Em dia técnico e corretivo, café registra bons ganhos na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US
encerraram esta quinta-feira com ganhos, atingindo a máxima de uma
semana. Apesar da valorização, as cotações continuaram a gravitar ao
redor do nível psicológico de 120,00 centavos por libra, num quadro de
recomposição do cenário observado até a última terça-feira. O dia foi
meramente técnico, com a realização de algumas compras corretivas que,
pela manhã, chegaram a ser até incisivas, levando a segunda posição para
próximo do nível de 123,00 centavos. Esse referencial, no entanto, não
foi testado e, assim, algumas vendas foram verificadas no decorrer do
período, o que contribuiu para que os ganhos desacelerassem e o
encerramento se desse dentro do intervalo de 121,00 centavos de dólar
por libra peso.
Fundamentalmente,
o mercado não tem novidades. Notadamente sobrevendido, o mercado abre
espaço para algumas correções mais efetivas. Depois de ficar pressionado
na quarta-feira, mas não ter registrado força mais consistente para
atingir as mínimas recentes, o que se observou ao longo da sessão do dia
é um movimento de recompra por parte de alguns especuladores, o que deu
espaço para alguns ganhos. Um operador sustentou que o viés climático
não foi o referencial para os ganhos do dia. As projeções para o clima
no centro-sul do Brasil indicam uma queda das temperaturas no sul de
Minas Gerais a partir da metade da próxima semana. Mas o frio não será
intenso e as geadas não deverão ser observadas.
No
encerramento do dia em Nova Iorque, a posição setembro teve alta de 345
pontos, com 121,90 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em
122,75 centavos e a mínima de 118,60 centavos, com o dezembro tendo
valorização de 335 pontos, com 124,90 centavos por libra, com a máxima
em 125,75 centavos e a mínima em 121,75 centavos. Na Euronext/Liffe, em
Londres, a posição julho teve alta de 22 dólares, com 1.729 dólares por
tonelada, com o setembro tendo valorização de 20 dólares, no nível de
1.745 dólares por tonelada.
De
acordo com analistas internacionais, o dia foi técnico e de relativa
calma, apesar das oscilações mais efetivas de preço. O cenário externo
não mostrou grandes mudanças, com o dólar finalizando o dia com
estabilidade em relação a maior parte das moedas internacionais, com uma
ligeira alta em relação ao real brasileiro. A maior parte das
commodities teve um dia de alta, sendo que apenas o ouro se dissociou
dessa tendência e fechou com quedas consideráveis.
"Reportamos
os ganhos do dia a termos meramente técnicos. Alguns operadores
apontaram que esse avanço poderia estar 'linkado' com uma possível nova
greve de cafeicultores na Colômbia, a partir do início de julho. No
entanto, não acreditamos que esse movimento desperte tanto temor junto
aos players. Ele já ocorreu em março e não afetou tão fortemente as
vendas. Os ganhos do dia foram predominantemente corretivos, diante de
um quadro claramente sobrevendido", disse um trader.
Os
prêmios para o café robusta da Indonésia saltaram cerca de 30 dólares
na última semana, apoiados por persistentes preocupações com o
abastecimento, enquanto alguns carregamentos de grãos vietnamitas
mudaram de mãos à medida que as tradings cobriam seus estoques. Os
prêmios do robusta dos principais produtores do Vietnã e da Indonésia
subiram para máximas de vários meses após chuvas excessivas
interromperem entregas e os produtores segurarem devido aos preços
deprimidos. As dificuldades na obtenção de grãos forçaram alguns
exportadores indonésios a cancelar as remessas de até 4 mil toneladas de
café neste mês de junho e negociações ainda estão em andamento para
evitar mais cancelamentos.
As
exportações brasileiras no mês de junho, até o dia 25, totalizaram
1.296.274 sacas de café, queda de 12,37% em relação às 1.479.272 sacas
embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações
do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os
estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de
1.078 sacas, indo para 2.750.191 sacas. O volume negociado no dia na ICE
Futures US foi estimado em 20.116 lotes, com as opções tendo 6.693
calls e 1.158 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o setembro na
ICE Futures US tem resistência em 122,75, 123,00, 123,50, 123,75,
124,00, 124,50, 125,00, 125,20, 125,50, 126,00, 126,50, 127,00, 127,50,
128,00 e 128,40-128,50 com o suporte em 118,60-118,50, 118,05-118,00,
117,50, 117,10-117,00, 116,50, 116,00, 115,50, 115,10-115,00, 114,50,
114,00, 113,50 e 113,00 centavos.
