Sem novidades e com volume limitado de negócios, café recua na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com quedas, em uma sessão caracterizada, mais uma vez, por ações técnicas e pelo predomínio de vendas especulativas, estimuladas, principalmente, pelos segmentos externos. A sessão foi marcado pelo mais do mesmo. O contrato de dezembro continuou a flutuar dentro do range informal formado recentemente, ao passo que compradores e vendedores se mostram relativamente reticentes, não testando suportes ou resistências mais efetivas. Operadores sustentaram que a letargia recente do mercado cafeeiro é surpreendente. Apesar de várias precificações recentes, o que se observa é uma falta de ânimo para se buscar uma correção ou para forçar o estabelecimento de novos patamares. Para alguns desses players, o quadro é de espera, com a expectativa sobre o que poderá realmente ocorrer com o plano de apoio do governo brasileiro, ao passo que também existe a espera sobre a nova safra dos centro-americanos — que deve ser consideravelmente afetada pela ferrugem do colmo — e também a do Vietnã que, diferentemente do esperado anteriormente, deverá ser bastante consistente, irrigando a oferta de grãos do tipo robusta.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve baixa de 140 pontos, com 116,65 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 118,90 centavos e a mínima de 115,70 centavos, com o março registrando perda de 140 pontos, com 119,70 centavos por libra, com a máxima em 121,85 centavos e a mínima em 118,75 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro teve queda de 11 dólares, com 1.747 dólares por tonelada, com o janeiro tendo desvalorização de 12 dólares, com 1.744 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, a sessão desta terça-feira manteve o ritmo recente. Algumas vendas especulativas foram identificadas, mas a baixa da sessão conseguiu se manter acima da mínima de mais de 49 meses, nível que foi atingido recentemente em Nova Iorque. Depois de tocar os 115,70 centavos, algumas recompras ligeiras foram observadas e as perdas tiveram desaceleração.
"Tivemos certa influência externa ao longo do dia, com o dólar tendo alta em relação a várias moedas internacionais. Isso estimulou algumas vendas e verificamos perdas para várias commodities, incluindo o café, ainda que o produto tenha conseguido se manter dentro desse patamar recente, entre 115,00 e 120,00 centavos de dólar. O quadro é relativamente consolidado, ainda que o sentimento de curto, médio e longo prazos seja baixista", disse um trader.
As exportações de café brasileiro caíram 1,6% em volume e 26,5% em faturamento em agosto, em comparação com o mesmo período de 2012, segundo os dados divulgados pelo Conselho de Exportadores de Café. O balanço mensal mostra que o país vendeu ao exterior 2,5 milhões de sacas de café de 60 quilos, 1,6% a menos que em agosto do ano passado, enquanto a renda ficou em 388,5 milhões de dólares, 26,5% a menos. De janeiro a agosto, o Brasil exportou 19,6 milhões de sacas, 13,3% a mais que no mesmo período de 2012, enquanto o faturamento alcançou 3,467 bilhões de dólares, números que representam uma redução de 15,2%. As exportações brasileiras no mês de setembro, até o dia 09, totalizaram 368.715 sacas de café, contra 314.851 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 2.786 sacas, indo para 2.782.127 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 17.813 lotes, com as opções tendo 3.329 calls e 2.225 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 118,90-119,00, 119,05, 119,25, 119,50, 119,70, 119,90-120,00, 120,50, 121,00, 121,50, 122,00, 122,50, 122,20, 122,50, 122,75, 123,00, 123,50, 124,00, 124,50-124,60, 124,90-125,00, 125,50 e 125,90-126,00 centavos de dólar, com o suporte em 115,70, 115,50, 115,25, 115,10-115,00, 114,50, 114,00, 113,50, 113,00, 112,50, 112,00, 111,50, 111,00, 110,50, 110,10-110,00, 109,50 e 109,00 centavos.
Londres tem dia de poucos negócios e novas baixas para café
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta terça-feira com quedas, em uma sessão esvaziada, com um volume de papéis comercializados bem abaixo da média recente da casa londrina. Voltando à realidade da semana anterior, o dia foi marcado por uma volatilidade ligeira, com a segunda posição ficando dentro de um intervalo de apenas 23 dólares.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por uma atividade reticente e pela manutenção dos preços próximos ao nível de 1.750 dólares, com as ações continuando a ser sustentadas basicamente por características técnicas. Os analistas avaliam que os baixistas ainda estão no comando das ações, principalmente com a perspectiva de que o mercado deverá ter uma nova temporada com disponibilidade significativa, amparada, principalmente, na safra vietnamita.
"Diante desse quadro de que o café estará efetivamente nas mesas de comercialização, diminui a sensação de que os produtores terão fase de oferta limitada para pressionar por preços mais altos, algo que chegou a ocorrer ao longo desta temporada, com as cotações ficando por um bom período acima dos 2.000 dólares", disse um trader.
O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de novembro com uma movimentação de 3,03 mil lotes, com o janeiro tendo 1,25 mil lotes negociados. O spread entre as posições novembro e janeiro ficou em 3 dólar. No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição novembro teve queda de 11 dólares, com 1.747 dólares por tonelada, com o janeiro tendo desvalorização de 12 dólares, com 1.744 dólares por tonelada.
