E a erosão continua, café experimenta novo dia de perdas na ICE Futures
E a erosão continua. Os preços do café na ICE Futures US mantém o cenário de queda livre e nesta terça-feira atingiram a sétima sessão de perdas. Depois de uma abertura estável, sem um direcionamento concreto, novas vendas especulativas foram executadas na segunda metade da sessão e, mais uma vez, o maio experimentou retrações, chegando a flutuar no range de 132,00 centavos, nos menores patamares em mais de 33 meses.
Os bears (baixistas) se mostram ativos, amparados, principalmente, na perspectiva de uma safra grande do Brasil em 2013, mesmo com o ano sendo de ciclo bianual de baixa. Diante dessa expectativa, muitos players avaliam que o cenário de aperto da disponibilidade continuará sendo afastado, principalmente diante de alguns cálculos que mostram que os estoques do grão se encontram consideravelmente altos. Com isso, os produtores, mais cedo ou mais tarde, deverão passar a ofertar mais fortemente. Com isso, as perdas atuais já seriam a precificação desse cenário por parte dos especuladores e fundos. Tecnicamente, o café vive um cenário baixista de curto, médio e longo prazo.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve queda de 125 pontos, com 133,10 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 132,55 centavos e a mínima de 135,45 centavos, com o julho tendo retração de 120 pontos, com 135,90 centavos por libra, com a máxima em 138,00 centavos e a mínima em 135,35 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição maio teve queda de 21 dólares, com 2.155 dólares por tonelada, com o julho tendo desvalorização de 21 dólares, no nível de 2.158 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi de continuidade do cenário negro que se abate sobre o café. Numa escalada baixista que vem se desencadeando desde maio de 2011, quando os preços conseguiram bater nas máximas de 14 anos, o café vem rompendo suporte sobre suporte e atingindo novas baixas. Com os compradores se mostrando amplamente reticentes, as perdas se sucedem sem dificuldades. Nesta terça, ainda com o temor sobre a economia do Chipre na pauta, o segmento macro também contribuiu para as baixas da sessão, com o dólar em alta e pressão sobre segmentos de risco.
"Não há muito o que fazer. Diante de um quadro dominado pelos especuladores o que se vê é a predominância das liquidações e a retração constante dos preços. A perspectiva é que a primeira posição passe a flutuar entre 120 e 130 centavos antes do início da safra brasileira de café, cuja colheita começa no mês de maio. Mesmo com os problemas climáticos no Vietnã e as perdas decorrentes da ferrugem na América Central, parece não haver um dínamo para impulsionar ao menos uma correção", disse um trader.
As exportações brasileiras de café de março, até o último dia 15, somaram 816.197 sacas, contra 754.482 sacas do mesmo período de fevereiro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 2.350 sacas, indo para 2.743.689 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 20.549 lotes, com as opções tendo 5.881 calls e 5.973 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência em 135,45-135,50, 136,00, 136,50, 137,00, 137,40-137,50, 1380,,0 138,50, 139,00, 139,50, 139,80, 139,90-140,00, 140,50, 141,00, 141,40-141,50, 142,00, 142,50, 143,00, 143,50, 144,00, 144,25, 144,50, 144,85, 144,90-145,00 e 145,50 com o suporte em 132,55-132,50, 132,00, 131,50, 131,00, 131,50, 131,00, 130,50, 130,10-130,00, 129,50, 129,00 e 128,50 centavos por libra.
Londres volta a ter vendas especulativas e fecha próximo das mínimas
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta terça-feira com quedas, em uma sessão com um volume dentro da média atual da bolsa inglesa, e na qual os preços flutuaram integralmente abaixo do referencial de 2.200 dólares por tonelada. A predominância das ações do dia foi de vendas especulativas, com a mínima atingindo 2.153 dólares, nível muito próximo do fechamento do pregão.
De acordo com analistas internacionais, o dia chegou a ter um esboço de reação, mas no patamar de 2.180 dólares foram observados acionamentos de ordens de venda e as perdas se consolidaram. Alguns desses analistas ressaltaram que as perdas estiveram relacionadas com a fraqueza de Nova Iorque. Players atuando nas arbitragens pressionaram mais efetivamente o mercado e as baixas se consolidaram.
"O mercado de robustas, bem ao contrário dos arábicas, se mostra consistente e as perdas ainda são pontuais. Tivemos notícias de que algumas áreas do Vietnã voltaram a registrar chuvas, o que pode fazer com que os problemas climáticos verificados até o momento sejam minimizados. No entanto, a percepção de que o prejuízo será considerável perdura e essa é uma das colunas para a sustentação do atual quadro", disse um trader.
O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 6,24 mil contratos, contra 3,16 mil do junho. O spread entre as posições maio e junho ficou em 3 dólares. No encerramento do dia, o maio teve queda de 21 dólares, com 2.155 dólares por tonelada, com o julho tendo desvalorização de 21 dólares, no nível de 2.158 dólares por tonelada.
