Café inverte tendência inicial e começa semana com perdas na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta segunda-feira sem mudanças significativas no quadro de preços, com o fechamento no lado negativo da escala. Depois de operar com ganhos significativos ao longo da maior parte do dia, o café sofreu com algumas realizações, pouco antes do encerramento do pregão. A posição dezembro chegou, ao longo da manhã, a buscar o nível de 107,00 centavos. Depois de não conseguir avançar para tal nível, algumas realizações foram processadas e as perdas foram processadas. O mercado operou dentro de um viés técnico, com poucas novidades sendo registradas. O café tocou, ao longo da última semana, seu piores preços em 85 meses e, diante disso, algumas correções ligeiras foram processadas ao longo dos dois últimos pregões, sendo que a expectativa era de que esse quadro pudesse se manter nesta segunda-feira.
Fundamentalmente, o mercado não apresenta mudanças significativas. As pressões hoje efetivas para o grão estão atreladas ao quadro de disponibilidade ampla, ante fortes safras de importantes players internacionais e estoques consideráveis. Esse cenário não sofreu alterações e players continuam a trabalhar com a expectativa de que novas mínimas possam ser testadas nas próximas semanas. A comercialização da safra de café do Brasil na temporada 2013/2014 chegou a 49%, até o dia 31 de outubro. O dado faz parte de levantamento da consultoria Safras & Mercado. Os trabalhos estão ligeiramente adiantados em relação ao ano passado, quando, em igual período, 48% da safra 2012/2013 estava comercializada. Há atraso em relação à média dos últimos cinco anos, que aponta que 57% da produção normalmente já está negociada no período. Em relação ao mês de setembro, houve avanço de sete pontos percentuais na comercialização. Com isso, já foram comercializadas 25,74 milhões de sacas, tomando-se por base a estimativa da empresa, de uma safra em 2013/2014 de café brasileira de 52,9 milhões de sacas.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve queda de 80 pontos, com 103,25 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 106,95 centavos e a mínima de 103,05 centavos, com o março registrando retração de 80 pontos, com 106,30 centavos por libra, com a máxima em 109,85 centavos e a mínima em 106,10 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro teve alta de 22 dólares, com 1.498 dólares por tonelada, com o março tendo valorização de 25 dólares, para o nível de 1.495 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado pelas ações técnicas no segmento café. Os mercados externos estiveram operando de forma relativamente calma, com as bolsas de valores nos Estados Unidos tendo poucas oscilações, assim como ocorreu com várias commodities. O dólar teve uma segunda-feira de ligeira retração em relação a uma cesta de moedas internacionais.
"Vivemos um quadro sobrevendido que era esperado diante das retrações intensas processadas recentemente. Desde maio de 2011, o mercado vem num processo de perdas, com apenas alguns hiatos corretivos. E a expectativa de muitos operadores é sobre se essa correção pode ser bem efetiva neste momento. Entretanto, verificamos pouca consistência na busca de resistências e tal expectativa pode ser frustrada, assim como já verificamos nesta segunda, com os ganhos da manhã sendo revertidos", disse um trader.
"Lideranças estão programando manifestações, com alguns defendendo fechar agências bancárias com caminhões e tratores, e então marcharem rumo à Brasília. De fato chamará a atenção. A marcha talvez até ajude a liberar mais recursos que diminuam a tarefa de passar por este período de vacas magras. Difícil vai ser convencer o mercado de que diferenciais colombianos a apenas 7 centavos de dólar por libra de prêmio, exportações brasileiras acima de 3 milhões de sacas, estoques nas origens razoáveis, disponibilidade de volumes grandes a serem vendidos e a valorização do dólar americano não sejam motivos para que os fundos mantenham suas posições vendidas. Acredito que o chão para os preços não esteja tão longe, o que infelizmente não significa (mais uma vez) dizer que um rally significativo e sustentado venha acontecer", indicou Rodrigo Corrêa da Costa, da Archer Consulting
A produção total de café do Vietnã na safra 2013/2014 deve ter uma queda de 15% em relação à temporada anterior. A informação foi divulgada pela Vietnam News Agency (agência oficial do país). Com 530 mil hectares destinados à cultura do café , o país produz de 20 a 25 milhões de sacas por exercício. As exportações de café da safra 2012/2013 da nação indo-asiática caiu tanto em termos de volume e de valor, com 1,4 milhão de toneladas a ser exportados, contra uma receita de 3,030 bilhões de dólares, o que significa uma contribuição de 2% ao PIB local. A Agência indica que a Associação de Café e Cacau do Vietnã também prevê uma retração na produção, por conta, principalmente, do clima adverso.
As exportações brasileiras no mês de novembro, até o dia 08, totalizaram 308.730 sacas de café, em relação às 249.730 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 6.111 sacas, indo para 2.703.951 sacas. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 106,95-107,00, 107,30, 107,50, 107,80-107,85, 108,00, 108,50, 109,00, 109,20, 109,50, 109,90-110,00, 110,50, 111,00, 111,50 e 112,00 centavos de dólar, com o suporte 103,05-103,00, 102,85, 102,50, 102,00, 101,50, 101,00, 100,95, 100,50, 100,10-100,00, 99,50, 99,00, 98,50, 98,00 e 97,50 centavos.
Londres também tem correções e fecha dia com valorização
Os contratos futuros de café robusta, negociados na Euronext/Liffe, encerraram esta segunda-feira com altas, seguindo o clima de correção já observado ao longo do final da semana anterior. O dia na bolsa londrina foi marcado por um volume relativamente mais consistente de negócios processados e também com a prevalência de ações compradoras.
De acordo com analistas internacionais, os robustas seguiram o comportamento positivo registrado para os grãos arábicas em Nova Iorque e também as arbitragens deram sustentação aos ganhos. A posição janeiro chegou a romper a resistência psicológica de 1.500 dólares, entretanto, nas máximas foram registradas algumas realizações e vendas de origens, limitando os ganhos finais.
"Atingimos o melhor nível de preço desde 31 de outubro. O mercado ainda dá sinais de operar numa escala baixista, entretanto, as fortes baixas recentes abriram espaço para alguns movimentos técnicos e corretivos. E diante de altas em Nova Iorque, conseguimos amenizar o quadro dramático que havia sido formado ao longo da semana passada", disse um trader.
O janeiro teve uma movimentação ao longo do dia de 5,07 mil contratos, contra 2,69 mil do março. O spread entre as posições janeiro e março ficou em 3 dólares. No encerramento do dia, o janeiro teve alta de 22 dólares, com 1.498 dólares por tonelada, com o março tendo valorização de 25 dólares, para o nível de 1.495 dólares por tonelada.
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