Café volta a ganhar corpo e março bate nos 115 cents na ICE
Os contratos futuros de café negociados na ICE Futures US encerraram esta sexta-feira com bons ganhos, com a posição março conseguindo se posicionar acima do nível psicológico de 115,00 centavos de dólar por libra peso, melhor patamar de preço desde 21 de outubro passado.
As ações do dia estiveram centradas em aquisições de aspecto especulativo. Novamente as arbitragens foram efetivas, dado que os robustas em Londres registraram avanços significativos ao longo dos últimos dias, o que havia feito com que os diferenciais com os arábicas tivesse diminuído de forma muito consistente.
O nível de 112,80 centavos, que era uma resistência importante, conseguiu finalmente ser ultrapassado e isso, como já era esperado, abriu espaço para que alguns stops de compra fossem acionados. Um operador ressaltou que, diante desse comportamento, o mercado consegue recompor ligeiramente os preços. Entretanto, salientou, o café ainda está dentro de um quadro sobrevendido e, desse modo, há algum espaço para se posicionar acima das mínimas de 85 meses, registradas em novembro. E nesse diapasão, é possível fechar o ano acima dos 100,00 centavos, contrariando várias opiniões baixistas registradas no mercado ao longo dos últimos meses.
No longo prazo, o quadro baixista ainda está estampado, amparado, prioritariamente, na oferta abundante, por conta, principalmente, das produções altas de países como Brasil, Vietnã e Colômbia.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição março teve alta de 395 pontos, com 115,25 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 115,50 centavos e a mínima de 111,75 centavos, com o maio registrando ganho de 385 pontos, com 117,45 centavos por libra, com a máxima em 117,70 centavos e a mínima em 113,75 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro teve queda de 5 dólares, com 1.816 dólares por tonelada, com o março tendo valorização de 24 dólares, para o nível de 1.799 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado pela ação dos especuladores e fundos, que voltaram a se posicionar no lado comprador. O março gradativamente foi ganhando força e fechou perto da máxima da sessão, tendo, no after hours, ganhado ainda mais corpo. No segmento externo, o dia não trouxe grandes novidades. As bolsas de valores nos Estados Unidos ficaram estáveis, assim como o dólar em relação a várias moedas internacionais. Já o complexo de commodities softs teve ganhos para café, cacau e algodão, mas quedas para o açúcar e suco de laranja.
"Tivemos um mercado cafeeiro mais movimentado e volátil que o de outros segmentos. As altas vieram quase que naturalmente. Essa reação era esperada, já que Londres se mantém consistente e os diferenciais estavam se encurtando de maneira drástica. Dificilmente Londres vai inverter essa situação de forma rápida e, portanto, é possível que tenhamos um fator de sustentação para os preços, ao menos no curto prazo. Já numa visão mais longa, a tendência ainda não é das mais positivas", disse um trader.
Dados da Euronext/Liffe (bolsa de Londres) apontaram que os estoques de café certificado nessa casa de comercialização recuaram 32% nas últimas duas semanas, indo para 31.420 toneladas. Esse volume é referente ao dia 09 de dezembro, sendo que no informe anterior o montante estocado era de 45.900 toneladas.
As exportações brasileiras no mês de dezembro, até o dia 11, totalizaram 690.691 sacas de café, alta de 21,65% em relação as 567.773 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 2.930 sacas, indo para 2.667.848 sacas. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência em 115,50, 116,00, 116,50, 117,00, 117,50, 118,00, 118,50, 119,00, 119,50, 119,90-120,00, 120,50, 121,00, 121,50 e 122,00 centavos de dólar, com o suporte em 111,75, 111,50, 111,00, 110,50, 110,10-110,00, 109,80, 109,50, 109,35, 109,00, 108,50, 108,00, 107,50, 107,00, 106,50, 106,00, 105,80, 105,65 e 105,50 centavos.
Março volta a subir em Londres, mas fica abaixo dos US$ 1.800
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta sexta-feira com altas para as posições futuras, porém com um ligeiro revés para o janeiro, por conta das ações de rolagens. O março, apesar do avanço, não conseguiu se sustentar acima dos 1.800 dólares, depois de ter tocado na máxima de 1.813 dólares.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi de novas aquisições especulativas. Levantamento realizado pela bolsa londrina mostra que os estoques certificados nessa casa de comercialização recuaram 32% em duas semanas. Diante da fraqueza do montante armazenado e da percepção que a recomposição desse volume não se dará de um dia para o outro, os compradores se mostram mais efetivos e os ganhos ocorrem naturalmente.
"Tivemos mais liquidações no janeiro, que vai diminuindo o seu montante de contratos em aberto. Porém, os compradores foram consistentes no março, no maio e os ganhos se efetivaram. O spread entre o primeiro e o segundo contrato diminuiu significativamente", disse um trader.
O janeiro teve uma movimentação ao longo do dia de 5,35 mil contratos, contra 10,8 mil do março. O spread entre as posições janeiro e março ficou em 17 dólares. No encerramento do dia, o janeiro teve queda de 5 dólares, com 1.816 dólares por tonelada, com o março tendo valorização de 24 dólares, para o nível de 1.799 dólares por tonelada.
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