Café tem dia menos intenso e registra alta modesta na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira com oscilações menos extremas, se comparadas com a média recente da casa de comercialização norte-americana. Ao longo da manhã, a posição julho chegou a ver o nível psicológico de 210,00 centavos de dólar por libra peso ser rompido, entretanto, logo na sequência um movimento de recompras foi empreendido, possibilitando a estabilização das cotações. Na parte final do pregão, os compradores ainda ganharam certo corpo e o fechamento se deu com ganhos modestos.
O mercado mantém o mesmo clima de nervosismo iniciado ainda nos primeiros dias de 2014, diante da constatação de um menor potencial produtivo do Brasil, algo que seria ainda mais agravado como janeiro e fevereiro de calor intenso e de chuvas mínimas no cinturão cafeeiro do principal país produtor. Muitos players continuam a apostar nas "compras protetivas", diante de uma incerteza sobre o cenário de oferta, o que permite uma sustentação de níveis que eram inimagináveis ao final de 2013. Naquela época, os participantes avaliavam a dificuldade dos contratos de maior liquidez em se manter num nível de preço de três dígitos, havendo, inclusive, várias consultorias que apostavam em cotações bastante deprimidas. Depois dessa mudança radical, o mercado continua se mostrando dinâmico, sendo que os bulls (altistas) se mantêm dando as cartas.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição julho teve alta de 85 pontos, com 214,80 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 216,45 centavos e a mínima de 206,85 centavos, com o setembro registrando oscilação positiva de 90 pontos, com 216,85 centavos por libra, com a máxima em 218,35 centavos e a mínima em 209,20 centavos. Na Euronext/Liffe, o maio ficou estável em 2.152 dólares por tonelada, com o julho apresentando desvalorização de 4 dólares, para 2.166 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o perfil, apesar da volatilidade das primeiras horas da sessão, do dia foi consolidativo, com o julho conseguindo recuperar terreno e se posicionando acima dos 210,00 centavos. Esses analistas sustentaram que o número de players em posição de defesa continua alto, o que é uma garantia para a manutenção de intervalos interessantes. As notícias baixistas, algo tão em voga até dezembro de 2013,não ganham uma reverberação mais consistente, ante o temor desses players com suas posições. Diante desse quadro externo, o mercado interno brasileiro continua a apresentar pouquíssima movimentação, com as ofertas se mostrando bastante limitadas.
"Estamos conseguindo equilibrar os preços acima do patamar de 200,00 centavos de dólar até com alguma tranquilidade. O mercado se mantém focado na questão da disponibilidade de café para a atual temporada e, até mesmo, para a próxima. O centro dessa discussão é o Brasil. O país deverá ter uma significativa quebra de safra na atual temporada, o que poderá redundarem uma oferta menor globalmente, havendo necessidade de se recorrer aos estoques. A incerteza é quanto à quebra brasileiro, algo que só poderá ser avaliado mais efetivamente quando a colheita avançar significativamente", disse um trader.
O Vietnã espera vender cerca de 1,5 milhão de toneladas de café no mercado mundial em 2014, gerando uma receita de 3 bilhões de dólares. A previsão é da Vicofa (Associação de Café e Cacau do Vietnã). No primeiro trimestre de 2014, um total de 602 mil toneladas foi exportado, gerando uma recenta de 1,2 bilhão de dólares. Nos dois primeiros meses deste ano, o café do Vietnã foi vendido a um preço médio de 1.880 dólares por tonelada, queda de 10,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O café vietnamita foi enviado, no primeiro trimestre, para mais de 80 países do mundo. A Alemanha e os Estados Unidos mantiveram-se como os maiores importadores, com 14% e 11% do total das compras. O Vietnã é responsável por vender cerca de 60% de todo o café robusta disponível no mercado.
As exportações brasileiras no mês de abril, até o dia 22 ,totalizaram 1.328.082 sacas de café, alta de 8,12% em relação às 1.228.290 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.100 sacas, indo para 2.576.185 sacas.
Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem resistência em 216,45-216,50, 217,00, 217,50, 218,00, 218,50, 219,00, 219,50, 219,90-220,00,220,50, 221,00, 221,50, 222,00 e 222,50 centavos de dólar, com o suporte em206,85, 206,50, 206,00, 205,50, 205,00, 204,50, 204,00, 203,50, 203,00, 202,50,202,00, 201,50, 201,50 e 200,50 centavos.
Londres tem dia mais calmo e próximo da estabilidade de preços
Os contratos futuros de café robusta negociados na ICE Futures US tiveram uma quinta-feira de preços dentro de intervalos, sem oscilações de grande monta. Ao longo da manhã, os vendedores tiveram alguma ação efetiva e viram o julho atingir os 2.140 dólares. Entretanto, a partir desse nível, algumas recompras foram realizadas e a máxima bateu nos 2.168 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi mais tranquilo se comparado com os pregões do restante da semana. Mais uma vez, os preços conseguiram ficar dentro de um intervalo menos volátil, com o julho dando sinais de que tem consistência para preservar um nível como o de 2.150 dólares.
"Assim como ocorreu em Nova Iorque, tivemos algumas oscilações mais e, na sequência, um contraponto entre compradores e vendedores, que permitiu o equilíbrio das cotações. O mercado, porém, continua agitado e não deverá perder essa característica, ao menos no curto prazo, diante das muitas incertezas quanto à disponibilidade global, principalmente dos grãos arábicas, algo que afeta diretamente Londres, por conta das fortes arbitragens", disse um trader.
O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 2,33 mil contratos, contra 7,29 mil do julho. O spread entre as posições maio e julho ficou em 14 dólares.
No encerramento do dia, o maio ficou estável em 2.152 dólares por tonelada, com o julho apresentando desvalorização de 4 dólares, para 2.166 dólares por tonelada.
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