Londres segue Nova Iorque e tem dia de valorização para café
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe
encerraram esta quinta-feira com altas, seguindo o bom desempenho dos
arábicas em Nova Iorque. Apesar dos avanços, o volume comercializado
ficou abaixo da média recente da bolsa londrina, com algumas rolagens
também sendo reportadas.
De
acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por
compras especulativas, que permitiram ao setembro romper o patamar de
1.750 dólares. No entanto, acima desse nível psicológico foram
verificadas algumas realizações, com o fechamento se dando, portanto,
abaixo desse índice. O dia foi meramente técnico, corretivo, e os
robustas seguiram o comportamento observado do outro lado do Atlântico,
que também ostenta um quadro claramente sobrevendido.
"Tivemos
boas altas, mas sem um amparo efetivamente fundamental. É uma correção
natural. Temos de lembrar que num espaço de poucas semanas tivemos uma
perda de mais de 300 dólares. Há pouco, o setembro variava fortemente
acima dos 2.000, 2.100 dólares e nesta semana chegamos próximo dos 1.700
dólares. Assim, uma correção é algo natural", disse um trader.
O
julho teve uma movimentação ao longo do dia de 2,03 mil contratos,
contra 6,04 mil do setembro. O spread entre as posições julho e setembro
ficou em 16 dólares. No encerramento do dia, o julho teve alta de 22
dólares, com 1.729 dólares por tonelada, com o setembro tendo
valorização de 20 dólares, no nível de 1.745 dólares por tonelada.
Prêmios do robusta disparam na Ásia; há temores de inadimplência
Os prêmios para o café robusta da Indonésia saltaram cerca de 30
dólares na última semana, apoiados por persistentes preocupações com o
abastecimento, enquanto alguns carregamentos de grãos vietnamitas
mudaram de mãos à medida que as tradings cobriam seus estoques, disseram
operadores nesta quinta-feira. Os prêmios do robusta dos principais
produtores do Vietnã e da Indonésia subiram para máximas de vários meses
após chuvas excessivas interromperem entregas de fazendas e preços
globais em queda levarem os produtores a segurar seus grãos.
Dificuldades na obtenção de grãos forçaram alguns exportadores
indonésios a cancelar as remessas de até 4 mil toneladas dos grãos até o
momento em junho, e negociações ainda estão em andamento para evitar
mais cancelamentos. O café de Sumatra classe 4 com 80 grãos defeituosos
ficou a prêmios de 200 dólares por tonelada contra o contrato julho da
bolsa de Londres, nível mais alto desde o início de 2012, e ante 170
dólares na semana passada. Não há relatos de negócios fechados. O
robusta do Vietnã registrou prêmios menores. "Alguns exportadores
pediram para atrasar os carregamentos de cerca de 2,4 mil toneladas.
Eles na verdade pediram por 'washouts' (cancelamentos negociados) e
pagam uma multa de 50 dólares por tonelada para nós, mas não achamos que
seja uma boa ideia, pois os preços do Vietnã estão loucos", disse um
operador em Cingapura. Reuters
Prêmio para café da Ásia chega maior nível desde o início de 2012
Os Prêmios de robusta da Indonésia subiram US$ 30 nesta semana em
persistentes preocupações com o abastecimento, enquanto que algumas
cargas de grãos vietnamitas mudou de mãos como casas comerciais coberto
estoques, disse os concessionários. Robusta prêmios de top produtores
Vietnã e Indonésia cresceram para o mior nível dos últimos 18 meses,
após chuvas excessivas interromperam as entregas de plantações e a queda
dos preços mundiais levou os agricultores a reter seus grãos.
