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quarta-feira, 2 de abril de 2014

Chinesas Cofco e Hopu anunciam joint venture e compram 51% da Noble

A chinesa Cofco, gigante estatal de grãos, e a firma de private equity Hopu Investment Management anunciaram nesta quarta-feira (2/4) a formação de uma joint venture com a divisão de agronegócios da Noble Group, cuja sede fica em Hong Kong. Pelo acordo, a Cofco terá dois terços do consórcio com a Hopu e ambas comprarão 51% do segmento de agronegócios da Noble por US$ 1,5 bilhão, um negócio que tende a tornar os preços de grãos mais transparentes para a estatal chinesa.

"A cadeia de suprimentos agrícolas da Noble e capacidades de originação complementam a rede de logística, processamento e distribuição da Cofco na China", disse o presidente da Cofco, Frank Ning, em comunicado. Ele assumirá a presidência da joint venture, enquanto Richard Elman, fundador e presidente da Noble Group, ficará com a vice-presidência, informaram as companhias.

O JP Morgan foi o único assessor financeiro da Noble. Já o Morgan Stanley e a Hopu aconselharam o consórcio.

As especulações sobre uma joint venture foram confirmadas no início de março. Na ocasião, a Noble informou que estava negociando sua divisão de agronegócios, que quase teve o capital aberto em 2011, em operação avaliada em US$ 700 milhões, antes de ser prejudicada pela queda dos preços das commodities, especialmente os do açúcar. A Noble já tem 15% de participação do fundo soberano China Investment e opera com os mais variados produtos, de oleaginosas a algodão, distribuindo-os na Ásia e no Oriente Médio.

Esse é o segundo negócio bilionário feito este ano pela Cofco, que quer expandir sua presença no mercado agrícola mundial. No fim de fevereiro, a empresa adquiriu 51% da trading de grãos Nidera, ampliando sua presença em importantes áreas produtoras, como América Latina e Rússia. O negócio, segundo pessoas próximas, movimentou US$ 4 bilhões.

Pouco conhecida fora da China, a Cofco, fundada em 1949, é a principal importadora chinesa de milho dos Estados Unidos e de trigo da Austrália. Com receita de US$ 34 bilhões em 2012, as compras da estatal refletem a demanda do país asiático por commodities agrícolas. Em 2011, a China se tornou um importador líquido de arroz e a diferença entre exportações e importações tem aumentado ano após ano. Desde 2004, o país compra mais soja do que produz. Em dezembro do ano passado, também importou um volume recorde de milho dos Estados Unidos.

Fonte: Dow Jones Newswires.

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