Páginas

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Compras especulativas dão sustentação a bons ganhos na ICE

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira com bons ganhos, que permitiram fazer com que a posição março conseguisse sair da órbita do nível de 115,00 centavos e passasse a flutuar proximamente do patamar dos 120,00 centavos. Os ganhos vieram na esteira de ações de características técnicas, com especuladores e fundos se revezando no lado comprador desde o início do pregão e com as cotações chegando a tocar em máximas que não eram atingidas desde 14 de janeiro passado. Os operadores destacaram que o mercado também tem suas atenções voltadas para outros fatores importantes e que podem dar uma sustentação fundamental aos terminais.

Após a constatação de que o Brasil não terá uma super safra neste ano, os cálculos sobre a disponibilidade do grão tiveram uma mudança significativa, que ainda é mais aguda ao se levar em conta a retração constante dos estoques certificados, tanto na bolsa nova-iorquina como na londrina. Por outro lado, parte dos ganhos recentes pode também estar relacionado com a questão climática no Brasil, já que a onda de calor intenso e poucas chuvas poderá refletir no tamanho da safra e, principalmente, na qualidade dos grãos que começarão a ser colhidos em maio. Diante desse cenário intrincado, os vendedores se mostram muito mais cautelosos se comparado com o comportamento assistido no final do ano passado, por exemplo. Se naquele momento muitos players falavam na possibilidade de cotações em dois dígitos, neste momento já se avalia o março num novo patamar, provavelmente ao redor dos120,00 centavos.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição março teve ganho de 290 pontos, com 120,00 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 120,55 centavos e a mínima de 117,15 centavos, com o maio registrando avanço de 290 pontos, com 122,05 centavos por libra, com a máxima em 122,50 centavos e a mínima em 119,15 centavos. Na Euronext/Liffe, o março teve alta de 30 dólares, com 1.774 dólares por tonelada, com o maio tendo valorização de 28 dólares, para o nível de 1.745 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por boas compras e recompras especulativas. As coberturas de posições short deram sustentação às altas desde a manhã, com a abertura do pregão sendo no patamar de 117,30 centavos, ao passo que ainda pela manhã o nível de 120,55 centavos foi testado. Os ganhos se mantiveram intactos ao longo da tarde, complementando uma sessão positiva para o café. No segmento externo, o dólar apresentou avanço em relação a várias moedas internacionais. Entretanto, caiu fortemente no confronto com o real brasileiro, o que limitou as vendas mais efetivas dessa origem. As bolsas de valores ganharam corpo nesta quinta-feira nos Estados Unidos, com destaque para a Nasdaq, que subiu cerca de 2%. Nas commodities, o complexo soft teve um dia de altas, com exceção do cacau, que recuou 0,2% ao final do dia.

"Tivemos uma sessão interessante, com boas alternativas no lado comprador. O mercado se mantém focado em aspectos referentes à disponibilidade, mas a questão climática no Brasil também ganha força. Se a safra esperada já não era tão efetiva quanto aquela anteriormente esperada, agora, com calor e poucas chuvas, já cresce o número de especialistas avaliando que a qualidade poderá ser comprometida", disse um trader.

O consumo de café deverá se manter em alta em 2014, de acordo com avaliação do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que também crê em retração no volume de produção global. Após o arábica chegar a níveis máximos históricos em maio de 2011 - quando alcançou 343,00 centavos de dólar por libra -, os produtores passaram a buscar um aumento na produção do grão, algo que terminou em uma situação de superprodução durante os dois anos seguintes. De acordo com a agência de notícias Bloomberg, um levantamento efetuado junto a especialistas do setor indica uma previsão de que, até o final de 2014, a libra de arábica fique acima dos 126,00 centavos, enquanto em 2015 poderá ir para os 132,00 centavos, aproximadamente.

As exportações brasileiras no mês de janeiro, até o dia 28, totalizaram 1.823.965 sacas de café, queda de 3,54% em relação às 1.891.022 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 3.389sacas, indo para 2.668.999 sacas.
Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência 120,55, 120,65, 120,90-121,00, 121,50,122,00, 122,50, 123,00, 123,50, 124,00, 124,50, 124,90-125,00 e 125,50 centavos de dólar, com o suporte 117,15, 117,00, 116,50, 116,35, 116,00, 115,50,115,10-115,00, 114,50, 114,00, 113,70, 113,50, 113,30, 113,15, 113,00 e 112,50 centavos.



Londres ganha corpo e bate na máxima de 44 dias

Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe tiveram um diapositivo, com ganhos sendo observados e com a posição março se consolidando acima do nível referencial de 1.750 dólares. A evolução dos preços veio na esteira do bom comportamento dos arábicas em Nova Iorque e também da oferta limitada das origens, já que a grande maioria dos players do Vietnã está de lado, aproveitando as comemorações do ano novo lunar, Tet, que tem início oficialmente nesta sexta-feira.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi bastante procurado. Mesmo com os vietnamitas de lado, o volume negociado aumentou substancialmente, principalmente com as ações de specs e fundos. A máxima do dia atingiu a marca de 1.782 dólares, melhor nível desde 17 de dezembro passado.

"Com pouca ação no lado vendedor e um fôlego interessante dos compradores, o mercado conseguiu evoluir e batemos em uma máxima de mais de um mês. As rolagens continuam a ser observadas e devem se tornar muito mais intensas a partir da próxima semana. Com poucas vendas de origens e com os arábicas também em ritmo animado, a tendência é buscarmos uma resistência efetiva, como é o caso dos1.800 dólares", disse um trader.

O março teve uma movimentação ao longo do dia de 9,45 mil contratos, contra 6,88mil do maio. O spread entre as posições março e maio ficou em 29 dólares.
No encerramento do dia, o março teve alta de 30 dólares, com 1.774 dólares por tonelada, com o maio tendo valorização de 28 dólares, para o nível de 1.745dólares por tonelada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário