Páginas

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Café consegue ligeiro avanço, mas não testa resistências na ICE

  Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com altas modestas, em mais uma sessão de poucas novidades. O pregão foi caracterizada por uma continuidade bastante limitada das ações corretivas da sessão passada, o que permitiu que o dezembro se consolidasse num patamar um pouco acima da referência passada, que era em 115,00 centavos de dólar por libra.

Mais uma vez, os vendedores se mostraram bastante reticentes, o que abriu espaço para os ganhos, ao passo que os compradores efetuaram algumas aquisições que, no entanto, são apenas pontuais, o que não permitiram ao primeiro contrato testar altas mais efetivas ou mesmo resistências básicas, como o nível de 120,00 centavos por libra. Desse modo, o mercado vem tendo uma semana técnica, mas com um viés ligeiramente diferente daquele empreendido ao longo das sessões recentes, já que alguns ajustes estão conseguindo ser efetuados. O mercado vinha se caracterizando por estar claramente sobrevendido e algumas correções eram esperadas há um longo tempo.

Alguns players destacaram uma notícia veiculada pela imprensa brasileira nesta terça-feira, na qual produtores de Minas Gerais, maior zona produtora do país, estariam reduzindo as áreas plantadas devido ao desestímulo dos preços. Operadores avaliaram que essa tendência ainda é bastante isolada, mas que não deve ser descartada, principalmente se os terminais continuarem a apresentar preços que se mostram muito abaixo do custo de produção de uma saca.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve alta de 80 pontos, com 117,85 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 118,40 centavos e a mínima de 117,05 centavos, com o março registrando valorização de 80 pontos, com 120,95 centavos por libra, com a máxima em 124,45 centavos e a mínima em 120,00 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro teve valorização de 11 dólares, com 1.699 dólares por tonelada, com o janeiro tendo ganho de 12 dólares, para o nível de 1.697 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi de mercados externos sem uma tendência efetiva. O dólar teve um ligeiro avanço em relação a uma cesta de moedas globais, o que não mudou o humor em segmentos de maior risco, como o de commodities. Já as bolsas de valores não demonstraram maior ânimo e em várias capitais econômicas o fechamento se deu com poucas oscilações.

"Depois de uma ligeira recuperação, o que verificamos nesta terça-feira foi apenas um ajuste mínimo, um movimento lateral, na verdade. O café continua, salvo em ações pontuais, sendo caracterizado por uma letargia, algo que não é comum para um produto tão dinâmico e que movimenta volumes interessantes de contratos. A questão da disponibilidade pode estar levando muitos players a essa letargia, afinal, vários compradores se sentem tranquilos em não sair às compras de qualquer forma, já que, diante da expectativa de safras consistentes, podem se dar ao luxo de praticarem um processo próximo do 'just in time'", sustentou um trader.

Os exportadores colombianos de café reduziram o prêmio sobre os preços ao menor nível em 11 meses para atrair mais compradores, na expectativa de o país iniciar sua maior safra em seis anos. As ofertas ainda estão consideravelmente escassas, devido à queda dos preços nos futuros em Nova Iorque. Os prêmios para grãos colombianos em armazéns norte-americanos caíram cerca de 30% nas últimas cinco semanas, com o grande produtor de arábica lavado de alta qualidade buscando recuperar fatia de mercado, após várias temporadas sofrendo com produções pífias, resultantes de problemas climáticos e de um grande programa de renovação de lavouras.

As exportações brasileiras no mês de setembro, até o dia 23, totalizaram 1.327.782 sacas de café, alta de 1,98% em relação às 1.301.989 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.289 sacas, indo para 2.776.641 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 11.693 lotes, com as opções tendo 1.283 calls e 3.197 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 118,40-118,50, 119,00, 119,20, 119,50, 119,90-120,00, 120,50, 120,75, 121,00-121,05, 121,10, 121,50, 122,00, 122,50, 122,20, 122,50, 122,75, 123,00 e 123,50 centavos de dólar, com o suporte em 117,00, 116,50, 116,00, 115,50, 115,10-115,00, 114,65, 114,50, 114,20, 114,00-113,95, 113,50, 113,00, 112,50, 112,00, 111,50, 111,00, 110,50 e 110,10-110,00 centavos.




