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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Café bate em nova mínima, mas fecha com estabilidade na ICE

  Os contratos futuros de café arábica encerraram esta quinta-feira na ICE Futures US com estabilidade, depois de experimentarem uma nova mínima de mais de 49 meses, ao romper o suporte anterior de 115,35 centavos. Depois de ultrapassado esse nível não foi observada uma continuidade das liquidações ou acionamentos de stops, o que permitiu ligeiras recompras e o realinhamento de preços para os níveis praticados ao final do pregão de quarta-feira. Apesar desse cenário estável, mais uma vez, o mercado deu sinais de que continua operando a partir de um viés estável, seja de curto, médio ou longo prazo e que os bears (baixistas) têm o controle da situação, buscando novas mínimas tão logo elas sejam necessárias para suas necessidades.

No campo fundamental, o mercado dá poucos sinais de novidade, com especulações sobre a produção do Brasil, a preocupação em algumas regiões brasileiras com a estiagem, já que o momento já se volta para a floração da temporada 2014 e também sobre o plano de apoio divulgado pelo governo brasileiro que, até o momento, ainda não refletiu nas cotações. Segundo o Ministério da Agricultura, os esperados leilões de contratos de opções de venda de café serão realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento ainda em setembro. Essas opções têm potencial para retirar do mercado até 3 milhões de sacas. O Ministério indicou que as regras já foram definidas, mas falta a publicação da portaria interministerial que irá regulamentar os procedimentos. Os leilões deverão consumir cerca de um bilhão de reais, caso todos arrematantes dos contratos exerçam a opção de venda na época do vencimento, que será em março do próximo ano. Os recursos para arcar com essa compra do café estariam assegurados no orçamento das Operações Oficiais de Crédito.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro ficou estável em 116,85 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 117,40 centavos e a mínima de 115,25 centavos, com o março também tendo estabilidade, com 119,85 centavos por libra, com a máxima em 120,25 centavos e a mínima em 118,15 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro teve queda de 18 dólares, com 1.760 dólares por tonelada, com o janeiro tendo retração de 15 dólares, no nível de 1.753 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, as baixas não se sustentaram ao longo do dia, em parte por conta do câmbio brasileiro. Ao contrário do verificado recentemente, quando vendas da maior origem produtora internacional foram estimuladas pelo dólar em alta, nesta quinta a moeda norte-americana apresentou uma retração considerável em relação ao real e isso limitou maiores liquidações. Por sua vez, as commodities tiveram um dia positivo para a maior parte das matérias-primas, assim como para as bolsas internacionais.

"Voltamos a testar uma nova baixa, o que evidencia que o mercado continua nas mãos dos baixistas. Tentamos ao longo de praticamente toda essa semana ter uma ação corretiva, sem sucesso para tocarmos uma resistência mais efetiva. Diante de um contexto em que se leva em conta uma disponibilidade ampla, os compradores continuam totalmente esparsos, o que limita qualquer tentativa de reversão do quadro", disse um trader.

O volume de café robusta exportado pela República de Camarões, entre dezembro de 2012 e julho passado, recuou pela metade na comparação com igual período da temporada passada, de acordo com o Conselho Nacional do Café e Cacau do país. Camarões remeteu ao exterior 12.496 toneladas durante os oito primeiros meses do ciclo 2012/2013, 49,6% abaixo das 24.778 toneladas comercializadas em igual intervalo do ciclo anterior. Em julho, foram exportadas 1.800 toneladas, ante 3.579 toneladas em igual mês de 2012.

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 865 sacas, indo para 2.784.881 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 21.388 lotes, com as opções tendo 1.753 calls e 980 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 117,40-117,50, 118,00, 118,50, 119,00, 119,25, 119,50, 119,70, 119,90-120,00, 120,50, 121,00, 121,50, 122,00, 122,50, 122,20, 122,50, 122,75, 123,00, 123,50, 124,00, 124,50-124,60, 124,90-125,00, 125,50 e 125,90-126,00 centavos de dólar, com o suporte em 115,25, 115,10-115,00, 114,50, 114,00, 113,50, 113,00, 112,50, 112,00, 111,50, 111,00, 110,50, 110,10-110,00, 109,50 e 109,00 centavos.




Londres tem nova retração, ainda que com manutenção de range

  Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta quinta-feira com nova retração, mas com a manutenção do range acima dos 1.750 dólares e abaixo do nível psicológico de 1.800 dólares. As ações do dia continuaram centradas em um viés técnico, com o volume de negócios concretizados ficando abaixo da média recente na bolsa britânica.

De acordo com analistas internacionais, o dia não teve novidades. No início da sessão, o novembro chegou a esboçar uma tentativa de alta, ao tocar no nível de 1.781 dólares. No entanto, diante da fraqueza dos arábicas em Nova Iorque e de outras commodities, o que se observou foi uma nova ação vendedora, que fez com que baixas fossem registradas, com a segunda posição tocando a mínima de 1.752 dólares. Nas mínimas, algumas recompras foram detectadas, ainda que modestas.

"Tivemos uma sessão de pouco entusiasmo. Os preços não encontram sustentação para subir ou buscar uma resistência mais efetiva, ao passo que encontramos ordens de compra próximo da resistência de 1.750 dólares. Com isso, continuamos a ter esse quadro de consolidação, dentro de um range relativamente estreito e sem um direcionamento concreto, quando a análise do terminal é feita a partir de um viés técnico", disse um trader.

O novembro teve uma movimentação ao longo do dia de 4,99 mil contratos, contra 1,61 mil do janeiro. O spread entre as posições novembro e janeiro ficou em 7 dólares. No encerramento do dia, o novembro teve queda de 18 dólares, com 1.760 dólares por tonelada, com o janeiro tendo retração de 15 dólares, no nível de 1.753 dólares por tonelada.




