Em dia de volatilidade intensa, café tem fortes altas na ICE
Sessão das mais voláteis nesta terça-feira em Nova Iorque. Os contratos futuros de arábica na ICE Futures US estiveram em polos extremos, mas, ao final do dia, prevaleceu a força compradora, com ganhos bastante incisivos sendo observados e com a posição julho voltando a flutuar acima do nível psicológico de 210,00 centavos de dólar. A volatilidade desta terça foi muito consistente, com a posição julho variando dentro de um range de impressionantes 1.815 pontos. As ações do dia foram iniciadas com o segundo contrato recuperando terreno e se posicionando acima dos 200,00 centavos, nível que havia sido rompido na sessão passada. Entretanto, os vendedores logo voltaram a ganhar corpo e várias liquidações foram processadas, com o rompimento do suporte de 198,80 centavos e também dos 195,00 centavos. No entanto, na segunda metade do dia, alguns fundos e especuladores voltaram a dar as cartas e passaram a emitir ordens mais agressivas de compra, o que inverteu rapidamente o cenário e permitiu aos terminais a observação de ganhos bastante expressivos.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição julho teve alta de 1.075 pontos, com 211,90 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 212,55 centavos e a mínima de 194,40 centavos, com o setembro registrando oscilação positiva de 1.070 pontos, com 203,15 centavos por libra, com a máxima em 214,50 centavos e a mínima em 196,50 centavos. Na Euronext/Liffe, maio teve ganho de 10 dólares, indo para 2.130 dólares por tonelada, com o julho apresentando valorização de 13 dólares, para 2.139 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, a terça-feira foi caracterizada pela interrupção do quadro de correção, que havia se iniciado ao final da semana passada. Os baixistas ainda que tentaram conter um novo avanço dos compradores, mas foram devidamente atropelados ao final do pregão. No afterhours, algumas realizações foram identificadas, mas os ganhos altos se mantiveram. Vários desses analistas ressaltaram que o mercado está investido num quadro de nervosismo, com uma volatilidade quase incontrolável, ainda que os indicadores, em geral, apontem para um viés altista. As incertezas sobre a disponibilidade ainda são o motivo principal para tanta adrenalina. E tais incertezas poderão continuar na ordem do dia dos negócios, dado que ainda há muitas especulações sobre a produção global.
"O mercado vinha se mostrando menos procurado que o verificado até a semana passada, o que abriu espaço para que tivéssemos, inclusive, o rompimento de um patamar bastante importante, como é o caso dos 200,00 centavos de dólar. Mas, em poucos minutos, tudo isso mudou e o que verificamos foi uma sessão das mais atribuladas, com os preços mudando de direção de forma extravagante. O mercado se mantém com olhos voltados para a questão da disponibilidade global, diante da quebra de safra no Brasil, no México e em alguns países centro-americanos. Efetivamente, o volume ofertado deverá ser menor na temporada, com os estoques devendo ser acionados para atender a demanda", disse um trader.
O Vietnã pretende erradicar até 95 milhões de plantas de café em seu primeiro programa de renovação de lavouras. O processo reduziria as exportações nos próximos anos, o que poderia tornar a oferta global ainda mais limitada. Segundo as entidades produtoras vietnamitas, o parque cafeeiro local está envelhecido e, diante do temor de uma diminuição do potencial produtivo, se optou pela renovação. A produção de robusta do Vietnã na temporada 2014/2015, que começa em outubro, provavelmente vai ser de 15% a 20% menor da safra atual, de cerca de 1,3 milhão de toneladas, segundo cálculos da Associação de Café e Chá do país. As exportações deste ano safra provavelmente serão inferiores às registradas em 2012 e 2013.
As exportações brasileiras no mês de abril, até o dia 28 ,totalizaram 2.073.306 sacas de café, alta de 27,27% em relação às 1.629.031 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 4.247 sacas, indo para 2.569.998 sacas.
Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem resistência em 212,55, 213,00, 213,50, 214,00, 214,50, 215,00, 215,50, 216,00, 216,50, 217,00,217,50, 218,00, 218,50 e 219,00 centavos de dólar, com o suporte em194,40-194,50, 194,00, 193,50, 193,00, 192,50, 192,00, 191,50, 191,00, 190,50,190,10-190,00, 189,50 e 189,00 centavos.
Londres tem dia de alta, mas com oscilações dentro de intervalo
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta terça-feira com altas, ainda que modestas, permitindo que houvesse a manutenção do intervalo. Assim como na segunda-feira, a sessão foi marcada por poucas novidades, com o volume de operações sendo apenas razoável.
De acordo com analistas internacionais, as arbitragens, mais uma vez, foram pouco preponderantes para a formação de preços na bolsa londrina. Assim como verificado na segunda-feira e na maior parte da semana passada, os contratos na casa britânica ficaram alheios à forte volatilidade dos arábicas em Nova Iorque, o que contribuiu consideravelmente para que o nível atual de preços fosse preservado sem maiores contratempos.
"As origens estão consideravelmente reticentes em Londres e não temos um poderio vendedor mais efetivo, o que permite preservar o nível de 2.000 dólares para o julho. Por outro lado, não temos um fôlego comprador mais consistente e não conseguimos voltar a testar os 2.150 dólares. Hoje, a máxima se limitou a 2.142 dólares", disse um trader.
O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 2,40 mil contratos, contra 7,38 mil do julho. O spread entre as posições maio e julho ficou em 9 dólares.
No encerramento do dia, o maio teve ganho de 10 dólares, indo para 2.130 dólares por tonelada, com o julho apresentando valorização de 13 dólares, para 2.139 dólares por tonelada.
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