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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Café tem ligeira recuperação na ICE, mas fica abaixo dos 120 cents

  Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira com altas, em uma recuperação parcial, depois de as três primeiras sessões da semana terem sido caracterizadas por perdas. Diante disso, o março, mais uma vez, conseguiu se "desvencilhar" do patamar de 115,00 centavos e voltou a ganhar corpo, ainda que, ao longo de todo o pregão, o referencial de 120,00 centavos não tenha sido testado.

As ações do dia foram caracterizadas basicamente por recompras especulativas. Desde a manhã os preços apresentavam consistência, que se tornou ainda mais efetiva na segunda metade do pregão, com especuladores e, em menor grau, os fundos atuando no lado comprador. O mercado especula com várias questões, como a safra brasileira, que anteriormente era esperada com números recordes e agora parece se alinhar mais proximamente de um volume relativamente modesto, assim como com os estoques globais.

O montante estocado e certificado na bolsa de Londres cai de forma constante, assim como os estoques certificados na ICE que, após uma alta considerável, vem apresentando baixas sustentadas e estão próximos dos 2,6 milhões de sacas. Na quarta-feira, GCA (Green Coffee Association) indicou uma diminuição de 927 sacas nos estoques dos Estados unidos, final de dezembro, somando 5.086.718 sacas. Em 30 de novembro passado, o montante armazenado no país era de 5.087.645 sacas. Diante de um emaranhado de números, os operadores vêm efetuando cálculos diversos, o que pode ser determinante para a manutenção de intervalos e até mesmo para a não repetição do quadro de novembro passado, quando as cotações atingiram os menores níveis em 86 meses.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição março teve avanço de 115 pontos, com 118,35 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 119,75 centavos e a mínima de 117,35 centavos, com o maio registrando ganho de 115 pontos, com 120,60 centavos por libra, com a máxima em 122,00 centavos e a mínima em 119,60 centavos. Na Euronext/Liffe, o março teve alta de 29 dólares, com 1.735 dólares por tonelada, com o maio tendo valorização de 28 dólares, para o nível de 1.703 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia na bolsa norte-americana foi marcado pelo retorno dos compradores. Boas ofertas foram registradas, mas o março não conseguiu ir além dos 119,75 centavos, sendo que o rompimento, mais uma vez, do nível de 120,00 centavos poderia ser um ponto de apoio importante para evitar que os bears (baixistas) ganhassem corpo. No segmento externo, o dia foi de perdas para as bolsas de valores nos Estados Unidos, principalmente para a Dow Industrial. O dólar se manteve estável em relação a uma cesta de moedas internacionais. No mercado físico brasileiro, segundo avaliação do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, os negócios se mostram bastante lentos, sendo que os preços para os robustas conseguiram avanço, ao passo que os arábicas recuaram em média 4% em relação à semana anterior.

"As ações foram técnicas, com as recompras sendo o destaque, o que permitiu ao março voltar a se aproximar dos 120,00 centavos. Alguns operadores ressaltaram que o fator clima também está na agenda de temores dos players, ressaltando, como exemplo, o frio no México, as chuvas incessantes na Indonésia e também alguns eventos isolados no Brasil. São variáveis consideráveis, mas, por enquanto, os terminais demostram uma consistência em manter parâmetros e a tendência, de curto prazo, é ficarmos flutuando entre os 115 e 120 cents", disse um trader.

Comerciantes da Indonésia indicam que a qualidade do café da região de Sumatra, principal bastião cafeeiro dessa nação asiática, está abaixo da média recente, o que fez com que os torrefadores diminuíssem consideravelmente as aquisições. Um exportador da região ressaltou que há um volume considerável de café disponível, no entanto, os produtores não estão conseguindo efetuar a secagem ideal, ante o alto volume de chuvas. Segundo a Organização Internacional do Café, o país deverá ter uma safra nesta temporada de 12,7 milhões de sacas. Hoje, os produtores locais buscam prêmios de até 40 dólares acima da cotação da bolsa de Londres, ao passo que os exportadores querem adquirir apenas a prêmio zero ou, no máximo, com valores até 20 dólares acima da tonelada.

As exportações brasileiras no mês de janeiro, até o dia 15, totalizaram 793.339 sacas de café, queda de 12,58% em relação às 907.515 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência 119,75, 119,90-120,00, 120,50, 121,00, 121,05, 121,50, 122,00, 122,50, 122,60, 123,00, 123,50, 124,00, 124,50, 125,00, 125,50, 126,00, 126,50, 127,00, 127,50, 128,00, 128,50 e 129,00 centavos de dólar, com o suporte 117,35, 117,00, 116,50, 116,00, 115,95, 115,70, 115,50, 115,10-115,00, 114,95, 114,50, 114,00, 113,50, 113,00, 112,50, 112,00, 111,50, 111,00 e 110,50 centavos.




Londres tem boa recuperação e acompanha movimento da Ásia

  Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta quinta-feira com ganhos consistentes, em uma sessão marcada por boas aquisições de especuladores e fundos. O volume comercializado ao longo do dia na bolsa britânica esteve num nível ligeiramente acima da média recente.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por avanços significativos. No início dos trabalhos, o março flutuou próximo do nível de 1.700 dólares, mas, passo a passo, os compradores passaram a ganhar corpo e os avanços foram surgindo, com a máxima do pregão tocando o nível de 1.759 dólares. As especulações de que o Vietnã está vendendo bem menos que o esperado antes do início do ano novo lunar dão uma sustentação interessante aos preços.

"Muitos operadores esperavam que os vietnamitas, como ocorre tradicionalmente, liquidassem mais fortemente antes do Tet, mas isso efetivamente não está ocorrendo. Informações que chegam de Ho Chi Min apontam que os produtores não estão contentes com as atuais cotações, mesmo com os prêmios. E diante disso a oferta se mantém reduzida. Por outro lado, a Indonésia, que oferta muito neste período, sofre com chuvas intermitentes, o que tem dificultado a secagem e interferido na qualidade", disse um trader.

O março teve uma movimentação ao longo do dia de 8,34 mil contratos, contra 6,62 mil do maio. O spread entre as posições março e maio ficou em 38 dólares. No encerramento do dia, o março teve alta de 29 dólares, com 1.735 dólares por tonelada, com o maio tendo valorização de 28 dólares, para o nível de 1.703 dólares por tonelada.

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