Londres sobe de forma ligeira e fica próximo dos 1.700 dólares

  Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta terça-feira com altas, ainda que, mais uma vez, modestas, em uma sessão marcada por um volume apenas regular de papéis comercializados. Ao longo do dia, o novembro chegou a buscar novos ganhos e rompeu o nível psicológico de 1.700 dólares, mas os avanços não tiveram continuidade.

De acordo com analistas internacionais, a sessão foi marcado por algumas compras especulativas, depois de uma tentativa frustrada, por parte dos baixistas, de fazer o novembro testar novas baixas. A mínima da sessão foi de 1.686 dólares e, a partir desse patamar, novas ordens de compra foram registradas, culminando na máxima de 1.703 dólares. No entanto, acima da resistência, os esperados stops não se concretizaram e o que se observou foi um encerramento do dia com ganhos apenas modestos.

"Tivemos mais uma típica sessão técnica e com preços confortavelmente flutuando ao redor do nível de 1.700 dólares. Chegamos a avançar e buscar alguns ganhos mais incisivos, no entanto, eles foram limitados e, ao final, o que se verificou foi uma sessão apenas de ganhos moderados, sem indicar uma direção clara para uma recuperação mais efetiva", disse um trader.

O novembro teve uma movimentação ao longo do dia de 4,63 mil contratos, contra 2,79 mil do janeiro. O spread entre as posições novembro e janeiro ficou em 2 dólares. No encerramento do dia, o novembro teve valorização de 11 dólares, com 1.699 dólares por tonelada, com o janeiro tendo ganho de 12 dólares, para o nível de 1.697 dólares por tonelada.




Espanha vê mudança crescente na forma de consumo do café

  Do café em água fervente e "passado" nas primeiras horas da manhã e servido em uma xícara ou copo rudimentares, sem qualquer glamour, à uma xícara desenhada e com aromas frutados e intenso sabor. O caminho que leva de um extremo ao outro na hora de tomar café parece longo, porém, na Espanha esse espaço tem se encurtado. E é a cultura do café que tem se fixado no país e frente a uma bebida que até há pouco parecia, para muitos, intragável e que se servia apenas para dar o impulso para a pessoa enfrentar o dia, agora se tem uma cultura do consumidor, que é mais exigente e muito mais preocupado com a qualidade do produto, seu sabor e a forma correta de servi-lo. A linha é a mesma traçada por outros produtos, como o pão, o vinho, a cerveja, o gin tônica, ainda que essa nova tendência cafeeira ainda esteja dando seu primeiro passo. A maior parte dos baristas e especialistas consultados acreditam que ainda há um longo caminho a percorrer, no entanto, tudo indica que essa não é uma moda passageira. A mudança, efetivamente, já começou e os espanhóis estão sabendo apreciar, valorizar e diferenciar um café de qualidade. Um produto que foi abandonado no âmbito das commodities (produtos com escassa especialização ou diferenciação) para passar ao mercado com alto valor agregado, segundo é apontado no último informe sobre o café da Organização Mundial do Comércio. "O caminho que estamos trilhando na Espanha para promover o consumo de café de qualidade é o mesmo que é feito há 25 anos com o vinho. Antes se servia muita coisa ruim, porém um trabalho intenso de educação entre quem atua na gastronomia é realizado e já é possível encontrar bebidas atrativas para o consumidor, sobretudo jovem, elaboradas com café, como combinados, distintas marcas e variedades. Isso está chegando a Espanha com um atraso de dez anos em relação ao restante da Europa", explicou Rafael Moal, diretor do Instituto Espanhol de Café. Até 1980, as multinacionais não podiam vender café na Espanha. O Estado exercia o monopólio sobre as importações do grão. Quando as empresas internacionais finalmente aportaram no país encontraram uma escassa tradição pela bebida, herança do racionamento da época do pós-guerra, que provocou alguns pecados contra o bom gosto, como a mistura de café com chicória ou a criação do terrefacto, que é o café torrado com açúcar, que faz com que o gosto do produto se perca. Essa tipo de produto ainda é popular na Espanha, Portugal e alguns países da América Latina. A Federação Espanhola indica que no país se toma quase quatro quilos de café per cápita ao ano. Em países como a Finlândia esse volume chega a dez quilos. Os espanhóis, porém, superam nações que são muito ligadas ao chá, como Reino Unido e Irlanda. Segundo a consultoria Quota Research, que foi responsável pelo estudo "Hábitos e atitudes dos espanhóis frente ao consumo do café", 87% dos habitantes do país reconheceram que gostam muito ou bastante, sobretudo do sabor, de café, ao passo que 84% tomam a bebida no desjejum e 66% após o almoço. Três entre quatro espanhóis crêem que o café seja saudável.