Torrefadoras estão aumento o arábica rio e diminuído conilon em suas misturas

  Segundo comentário do mercado , as torrefadoras estão começando a mudar as suas misturas de café, diminuído a quantidade de café robusta e aumentando a de café rio, devido ao diferencial de preços, que está em R$ 30 a saca. O preço de saca de conilon está girando de R$ 235 a R$ 240 e preço da saca de café rio caiu nos últimos 30 dias cerca de R$ 42,00. No começo de agosto o café rio estava sendo comercializado a R$ 255,00 e nesta semana a R$ 213,00. No Espírito Santo o rio está cotado de R$ 205,00 a R$ 210,00. Existe grande quantidade de café tipo rio no mercado devido a grande quantidade de chuva na época da colheita. “ Esta queda de preço do café rio devido a oferta abundante está deprimindo os preços do café de baixa qualidade”, disse um corretor



Minas quer estimular exportação de café processado

  O governo de Minas Gerais diz que é hora de o país buscar uma valorização do café. Isso é bom para o Estado, maior produtor nacional, e para o país, principal produtor e exportador mundiais. Essa é uma bandeira que o governador Antonio Anastasia (PSDB) vai levar adiante na próxima semana, quando Belo Horizonte será palco da Semana Internacional do Café, evento que incluirá a reunião de 50 anos da Organização Internacional do Café. "O país precisa avançar nas exportações de café processado. É um trauma que precisamos reverter", diz Anastasia. O Brasil é o segundo maior consumidor mundial, mas o produto processado de alta qualidade vem de fora, via cápsulas, diz ele. Um dos objetivos do governo de Minas Gerais é investir na qualidade e na certificação do café produzido, mas é importante também que esse produto seja processado internamente. O Estado deverá ter até o próximo ano pelo menos 2.000 propriedades auditadas conforme parâmetros internacionais. O governo mineiro está destinando R$ 100 milhões do Fundo do Café para investimentos que estimulem a produtividade e a qualidade. E o Estado está pronto para elevar o processamento e a agregação de valor no setor. Há negociações bem avançadas entre o governo mineiro e uma das gigantes mundiais do setor para a instalação de uma fábrica em Minas Gerais. O governador não quis informar o nome da empresa. Minas Gerais tem bons motivos para buscar uma solução para esse setor, que atravessa sérias dificuldades. Em 2012, o café representou 9% do PIB do Estado e as receitas com as exportações do setor atingiram US$ 3,8 bilhões, quase metade das obtidas com o agronegócio. A agregação de valor passa por alguns entraves. Primeiro, é preciso romper a barreira dos europeus que dificultam a entrada do produto processado. Segundo, deverá haver uma mudança interna de cultura, uma vez que o país não permite a entrada de café verde, importante na formação do blend exigido pelos consumidores mundiais. Além disso, são necessários um forte canal de distribuição no exterior e a formação de uma marca forte.




Cuba tenta reerguer mais uma vez sua produção cafeeira

  A safra de café de Cuba teve início nesta semana, com as lavouras ainda se recuperando dos prejuízos causados pelo furacão Sandy e com os reflexos de um plano de produção de cerca de 5,6 mil toneladas do grão semi-processado. Segundo cálculos da agência Reuters, a produção cubana do grão em 2012 foi de menos de 4 mil toneladas, o nível mais baixo em mais de um século. A passagem de Sandy pelo leste da ilha, em outubro, arrasou frutos e devastou as árvores que sombreavam as lavouras, fazendo o país retroceder em seus esforços para renovar lavouras. A safra na ilha tem início em setembro e termina em janeiro, mas a maior parte dos grãos são colhidos entre outubro e novembro. "A safra de café começou oficialmente e se espera que cheguemos a 1,5 milhão de latas (2,85 mil toneladas)", indicou a Agência de Informação Nacional, sediada em Santiago de Cuba. O país caribenho reporta sua produção em latas e toneladas. Quinhentas e vinte e cinco latas equivalem a uma tonelada de grão semiprocessado. Santiago de Cuba representa cerca de 50% da produção do país e, se somada com Granma e Guantánamo, chega a 85% do volume de café cubano colocado no mercado. Uma fonte da última província indicou que Guantánamo planeja colher 900 mil latas do grão, ou seja, 1.714 toneladas, ao passo que a imprensa oficial informou que os produtores colheriam 731 toneladas. Na ilha há cerca de 35 mil produtores de café que vendem integralmente o grão para o Estado a preços baixos, sendo que existe ainda um mercado negro. Em troca de sua venda, eles recebem créditos do governo a taxas baixas de juros e algumas ofertas de insumos subvencionados. Analistas locais sustentam que de 10% a 20% da safra anual é desviada, ainda que recentemente o Estado tenha aumentado recentemente os preços que paga aos produtores. As plantações do país, que antes de 1959 produzia uma média de 60 mil toneladas, estão reduzindo seu fluxo produtivo progressivamente. Nos últimos anos, o governo tem priorizado a produção de café como parte de seus intentos de incentivar a produção local de alimentos e, assim, substituir as custosas importações. Como parte de suas medidas econômicas, tem arrendado cafezais abandonados nos últimos anos a centenas de pessoas interessadas em produzir o grão e quase triplicado o preço pago pelo produto. O setor tem planos de produzir 22 mil toneladas de café em 2015 e alcançar entre 28 e 30 mil toneladas ao ano. Esses níveis seriam semelhantes aos da década de 70, porém a meta, até o momento, parece inalcançável.

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