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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Café na ICE tem novo dia de lentidão e preços dentro de intervalo

  Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com altas ligeiras, com, mais uma vez, o dezembro flutuando ao redor do nível de 115,00 centavos. Ao longo da manhã, a primeira posição chegou esboçar o rompimento dessa resistência, sem ter sucesso. No entanto, na segunda metade do pregão tal patamar conseguiu ser ultrapassado, sem, contudo, existir forças suficientes para que alguns stops de compra pudessem ser observados. Diante disso, o tom letárgico continuou a ser observado no segmento cafeeiro, com poucos negócios efetivamente sendo realizados e com os preços ficando presos em um range estreito, ao redor de um referencial psicológico.

Operadores destacaram as projeções apresentadas pela empresa Melitta em um evento realizado no Brasil. Segundo os executivos da companhia multinacional, a tendência do mercado de café é baixista e os preços tendem a se manter pressionados, próximos dos menores patamares em anos, por cerca de 15 a 20 meses. Nas mesas de comercialização alguns players comungam dessa opinião da torrefadora, com vários deles lembrando que o cenário atual é marcado por um volume alto de café disponível, fruto de safras consistentes do Brasil, do Vietnã e da recuperação da Colômbia, sendo que mesmo a quebra dos centro-americanos não será suficiente para mudar o cenário de disponibilidade ampla.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve alta de 55 pontos, com 115,05 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 115,35 centavos e a mínima de 113,85 centavos, com o março registrando valorização de 55 pontos, com 118,20 centavos por libra, com a máxima em 118,40 centavos e a mínima em 117,00 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro teve queda de 13 dólares, com 1.696 dólares por tonelada, com o janeiro tendo retração de 17 dólares, para o nível de 1.687 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado pela pressão externa, devido ao impasse político nos Estados Unidos, que eleva a uma paralisação econômica por conta da não aprovação do orçamento. Esse quadro ainda atinge apenas lateralmente segmentos mais voláteis, como o de commodities, mas já derruba francamente outros mercados, como é o caso das bolsas de valores no país norte-americano.
Os investidores continuam preocupados com as incertezas associadas a esse impasse e alguns analistas avaliam que o cenário de baixa tendo a se acentuar caso uma solução não seja encontrada rapidamente.

"Enquanto continuamos a observar essa paralisação da economia norte-americana, o café se mostra pouco animador em novidades. O que temos é um ritmo lento de negócios e com os compradores se mostrando reticentes, apenas se acomodando em intervalos básicos, como é o nível de 115,00 centavos por libra, no atual momento. Evidentemente, com a pressão sobre mercados externos, como as bolsas, alguns respingos vão incidir sobre as commodities", disse um trader.

Nesta terça, o dólar teve uma ligeira alta em relação a várias moedas internacionais, ao passo que ficou estável em relação ao real brasileiro. No segmento de softs, o café teve alta e foi acompanhado pelo cacau, açúcar e suco de laranja.

O leilão de contratos de opção de venda de café, encerrado nesta terça-feira, negociou 100% da oferta 4.058 contratos, os quais não foram comercializados nos três leilões anteriores, realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento. O prêmio a ser pago pelos produtores ficou em R$ 1,8400 por saca, o que representa um ágio de 7,3%, em comparação com o valor de abertura, que era de R$ 1,7150 por saca. O prêmio pago pelo cafeicultor garante o direito de vender o produto ao governo no vencimento dos contratos, em março de 2014, caso o preço de mercado esteja abaixo do valor de referência, que foi estabelecido em R$ 343 a saca. Atualmente, a saca de café, tipo exportação, similar ao exigido pelo governo nas opções, está cotada em cerca de R$ 260/R$ 270.

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 750 sacas, indo para 2.760.292 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 9.640 lotes, com as opções tendo 2.224 calls e 950 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 115,35, 115,50, 116,00, 116,20, 116,50, 117,00, 117,45-117,50, 118,00, 118,50, 119,00, 119,20, 119,50, 119,90-120,00, 120,50, 120,75, 121,00-121,05, 121,10, 121,50, 122,00, 122,50, 122,20 e 122,50 centavos de dólar, com o suporte em 113,85, 113,50, 113,00, 112,50, 112,00, 111,50, 111,00, 110,50, 110,10-110,00, 109,50, 109,00, 108,50, 108,00, 107,50 e 107,00 centavos.




Londres tem dia de queda e fica abaixo do nível de US$ 1.700

  Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta terça-feira com quedas, com o novembro voltando a se posicionar abaixo do nível psicológico de 1.700 dólares. A sessão foi calma e sem maiores atrativos, com o volume comercializado, ao final das negociações, ficando dentro da média recente da bolsa londrina.

De acordo com analistas internacionais, as oscilações observadas ao longo do dia estiveram atreladas, basicamente, a ações técnicas. Apesar do fator "Vietnã" continuar sendo o principal item da pauta dos players, o que se observa é que ainda não há efetivamente um posicionamento mais claro dos terminais sobre a safra do país. Enquanto a expectativa dos operadores é de que os vietnamita colocarão um volume considerável de café no mercado, outros participantes temem que as fortes chuvas que atingem o país possam afetar a secagem do grão e também a qualidade final do produto.

"Alguns acreditam que a safra do Vietnã está precificada, mas isso é algo muito precipitado. Temos de ter ideia do tamanho da produção do país e também avaliarmos a questão da qualidade. A tendência é que essa nova produção pressione ainda mais os preços, uma vez que, ao contrário do que se pensava há alguns meses, as lavouras do país conseguiram, sim, ter um volume considerável de produção", disse um trader.

O novembro teve uma movimentação ao longo do dia de 5,66 mil contratos, contra 2,82 mil do janeiro. O spread entre as posições novembro e janeiro ficou em 9 dólares. No encerramento do dia, o novembro teve queda de 13 dólares, com 1.696 dólares por tonelada, com o janeiro tendo retração de 17 dólares, para o nível de 1.687 dólares por tonelada.


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