Preço desestimula e agricultores de MG reduzem área plantada com café

  No fim da colheita, a máquina trabalha sem parar, só que os pés de café que deveriam ser adubados, estão sendo arrancados. Na propriedade de Eleir Ribeiro, que fica em Conceição da Aparecida, sul de Minas Gerais, dos 150 hectares, 40 serão eliminados porque segundo ele, os preços praticados não cobrem os custos. Além de acabar com as lavouras parcialmente mecanizadas, outra alternativa para diminuir os prejuízos foi a demissão dos funcionários. Dos 30 que trabalhavam no local, restaram apenas quatro e as 50 pessoas que seriam contratadas para trabalhar na próxima colheita, já não serão mais. O trabalhador rural Pedro Ferreira arrumou uma atividade extra. Ele estava acostumado a utilizar a máquina para fazer terraplanagem, mas ultimamente não sai dos cafezais. Para o presidente do Centro do Comércio do Café de Minas Gerais, Archimedes Coli Neto, esta tem sido a alternativa para muitos produtores. “Nós estamos atravessando um ciclo de baixa, que acredito que não será passageiro, e isso desestimula muito o produtor a continuar na atividade”, diz.



Rotulagem - % arábicas % robustas e tolerância de toxinas

O P.V.A (preto, verde e ardido), é o resíduo de café que não tem mercado externo. Em sua totalidade, esse P.V.A é utilizado na torrefação nacional e consumido pelo povo brasileiro. No comércio, o preço do café torrado e moído está próximo do custo da matéria prima de um café verde normal, demonstrando que a maioria do café que bebemos não passa de resíduo de café, que deveria ser descartado ou transformado em biodiesel ou óleo para finalidades diversas.

O P.V.A em questão provoca uma inadequação, descaracterizando o verdadeiro sabor e prejudicando a qualidade. Misturam, ainda, nele o Conilon / Robusta na faixa de 12.000.000 de sacas que são consumidas internamente, as quais, somadas ao P.V.A quase  equivale ao nosso consumo interno, de um café de qualidade muito inferior.

Com exceção de fazendas e algumas firmas que se preocupam em fornecer cafés gourmet e de qualidade, a grande maioria dos cafés vendidos principalmente nos supermercados está longe da qualidade desejada, inibindo o aumento do consumo.

Assim estamos reorganizando, a ABCA (Associação Brasileira de Café Arábica), visando à defesa do Arábica e Rotulagem.

Nenhum país importa o P.V.A e estamos fornecendo ao povo brasileiro uma quantidade de cafés torrados e moídos sem o mínimo critério de TOLERÂNCIA DE RESÍDUO DE TOXINAS. Esse nível de contaminação provocado pela quantidade anormal de toxinas está ultrapassando níveis toleráveis, muito superiores ao de um  país desenvolvido.