Dificuldades na obtenção de grãos forçaram alguns exportadores
indonésios para cancelar as remessas de até 4.000 toneladas de café, até
agora, em junho, e as negociações ainda estão em andamento para evitar
mais cancelamentos. Sumatra grau 4, 80 grãos defeituosos ficou em
prêmios de US $ 200 por tonelada para contrato de julho, em Londres, seu
nível mais alto desde o início de 2012 e, a partir de US$ 170 dólares
na semana passada. Não houve relatos de negócios. Robusta vietnamita foi
buscar os prêmios menores. "Alguns exportadores pediram para atrasar os
embarques de cerca de 2.400 toneladas. Eles realmente pediu para
desmoronamentos e pagar uma multa de US$ 50 por tonelada para nós, mas
não acho que é uma boa idéia, porque os preços no Vietnã são loucos",
disse um traficante em Cingapura. "Se optar por apressar-los, eles
poderiam padrão nos embarques e teremos que encontrar café substituição
do Vietnã. Isso nos dará mais problemas", disse o comerciante que compra
o café dos dois produtores. Desmoronamentos, em que os vendedores pagam
uma penalidade para evitar a entrega, sacudiu os nervos de ambos os
exportadores e compradores, que estavam tendo problemas para cumprir
contratos a termo. Prêmios locais subiram, embora a produção da
Indonésia deverá aumentar em cerca de 30 por cento, para 11,250 milhões
de sacas de 60 kg no ano até setembro de 2013, de acordo com a
Organização Internacional do Café No Vietnã, grau 2, 5 por cento e
quebrado, foram negociados a US$ 90 a de futuros de Londres, constante
da semana passada. Vietnã robusta é vendido normalmente abaixo de
futuros de Londres, mas os grãos estão agora em prêmios como
agricultores manter seus estoques depois que os preços globais caíram.
"Nós compramos café de US $ 90 prémios, e acho que as casas comerciais
têm de comprá-los de qualquer maneira, porque eles têm contratos a
cumprir", disse outro representante em Cingapura. "O Vietnã ainda tem um
monte de café, então eu não acho que eles vão padrão no embarques. Que
eles estão fazendo agora é ajustar os diferenciais. Ouvi Vietnã ainda
tem 200 mil toneladas de café." Setembro robusta na Liffe encerrou em
queda de 24 dólares em 1725 dólares a tonelada na quarta-feira. O
contrato caiu para 1.704 dólares americanos em 14 de junho, a menor para
o segundo mês desde outubro 2010, depois de Nova York arabica afundou
devido à pressão da cultura brasileira fora do ano. Até 100 mil
toneladas de feijão embarques do Vietnã foram atrasados ou inadimplentes
na temporada que termina em setembro de 2011, em parte após
exportadores recusou-se a entregar em acordos anteriores e em vez disso
tentou revender os grãos em diferenciais mais elevados. Semana frente
prémios de café poderia ficar nos níveis atuais na próxima semana, com
os concessionários esperam mais atrasos nos embarques da Indonésia se
restrições de fornecimento piorar.
Colômbia comemora Dia do Café com preços baixos e dificuldades
Nesta quinta-feira, 27 de junho, é comemorado o Dia Nacional do Café na
Colômbia. Cafeicultores do departamento (Estado) de Caldas mostraram
sua preocupação ante a crise que vive o setor por, entre outros motivos,
o preço internacional do grão, que vem experimentando quedas
sucessivas. O cafeicultor Luíz Gonzaga Cadavid afirmou que qualquer
ponto econômico que se dê nos países desenvolvidos e consumidores, como
os Estados Unidos, ou crises econômicas como a vivida pela União
Européia, afeta de uma ou outra maneira a bolsa de Nova Iorque, na qual o
café é comercializado. Durante a celebração do Dia do Café os
cafeicultores desse departamento asseguraram que a produção anunciada
pelo Brasil, de cerca de 50 milhões de sacas, que inclui um volume
considerável de grãos suaves, como os colombianos, o que ocasiona uma
pressão adicional sobre a bolsa, por um cenário de sobreoferta do
produto. Apesar de as estatísticas indicarem que 82% dos colombianos
serem consumidores habituais de café e que 89% tomam ocasionalmente, os
produtores afirmam que a carteira cafeeira e os altos custos dos
fertilizantes têm feito com que suas vidas passem por grandes
dificuldades econômicas. Asseguram que cultivar o produto, que é
considerado como bebida nacional por 90% dos colombianos, já não é
rentável e, assim, reclamam o cumprimento dos acordos entre o governo
nacional com os representantes do Movimento pela Defesa e Dignidade
Cafeeira. Denunciam que o subsídio do PIC (Proteção da Receita Cafeeira)
não tem chegado a todos os produtores e que o tema da normalização da
carteira cafeeira também tem registrado falhas de cumprimento, com a
exclusão dos benefícios a vários cafeicultores. Mesmo com um grande
número de colombianos não dispensando um café no desjejum, os
cafeicultores do país estudam a possibilidade de realizar uma nova
paralisação em nível nacional, decisão que deverá ser tomada no início
de julho, durante a oitava Assembléia Nacional da Dignidade Cafeeira,
evento que deverá contar com a participação de aproximadamente 350
dirigentes cafeeiros de 80 municípios do país e também representantes do
setor agrário local.
