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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Mercado reage a números sobre Brasil e café na ICE tem fortes ganhos

  Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US tiveram uma segunda-feira positiva, com o março chegando a operar acima do nível psicológico de 120,00 centavos. Fundos e especuladores atuaram predominantemente no lado comprador, o que garantiu uma continuidade do bom humor já verificado ao final da semana passada.

A grande notícia do dia e que deu suporte para boa parte dos ganhos foi quanto ao anúncio de um grande player do segmento cafeeiro sobre a safra do maior produtor mundial. Segundo a Volcafé, divisão de café da EDF&Man, a safra cafeeira do país em 2014/2015 cairia acima das expectativas, refletindo as podas realizadas em várias lavouras e também a fadiga das plantas, depois de duas safras abundantes e consecutivas. A Volcafé baixou seu prognóstico de produção para 51 milhões de sacas, contra uma previsão inicial, apresentada em novembro, de 60 milhões de sacas. Para a companhia, o Brasil produziu 57,2 milhões de sacas em 2013/2014 e 56,8 milhões de sacas em 2012/2013.

A avaliação oficial do governo brasileiro, através da Conab, apontou uma safra em 2013 de 49,15 milhões de sacas e de 50,83 milhões em 2012. A Volcafé indicou que os produtores brasileiros registram podas mais severas, visando eliminar custos para o próximo ano e estimulando um produção mais abundante para a temporada futura. Essa tendência foi impulsionada por previsões de produtividade menores e também pela decepção com os preços atuais do produto. Por fim, a trading previu um déficit global de café de cerca de 5 milhões de sacas em 2014/2015, em comparação com um superávit de 6 milhões de sacas do ano anterior. Essa nova previsão pegou muitos players de surpresa e vários operadores que vinham trabalhando cenários de oferta mais efetiva agora já trabalham com outros cenários, com números não tão abundantes quanto o de um passado recentíssimo.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição março teve ganho de 465 pontos, com 121,00 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 121,45 centavos e a mínima de 115,70 centavos, com o maio registrando avanço de 460 pontos, com 123,15 centavos por libra, com a máxima em 123,50 centavos e a mínima em 117,90 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, o março teve alta de 61 dólares, com 1.705 dólares por tonelada, com o maio tendo valorização de 57 dólares, para o nível de 1.670 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado pelo predomínio das compras especulativas. Desde a manhã os ganhos foram efetivados e na segunda metade do dia o mercado se tornou ainda mais consistente, com o março chegando a tocar os 121,45 centavos de dólar por libra, no melhor patamar desde 27 de setembro do ano passado. Algumas desacelerações naturais foram verificadas, mas a finalização do pregão se deu ainda com avanços bastante interessantes, com as cotações próximas da máxima. As notícias sobre a safra brasileira fizeram com que o café deixasse de lado o segmento externo, que teve mais um dia de pressão, com perdas para as bolsas de valores. No segmento commodities, o petróleo voltou a recuar, ainda que a maior parte dos softs tenha conseguido registrar avanços.

"Essa é uma notícia muito positiva. Afinal, se a Volcafé faz uma avaliação de uma safra como essa a tendência é que tenhamos uma produção ainda mais abaixo do esperado", apontou um analista sobre os números divulgados pela tranding. "Tivemos um dia altamente positivo. O mercado se tornou mais procurado, com muitos players retornando aos seus postos e justamente em uma sessão assim tivemos um diferencial no campo fundamental, que permitiu que os ganhos se efetivassem e que o março voltasse a tocar um novo referencial, que é o de 120,00 centavos", disse um trader.

"O ambiente em geral parece apontar que maioria ainda está baixista, com muitos operadores tentando acertar o melhor ponto de entrar vendido novamente. Já vimos várias vezes um enredo parecido, e muito embora seja verdade que o Vietnã deve ser um bom vendedor durante o mês de janeiro (antes do inicio das comemorações do inicio do ano lunar), e que nos próximos 5 a 10 centavos o Brasil também participará das vendas, é bom não esquecermos que depois disto pressão mesmo só deve ocorrer a partir de abril. Isto se não continuarmos a ver reduções das estimativas de safra brasileira, que tem diminuído o clube dos que apostam em uma produção maior do que 60 milhões de sacas", indicou Rodrigo Corrêa da Costa, da Archer Consulting.

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 2.054 sacas, indo para 2.702.778 sacas. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência 121,45-121,50, 122,00, 122,50, 123,00, 123,50, 124,00, 124,50, 125,00, 125,50, 126,00 e 126,50 centavos de dólar, com o suporte em 115,70, 115,50, 115,10-115,00, 114,50, 114,00, 113,50, 113,00, 112,50, 112,00, 111,50, 111,20, 111,00, 110,50, 110,20, 110,10-110,00, 109,80 e 109,50 centavos.




Robustas seguem bom humor de arábicas e Londres avança

  Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe tiveram um dia de boa recuperação nesta segunda-feira. A posição março, que ao longo da semana passada chegou a flertar com os menores patamares desde outubro, conseguiu avanços importantes, operando acima do nível psicológico de 1.700 dólares.

De acordo com analistas internacionais, a sessão foi positiva para o café, seguindo o bom comportamento dos arábicas. Parte desse otimismo esteve ligado ao fato de uma importante trading, a Volcafé, ter lançado um novo prognóstico sobre a safra brasileira do grão, indicando que o país não deverá ter uma produção das mais consistentes em 2014, por conta do estresse das plantas após duas supersafras.

"Evidentemente que essa notícia da Volcafé foi o destaque do pregão, com os players efetuando várias especulações em cima dela. Afinal, muita gente vinha trabalhando com cenários de oferta consistentes, que podem não ocorrer efetivamente. Um levantamento de um trading importante tem um peso considerável na avaliação do mercado", disse um trader.

O março teve uma movimentação ao longo do dia de 8,52 mil contratos, contra 5,01 mil do maio. O spread entre as posições março e maio ficou em 35 dólares. No encerramento do dia, o março teve alta de 61 dólares, com 1.705 dólares por tonelada, com o maio tendo valorização de 57 dólares, para o nível de 1.670 dólares por tonelada.

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