No Brasil, não existe legislação alguma impondo níveis de TOLERÂNCIA DE TOXINAS em café e estamos tomando cafés sem critérios técnicos, visando unicamente à guerra de preços e deixando a nossa população à mercê dos interesses econômicos, acima da SEGURANÇA ALIMENTAR.  O Brasil consome um dos piores cafés do mundo em qualidade  e, ainda sem especificação na rotulagem. Temos a obrigação de estabelecer níveis de TOLERÂNCIA DE TOXINAS. O Engenheiro Agrônomo Armando Matielli, que esteve presente no Seminário Internacional de Café, realizado em Belo Horizonte, de 09 a 12 de setembro, do corrente ano, contatou com diversas autoridades mostrando a necessidade da ROTULAGEM e o Marketing a favor do Arábica. Aproveitou a oportunidade e conversou com o Governador Antônio Anastasia e lhe entregou um documento expondo o relatado nesse artigo É premente a ROTULAGEM do café no Brasil. O consumidor tem pleno direito de optar pelo produto que quer consumir. Não estamos lhe dando essa oportunidade de escolha do produto desejado, pois, os interesses econômicos estão acima da SEGURANÇA ALIMENTAR.

A exigência da ROTULAGEM e, as devidas composições em PORCENTAGENS DE ARÁBICAS E ROBUSTAS e, citar o nível de TOLERÂNCIA DE TOXINAS, como fazem os países sérios e responsáveis em relação a sua população será a tônica do trabalho  da ABCA.

Bibliografia: Micotoxinas – Importância na Alimentação e na Saúde humana e animal

EMBRAPA – Berdal J.M.; Miller, JV – Disease in Humans With Micotoxins as Possible Causes

Engenheiro Agrônomo Armando Matielli

MBA na FGV - Cafeicultor e membro da ABCA, estágio no Instituto de Toxicologia na Alemanha e no Centro de toxicologia da Bayer em Wuppertall.



Ministério Público do Trabalho fiscaliza fazendas em Garça e região  

  O Ministério Público do Trabalho (MPT) realizou na semana passada, entre os dias 17 e 18, fiscalizações em fazendas de café de Garça e região com objetivo de verificar a situação dos trabalhadores. Os procuradores estiveram em três fazendas de café em Garça e várias irregularidades foram encontradas. Em uma das propriedades flagraram condições irregulares de trabalho, e um funcionário manuseando fertilizantes sem equipamentos de proteção, como luvas e óculos. De acordo com a apuração dos promotores, o trabalhador nunca havia recebido treinamento para lidar com esse tipo de produto. Atrás de um barracão foram encontradas embalagens vazias de defensivos agrícolas em situação inadequada. Foram encontrados até produtos com venda proibida no Brasil. Se for comprovado o uso do produto de maneira irregular, o MPT pode processar o dono da propriedade e pedir uma indenização para os trabalhadores por danos morais. Segundo o procurador Marcus Vinícius Gonçalves, a questão dos agrotóxicos é a mais forte porque tem uma lesão não só para o trabalhador, mas também para a sociedade, já que contamina o meio ambiente. Essa é uma parte por ser mais técnica que o setor vai ter que investir mais pesado, vai ter que cuidar melhor. Em outro ponto da fazenda foi achada uma embalagem de agrotóxico perto de uma mina de água. Os procuradores acreditam que ela foi reutilizada, o que também é proibido. “Tem a marca da caveira que é risco de morte. E tem um aviso em inglês e em português para não reutilizar. E ela estava sendo reutilizada no lavador. Só o fato dela estar ali já é um risco”, disse o procurador. Já em outra propriedade, os procuradores encontraram trabalhadores na roça sem equipamentos de segurança. Três mulheres foram encontradas limpando a roça sem botas, luvas e óculos, que são materiais exigidos por lei para esse tipo de atividade. Também foi constatado que não havia banheiro perto do local de trabalho das funcionárias da fazenda. O encarregado da propriedade, que costuma acompanhar o trabalho de moto, estava sem capacete, um problema grave que os procuradores disseram estar encontrando com frequência nas lavouras. “Infelizmente existe o teimoso. Tem aqueles que sabem o que deve ser feito e insistem em infringir a lei. Faz errado e parece que foi a região toda, quando na verdade é um ou outro que insiste em fazer o errado”, falou o presidente do Sindicato dos Empregados Rurais de Garça e Região, Almerindo Hipólito Gonçalves. O sindicalista lembrou também que, infelizmente, muitos trabalhadores não querem usar o equipamento de proteção individual, que são as maiores infrações encontradas. Outra falha encontrada pelos procuradores em Garça diz respeito à irregularidade em relação ao horário de trabalho do motorista do ônibus. O caderno de ponto, segundo divulgado, estava preenchido até o mês que vem. Uma das maiores preocupações dos responsáveis pela fiscalização é com os funcionários que são contratados no Paraná e se mudam para trabalhar na região Centro-Oeste Paulista. Em outra propriedade onde estão instalados diversos silos para a secagem de café foram encontradas ligações elétricas desprotegidas. Em nenhum desses casos os donos das fazendas foram multados. Eles receberam um documento feito pelo MPT com uma lista de exigências para que a situação seja regularizada. A fiscalização ocorrida, segundo o sindicalista garcense, é um trabalho de rotina realizado pelo Ministério do Trabalho. Na terça-feira, em Vera Cruz, os procuradores flagraram manejo incorreto de produtos agrotóxicos. Eles estavam armazenados de forma inadequada e oferecendo risco iminente. O fato é que os procuradores do MPT encontraram várias irregularidades em fazendas de café da região. Os donos das propriedades receberam uma lista contendo os problemas que precisam de solução, como providenciar todos os equipamentos de proteção individual e o armazenamento de embalagens de agrotóxicos. Durante os dois dias de fiscalização, seis proprietários foram intimados, além do dono de uma empresa responsável pelo transporte dos trabalhadores. Todo trabalho de fiscalização contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal. (Com informações da TV Tem)