STARBUCKS ADQUIRE PRIMEIRA FAZENDA NA COSTA RICA
A Starbucks Corp. adquiriu sua primeira fazenda de café,
com planos de utilizar a propriedade de 600 acres na Costa Rica para o
desenvolvimento de novas variedades de café e o teste de métodos de
erradicação da doença fúngica conhecida como ferrugem, que perturba a
indústria.
A empresa, que encerrou a compra nesta sexta-feira, dia 15, decidiu
adquirir a fazenda devido a sua locação, que permitirá o teste de diferentes
métodos de cultivo, de modo a compreender o que faz as plantas de café
prosperar em diferentes elevações.
"Nós estamos falando em fazer coisas inovadoras que não conseguiríamos
fazer sem essa fazenda", afirmou o diretor executivo da Starbucks, Howard
Schultz, completando que não descarta a possibilidade de aquisição de outras
fazendas para pesquisa.
O valor da compra não foi divulgado, mas fontes familiares com o assunto
afirmam que fazendas de igual tamanho na Costa Rica geralmente atingem entre US$
5 milhões e US$ 10 milhões.
QUEREMOS RESOLVER PROBLEMAS EFETIVOS DA INDÚSTRIA E PRODUTORES - OIC
Comemorar os 50 anos e de relançar os objetivos da
Organização Internacional do Café (OIC) para os próximos 50 anos. Esta é a
idéia por trás da Semana Internacional do Café, segundo afirmou o diretor
executivo da entidade, Roberio Silva, no lançamento do evento que ocorrerá em
setembro em Belo Horizonte (MG).
"Queremos trazer não só os representantes dos países produtores, mas
eu estou me empenhando pessoalmente para trazer os líderes da indústria e os
líderes dos importadores. Porque, através desse diálogo com os produtores, é
que nós podemos relançar o pacto cafeeiro", disse o diretor executivo.
Além disso, a expectativa é de trazer uma visão da sustentabilidade nas
suas três esferas: econômica, social e de meio ambiente, assim como a
sustentabilidade dos preços internacionais do grão, que têm declinado
significativamente nos últimos meses.
"Nós precisamos entender que, sem o preço, o produtor não tem
condições de se manter. Então quando se trata de fazer uma reunião para
comemorar os 50 anos, se trata muito mais de fazer uma reunião para resolver os
problemas efetivos da indústria e dos produtores", apontou Silva.
Promovida pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), em parceria com a OIC,
Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Sebrae,
Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Café Editora, a
Semana Internacional do Café, será um dos maiores eventos mundiais do setor
cafeeiro em 2013.
Programado para o período de 9 a 13 de setembro, no Expominas, em Belo
Horizonte, o evento receberá a reunião de 50 anos da Organização
Internacional do Café (OIC) e a 8a edição do Espaço Café Brasil. Ela se
insere nos esforços de internacionalização do Estado empreendidos pelo
Governo de Minas, que vem alcançando bons resultados em acordos bilaterais,
atração de investimentos e fomento ao turismo.
PRECISAMOS DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA COMBATER FERRUGEM - OIC
"Esse é um problema sério e que exige toda a
solidariedade internacional", alerta o diretor executivo da Organização
Internacional do Café (OIC), Roberio Silva, comentando o recente surto de
ferrugem que assola os cafezais da América Central nos bastidores do evento que
lançou a Semana Internacional do Café - evento que marca os 50 anos da OIC -
que ocorrerá em setembro em Belo Horizonte.
Para Silva, infelizmente, o problema da América Central é mais sério do
que se imagina, não só do ponto de vista produtivo, mas também social, já
que a cultura é uma importante fonte de renda local. "Eu recebi um mandato do
conselho da OIC para realizar uma visita a cada um dos países da região, pois
a situação é séria. A estimativa que nós temo é de perdas na faixa de 3
milhões de sacas, mas o mercado fala de 5 milhões. Quer dizer, é uma
emergência social também.", explica.
De acordo com o diretor executivo, o Brasil e a Colômbia, dois importantes
países produtores de café, tem um papel a cumprir neste contexto, ia que os
dois já sofreram com a doença em anos anteriores. "Nós precisamos colocar a
solidariedade internacional a favor de combater a ferrugem. Esta é uma
emergência fitossanitária e nós não podemos deixar nossos cafezais a mercê
de um problema como a ferrugem", concluiu.
