar."
(Reportagem Reese Ewing)

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