Superintendente do Paraná é afastado o cargo pelo presidente da Conab

  A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 24, operação que investiga esquema de desvio de recursos públicos de programa vinculado ao Fome Zero, mantido pelo governo federal. Foram cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca em 15 cidades do Paraná, além de Bauru (SP) e Três Lagoas (MS). Ao todo, 11 pessoas foram presas, entre elas o coordenador de operações da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) no Paraná, Valmor Luiz Bordin. Após o começo da Operação Agro-Fantasma, o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Rubens Rodrigues dos Santos, determinou o afastamento do superintendente da empresa no Paraná, Luis Carlos Vissoci. Ele é suspeito de participar em fraudes no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que envolve a compra de alimentos produzidos pela agricultura familiar, sem necessidade de licitação. A iniciativa é uma das ações do governo federal no Programa Fome Zero. A operação apura irregularidades na ação de Compra Direta da Agricultura Familiar com Doação Simultânea -, repassados pela Conab a associações e cooperativas rurais. De acordo com a PF, funcionários que compõem a cúpula da Conab no Paraná e fiscais ligados à empresa serão afastados, em razão dos indícios de participação nos crimes. Entretanto, o órgão só confirma até agora o afastamento de Vissoci. A polícia também não divulgou estimativa dos prejuízos causados pelo esquema. Entre as irregularidades, foram verificados a existência de nomes de falsos produtores rurais, usados pelos coordenadores dos programas para desvio de dinheiro, além de emissão de notas fiscais falsificadas para comprovar as transações. Seguindo o delegado da PF responsável pelas apurações, Maurício Todeschini, havia falhas graves nos relatórios da Conab e denúncias de falhas haviam sido ocultadas pelos próprios fiscais da companhia. "Os produtores tinham seus nomes vinculados à venda de produtos que sequer eles produziam, havia a conivência de servidores da Conab, de algumas prefeituras e de alguns poucos produtores. Por causa disso, escolas, hospitais, creches deixavam de receber os alimentos", afirmou. A investigação começou em 2011, resultado da Operação Feira Livre, que apurou fraudes em um município paranaense. Em todos os 22 programas investigados entre 2009 e 2013, há evidências de desvios, segundo a PF. Foram alvo da PF as atividades executadas nas cidades de Guarapuava, Foz do Jordão, Honório Serpa, Candói, Ponta Grossa, Irati, Rebouças, Teixeira Soares, Inácio Martins, Fernandes Pinheiro, Itapejara D’Oeste, Goioxim, Pinhão e Querência do Norte.





Nenhum comentário:

Postar um comentário