Preços e tarifas amargam o café
A despeito do crescimento do consumo de café no mundo, estimado em 2,5% neste ano pela Organização Internacional do Café (OIC), o cafeicultor brasileiro enfrenta duplo desafio diante dos baixos preços do café do tipo arábica – variedade de melhor qualidade e que representa 75% da produção nacional – e das barreiras tarifárias às exportações. A queda das cotações da commodity, que chegou a 40% nos últimos dois anos, já ameaça a sustentabilidade da atividade, segundo o diretor-executivo da OIC, Robério Silva, que esteve ontem em Belo Horizonte, no evento de lançamento da Semana Internacional do Café, marcada para 9 a 13 de setembro na capital mineira. Ele afirmou, ainda, que as barreiras tarifárias aplicadas nos países desenvolvidos impedem a exportação do café brasileiro torrado e moído e na forma solúvel, em lugar do produto em bruto (em grãos). “Há uma escalada tarifária nos países desenvolvidos e o Brasil é discriminado em relação à tarifa que se aplica ao café solúvel nas capitais europeias e nos Estados Unidos”, disse o diretor-executivo da OIC. Robério Silva pregou que o Brasil defenda os seus interesses por meio da política de relações internacionais para ter condições de exportar o café de maior valor, em lugar do grão. O problema dos baixos preços consiste na maior dificuldade para os cafeicultores e por isso será tema central da 50ª reunião da OIC em BH, como parte da Semana Internacional do Café. A variedade arábica, considerada o padrão de mercado, que concentra mais de 90% da safra de Minas Gerais, maior produtor brasileiro, encerrou a semana passada cotada entre R$ 295 e R$ 310 por saca de 60 quilos. A cotação do café robusta estava em R$ 260 por saca. Principal instituição do setor no mundo, representando 98% da produção e 90% do consumo, a OIC pretende relançar, na capital mineira, um “pacto pela sustentabilidade econômica, social e do meio ambiente da cafeicultura”, de acordo com Robério Silva. Medidas de apoio Em busca de reação dos preços, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, seguiu ontem a Brasília, para pedir medidas de apoio aos produtores, num périplo das entidades do setor pelos gabinetes dos ministros Antônio Andrade, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. “Vamos tentar negociar medidas de garantia de preço mínimo e, principalmente, a opção de compra. Basta que o governo dê o sinal ao mercado”, afirmou. O secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas, Elmiro Nascimento, informou que a Semana Internacional do Café receberá delegações de mais de 70 países e vai abrigar a 8ª edição do Espaço Café Brasil, maior feira de cafés da América Latina, que no ano passado atraiu 6,5 mil visitantes de 18 países. Os representantes da OIC, com sede em Londres, farão visitas técnicas às regiões produtoras do Sul de Minas e do cerrado. “A expectativa da OIC é conhecer o café de melhor qualidade, mas que precisa ser divulgado no exterior, para a valorização do produto”, afirmou Nascimento.
MCDONALD'S INVESTE US$ 6,5 MI EM ASSISTENCIA TÉCNICA NA GUATEMALA
O McDonald's investirá mais de US$ 6,5 milhões durante
quatro anos e meio em um programa de assistência técnica para ajudar
aproximadamente 13.000 cafeicultores na América Central a produzir e processar
de forma mais sustentável. A medida reflete o compromisso da companhia com os
acionistas de começar a partir desse mês a usar somente cafés 100%
certificados pela Rainforest Alliance para suas bebidas de café espresso nos
Estados Unidos e no Canadá.
"Estamos confiantes de que investir em certificação e treinamento de
agricultura sustentável resolverá a necessidade imediata de assistência aos
produtores hoje, expandirá a capacidade para uma produção maior de café
sustentável no futuro e ajudará a garantir a nossos clientes que continuaremos
fornecendo o perfil de sabor que eles adoram e esperam do McDonald's",
disse a vice-presidente de sustentabilidade do McDonald's, Susan Forsell.
A linha de expressos do McCafe, que dobrou as vendas de café da companhia
nos últimos cinco anos, incorporou tipicamente cafés de Colômbia, Guatemala,
Costa Rica, Nicarágua, El Salvador, Brasil e Sumatra. No Canadá, 100% do café
usado nas bebidas de café espresso do McDonald's são certificados por
alguma agência de certificação de sustentabilidade, enquanto somente uma
parte dos cafés do McDonald's vendidos nos Estados Unidos são certificados
por grupos como Rainforest Alliance, UTZ Certified e Fair Trade USA.
Para sua mais recente iniciativa, o McDonald's está trabalhando com a
TechnoServe, uma organização sem fins lucrativos que desenvolve soluções de
negócios à pobreza, e com a Rede de Assistência a Commodity Sustentável
(SCAN), uma colaboração global que fornece assistência técnica em
sustentabilidade. Com esses grupos, o McDonald's vem apoiando um programa de
assistência técnica para fazendas de café na Guatemala desde 2011.
"O programa capacita os produtores a implementar práticas que forneçam
maiores rendimentos que contribuem para o sustento individual e para a economia
local, enquanto simultaneamente protege o meio-ambiente para gerações
futuras", disse o vice-presidente da TechnoServe, David Browning. "Maiores
rendimentos se traduzem em maiores rendas que ajudarão os produtores a quebrar
o ciclo da pobreza e investir em melhores cuidados de saúde e educação de
suas crianças".