Mantega é cobrado sobre preço do café
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi bombardeado por todos os
lados na audiência pública ocorrida hoje de manhã na Comissão de
Finanças e Tributação da Câmara. Até o café entrou na pauta. Os
deputados ruralistas cobraram uma mudança no preço mínimo do café
arábica, que, em maio, foi fixado pelo Conselho Monetário Nacional em R$
307 a saca de 60 quilos. Os parlamentares alegam que o preço base do
grão está 10% abaixo do custo de produção, avaliado em R$ 337. Mantega
não acenou com um possível aumento no valor.
Aos 126 anos, IAC lança no mercado sua milésima cultivar
Fundado em 1887 pelo Imperador D. Pedro II, o Instituto Agronômico de
Campinas (IAC), vinculado à Secretaria da Agricultura de São Paulo,
completa hoje 126 anos e apresenta amanhã sua milésima cultivar, uma
marca superada até agora no Brasil apenas pela estatal federal Embrapa.
Fruto de pesquisas realizadas desde 2007 com recursos do governo
paulista, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), a IAC Milênio é uma cultivar de feijão mais
produtiva e resistente à antracnose, doença que afeta folhas e vagens, e
à murcha de Fusarium, que golpeia as raízes. A resistência à murcha de
Fusarium, que pode provocar a morte da planta, é o "pulo do gato" da
Milênio, uma vez que a cultivar de feijão carioca considerada padrão de
mercado, a IAC Alvorada, não tem tal característica. Isso limita sua
produção a áreas novas de plantio e a propriedades de alta tecnologia.
Figura fácil no prato do brasileiro, o carioca é um tipo de feijão
desenvolvido pelo IAC nos anos 70, e a cultivar Milênio é sua 9ª
geração. Ao todo, o instituto já desenvolveu mais de 40 cultivares de
feijão, o que inclui a leguminosa na lista de culturas com maior número
de cultivares lançadas pelo IAC, ao lado de café, pêssego, videira,
arroz, cana e seringueira. Todas resultados de pesquisas que fortalecem
os bancos de germoplasma do instituto, como os de café e de cana - e
este último servirá como base para um novo banco com variedades de todo o
mundo. "Trabalhamos com mais de 100 culturas, e não podemos fugir desse
perfil. Nossa missão é gerar e transmitir tecnologia para diversas
cadeias produtivas. Mas também conseguimos aproveitar as boas
oportunidades que há no mercado", diz Sérgio Augusto Morais Carbonell,
diretor-geral do IAC desde março. O desenvolvimento de cada cultivar do
IAC custa, em média, R$ 1 milhão. No total, incluindo fontes públicas e
parcerias com grupos privados, o instituto trabalhará com um orçamento
de quase R$ 60 milhões em 2013, para todos os fins. O Estado de São
Paulo entrará com pouco menos de R$ 30 milhões, e as captações externas
completarão o bolo. Essas captações externas, em agências de fomento
como Fapesp e CNPq ou por meio de parcerias com a iniciativa privada,
também incluem receitas obtidas com a venda de serviços e insumos, que
poderão somar R$ 1,5 milhão em 2013. A produção de "sementes genéticas"
vendidas pelo IAC aos multiplicadores, por exemplo, deverá chegar a 350
toneladas este ano. A Milênio é a 20ª cultivar que será lançada pelo IAC
apenas em 2013. Segundo Carbonell, outras dez deverão sair do forno
neste ano - de cana, amendoim, citros, arroz e quiabo -, ante um total
de 31 no ano passado e 14 em 2011. Nos números aparece algo fundamental
em órgãos públicos de pesquisa como o IAC: quiabo, açucena, marmelo,
repolho, caruru e triticale, entre outras culturas do portfólio do
instituto que não estão entre as prioridades de grandes multinacionais
de pesquisas agrícolas, têm que continuar sendo melhoradas para agradar
aos paladares e manter a competitividade na "disputa" por áreas de
plantio com outras culturas. As cultivares desenvolvidas pelo IAC são
resultado de melhoramento convencional, mas o instituto, que conta hoje
com 165 pesquisadores, também desenvolve pesquisas com transgênicos,
especialmente nas áreas de citros e cana-de-açúcar.