CNC concorda em discutir liberação da importação de café
A importação de cafés para compor os blends, assunto considerado tabu pelos cafeicultores brasileiros, pode voltar a ser discutido no âmbito do governo. O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), deputado federal Silas Brasileiro (PMDB/MG), disse ao Broadcast que atualmente existe maturidade no setor para discutir a liberação das importações de café em regime de drawback, isto é, para processamento visando a exportação.
Silas Brasileiro explicou que a importação de café deve ser em volume limitado, apenas para compor os blends na industrialização e destaca ser necessário 'controle absoluto para evitar a entrada de pragas e doenças'. Ele reconhece que para os cafeicultores brasileiros, por serem os maiores produtores do mundo, é difícil aceitar a liberação da importação, mas observa que a Nestlé está construindo uma fábrica na Itália que poderia ser instalada no Brasil, se houvesse possibilidade de diversificar os blends. 'É importante para a balança comercial brasileira', diz ele.
Na avaliação do deputado, a importação de café para compor os blends deve ser temporária. Ele acredita que, devido à diversidade de condições da produção de café no Brasil, em termos de altitude e de clima, é possível produzir vários tipos de grãos para elaborar os blends visando à exportação do café industrializado. O secretário-executivo do Ministério da Agricultura e secretário interino de Produção e Agroenergia, José Gerardo Fontelles, concorda que para agregar valor ao café brasileiro é preciso liberar a importação de grãos para compor os blends, mas salienta que o assunto requer uma discussão com todos segmentos da cafeicultura. Ele acredita que a pesquisa brasileira tem condições de desenvolver novas variedades de café que atendam os requisitos das indústrias, para dispensar a necessidade de importação.
Nestlé pode vender fatia de US$ 23 bi na L'Oreal no ano que vem
A Nestlé, maior empresa de alimentos do mundo, está sob pressão para deixar claras suas intenções com a L'Oreal, sua parceira de 40 anos, quando os laços que unem as empresas se desfizerem no ano que vem. A decisão está nas mãos do presidente Peter Brabeck, que está tentando reposicionar a Nestlé longe da dependência de alimentos processados para produtos de maior margem com perfil mais ligado à saúde, nutrição e bem-estar.
É possível argumentar que os shampoos e cosméticos da L'Oreal são compatíveis com esta missão, mas oito dos nove analistas que conversaram com a Reuters pensam que provavelmente a Nestlé venderá sua participação na L'Oreal, quando as restrições para isso terminarem em abril. Eles avaliam que a companhia pode vender a fatia, avaliada em 23 bilhões de euros (30 bilhões de dólares), em tranches e usar o dinheiro em algo central para seu próprio negócio ou retornar os recursos para os acionistas.
"Se os investidores quiserem investir na L'Oreal, eles podem investir diretamente na L'Oreal", disse um analista sob condição de anonimato. "Eles não precisam da Nestlé para isso." O grupo suíço de alimentos é o maior acionista da empresa francesa de cosméticos desde 1974, quando a herdeira da L'Oreal, Liliane Bettencourt, agora a mulher mais rica do mundo, confiou quase metade de sua participação para a Nestlé por medo de que fosse nacionalizada se os socialistas chegassem ao poder. Este foi um ótimo investimento para a Nestlé, uma vez que as ações da L'Oreal tiveram retorno anual de 15 por desde então. As ações da Nestlé tiveram retorno de 11,6 por cento. A Nestlé detém 29,5 por cento e a Bettencourt possui 30,5 por cento da L'Oreal.
Estabilização da bienalidade do café é benéfica, avalia FAEMG
“A progressiva redução da bienalidade e estabilização das safras de café pode se tornar grande trunfo para o produtor em seu planejamento”, afirmou o presidente do SISTEMA FAEMG, Roberto Simões, após divulgação da terceira estimativa da produção do grão para 2013, anunciada hoje (9) pela Conab. A constatação de que o Brasil terá recorde histórico de produção em baixa bienalidade foi divulgada pelo órgão durante a realização da Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte.
Para Roberto Simões, a aproximação da produção em anos de ciclo baixo e alto possibilita maior planejamento do produtor, do governo e do próprio mercado: “Em um país em que a grande maioria dos produtores são pequenos ou mesmo familiares, a estabilidade possibilita maior ordenação no escoamento da produção, evitando o fluxo desordenado de venda abaixo do valor desejado”. A produção anunciada, de 47,54 milhões de sacas representa uma redução no total esperado anteriormente, que era de 48,5 milhões.
Segundo o diretor da Conab, Sílvio Porto, os motivos são variados para diferentes regiões, desde estiagem ao excesso de chuva em alguns pontos. Já a recente quebra de produção por geadas na região do Paraná só terá reflexos na próxima safra. Outros fatores também devem contribuir para que a safra de ciclo alto em 2014 fique abaixo do ciclo anterior, de 2012. O principal deles deve ser a redução nos investimentos e tratos culturais, pela desmotivação dos produtores frente ao cenário atual de crise e baixos preços. Assessoria de Comunicação da FAEMG
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