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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

ICE mantem sequencia de negativa, amplia perdas e se aproxima dos 105,00 centavos
  
  Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira ampliando ainda mais as perdas recentes e com a posição dezembro tocando em novas mínimas em mais de 55 meses. Assim como verificado nas duas últimas semanas, o mercado esteve voltado para as liquidações especulativas, sendo que, pouco a pouco, níveis básicos e até suportes vão sendo rompidos.

Nesta quinta, apesar de algumas retrações mais efetivas, o patamar psicológico de 105,00 centavos foi preservado, no entanto, a maior parte dos players avalia que esse nível pode ser testado e deixado de lado ainda nesta sexta-feira ou no curtíssimo prazo, uma vez que os compradores continuam a se mostrar reticentes, não dando oportunidade para que algumas correções básicas possam ser verificadas. Pouco a pouco, o mercado registra um aumento nas rolagens de posições, notadamente entre dezembro e março.

Operadores ressaltaram os números divulgados pela Organização Internacional do Café sobre as exportações globais, ao ressaltar que o mercado continua a demonstrar um quadro de boa disponibilidade do grão, algo que é o suporte para os baixistas atuais. Segundo essa entidade internacional, o Brasil foi um dos casos mais emblemáticos, tendo ampliado sua comercialização do grão ao longo de setembro, ao remeter 2,563 milhões de sacas ao exterior, 13,3% a mais que o registrado no mesmo mês do ano anterior. Num período de 12 meses encerrado no dia 30 de setembro, o país registrou um aumento de 7,2% em seus embarques cafeeiros, tendo colocado no mercado um volume de expressivas 30,95 milhões de sacas de verde. Ainda de acordo com a Organização, as exportações globais de café - incluindo países membros e não membros da entidade - somaram 7,845 milhões de sacas no mês passado, queda de 4,64% na comparação com setembro de 2012. No acumulado em 12 meses, os embarques somaram 110,174 milhões de sacas de outubro de 2012 a setembro de 2013, o que representa alta de 2,3% na comparação com igual período anterior.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve baixa de 145 pontos, com 105,40 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 107,30 centavos e a mínima de 105,25 centavos, com o março registrando desvalorização de 140 pontos, com 108,55 centavos por libra, com a máxima em 110,40 centavos e a mínima em 108,40 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro teve queda de 28 dólares, com 1.460 dólares por tonelada, com o janeiro tendo desvalorização de 27 dólares, para o nível de 1.482 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por vendas especulativas, numa continuidade do cenário de pressão observado no segmento cafeeiro, seja para os grãos arábicas como para os robustas. Auxiliando ainda mais nesse cenário baixista, o segmento externo teve uma quinta-feira também pressionada. O dólar apresentou valorização em relação a uma cesta de moedas internacionais. Apenas em relação ao real brasileiro, a moeda norte-americana avançou mais de 1,7%. Diante desse cenário, os vendedores dessa origem se sentiram estimulados em ampliar suas liquidações, vendendo em dólar e conseguindo obter algum lucro na moeda nativa. A maior parte das commodities fechou os negócios desta quinta com retração.

"Estamos em queda constante, cumprindo praticamente o 13º dia de retração consecutiva, se levarmos em conta a última quarta-feira, quando apenas o primeiro contrato esteve no lado negativo. É um cenário pouco animador. Os preços vão se dilapidando, pouco a pouco, e em breve poderemos nos aproximar do nível de 100,00 centavos, que era um cenário esperado apenas pelos mais pessimistas. Com a sombra da disponibilidade ampla, no entanto, essa possibilidade passa a ser considerada cada vez mais", disse um trader.

As remessas de café robusta de Camarões para o exterior caíram pela metade nos dez primeiros meses da temporada 2012/2013, na comparação com o mesmo período do ciclo anterior, informou Conselho Nacional de Cacau e Café dessa nação africana. De dezembro a setembro, Camarões vendeu ao exterior 14.224 toneladas de grãos robusta, recuo de 54,61% ante as 31.340 toneladas do acumulado da temporada anterior. O ciclo de robusta de Camarões se estende oficialmente de dezembro a novembro. Apenas 687 toneladas foram exportadas em setembro, menos do que as 2.858 toneladas comercializadas ao exterior em igual mês de 2012.

As exportações brasileiras no mês de outubro, até o dia 29, totalizaram 2.124.667 sacas de café, alta de 14,79% em relação às 1.850.776 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 674 sacas, indo para 2.712.325 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 34.935 lotes, com as opções tendo 3.384 calls e 2.645 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 107,30, 107,50, 107,80-107,85, 108,00, 108,50, 109,00, 109,20, 109,50, 109,90-110,00, 110,50, 111,00, 111,45-111,50, 111,85, 112,00, 112,50, 113,00, 113,35, 113,50, 114,00, 114,50 e 114,70 centavos de dólar, com o suporte em 105,25, 105,10-105,00, 104,50, 104,00, 103,50, 103,00, 102,50, 102,00, 101,50, 101,00 e 100,50 centavos.




Londres se retrai e bate em menor nível desde abril de 2010
   
  Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe voltaram a apresentar quedas nesta quinta-feira e a posição janeiro não conseguiu se sustentar acima do nível psicológico de 1.500 dólares. Ao longo do dia, o segundo contrato tocou a mínima de 1.482 dólares, menor nível de cotação desde abril de 2010. As rolagens de posições, notadamente entre novembro e janeiro, continuam a ser observadas na bolsa londrina.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por vendas especulativas, sendo que várias delas seguiram a tendência negativa dos mercados externos. O dólar subiu em relação a várias moedas globais, o que estimulou algumas vendas mais efetivas em mercados de commodities, incluindo o já sobrevendido café. Adicionalmente, o mercado mantém sua saga baixista, amparada, principalmente, em mais uma safra gigante do Vietnã.

"Até que conseguimos equilibrar os preços nos últimos dias, mas nesta quinta-feira a tendência baixista voltou a prevalecer para o café. Depois de uma abertura com ligeiros ganhos, rapidamente verificamos retrações e o nível de 1.500 dólares foi facilmente ultrapassado, sendo que finalizamos os negócios no menor patamar do dia, o que ilustra o cenário negativo do pregão", disse um trader.

O novembro teve uma movimentação ao longo do dia de 1,59 mil contratos, contra 7,83 mil do janeiro. O spread entre as posições novembro e janeiro ficou em 22 dólares. No encerramento do dia, o novembro teve queda de 28 dólares, com 1.460 dólares por tonelada, com o janeiro tendo desvalorização de 27 dólares, para o nível de 1.482 dólares por tonelada.


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