Café volta a ganhar fôlego na ICE e fecha dia com bons ganhos
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira com ganhos expressivos, invertendo, retomando, assim, os ganhos da última terça-feira. Aquisições especulativas e, em menor grau, de fundos deram o norte para os negócios, em um dia em que o café operou totalmente dissociado de outros mercados, que sofreram com várias quedas em muitos segmentos. A quinta-feira foi o primeiro dia de notificação do julho na bolsa norte-americana e algumas das coberturas de posições short teriam sido estimulados por movimentos técnicos de especuladores que não desejam efetuar as entregas físicas. Por sua vez, muitos players citaram um aspecto fundamental como preocupação para o mercado de café: as chuvas em zonas produtoras no Brasil. As precipitações atingem regiões como o sul de Minas Gerais, interior de São Paulo e norte do Paraná e são atípicas, já que, tradicionalmente, junho é um mês relativamente seco. Com as chuvas consideráveis, o processo de colheita sofre com atrasos consideráveis e há relatos de quedas de café, o que coloca produtores em alerta quanto à qualidade do grão. A quinta-feira foi marcada por uma nova onda negativa nos mercados externos. A ausência de novidades no programa de apoio econômico apresentado pelo Federal Reserve (banco central norte-americano) e a manutenção do temor em relação à crise de dívidas na zona do euro voltam a pressionar os mercados internacionais. O dólar subiu mais de 1% em relação a uma cesta de moedas internacionais, as bolsas nos Estados Unidos recuaram consideravelmente e o índice CRB fechou com retração de 1,60%. No encerramento do dia, o setembro em Nova Iorque teve alta de 640 pontos, com 158,80 centavos, sendo a máxima em 159,35 e a mínima em 151,40 centavos por libra, com o setembro tendo valorização de 615 pontos, com a libra a 162,00 centavos, sendo a máxima em 162,50 e a mínima em 154,70 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, julho teve queda de 3 dólares, com 2.059 dólares por tonelada, com o setembro tendo desvalorização de 7 dólares, com 2.079 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, os altistas voltaram a dominar as ações no dia, com o setembro ficando ligeiramente abaixo do patamar de 160,00 centavos. No entanto, no longo termo, com base na linha gráfica primária, se observa que a tendência dominante continua bear (baixista). Entretanto, os bulls (altistas) ganham algum corpo na formação semanal gráfica. Os traders deverão monitorar as ações de sexta-feira, quando o ciclo semanal se fecha e o mercado poderia ter uma formação mais crítica. Ao longo dos últimos meses, os preços do café seguiram uma tendência de retração, no entanto, nesta semana viu uma movimentação gráfica de alta. O mercado bateu sua nova mínima em 150,10 centavos no dia 18 de junho, passando a se recuperar desde então. A alta da semana foi de 161,50 centavos, registrado em 20 de junho, em um dia de coberturas, mas que não teve um fechamento no topo. No gráfico semanal, indicou um operador, as altas e baixas superam os níveis da semana anterior e um posicionamento acima do range poderá ser um indicador altista. "Vemos uma pequena estabilidade para o café no momento", indicou Paul Hare, vice-presidente executivo da Linn Group. "Nós temos uma grande tendência baixista, mas também um quadro sobrevendido. No entanto, encontramos uma resistência forte em 160,00 centavos e isso pode limitar a recuperação do café", complementou. Para Hare, a tentativa de recuperação atual se dá sobre um cenário semanal, ao passo que no longo prazo ainda se observa um viés negativo e, destarte, o especialista que na possibilidade de se testar um patamar próximo de 145,00 centavos. Para ele, o quadro pode divergir apenas se as reações altistas perdurarem. "Se tivermos esse comportamento por semanas poderíamos ver uma mudança de padrão, mas por enquanto esse movimento não é um referencial", complementou. Ao ser questionado sobre o bottom line, Hare continua a orientar os traders: "eu ainda seria vendedor nos rallies", complementou. As exportações de café do Brasil em junho, até o dia 20, somaram 810.670 sacas de café, contra às 994.341 sacas registradas no mesmo período de maio, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 3.214 sacas, indo para 1.592.271 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 25.031 lotes, com as opções tendo 2.594 calls e 755 puts. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 159,35, 159,50, 159,90-160,00, 160,50, 161,00, 161,25, 161,50, 162,00, 162,50, 163,00, 163,50, 164,00, 164,50, 164,90-165,00 e 165,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 151,40, 151,00, 150,50, 150,00, 149,50, 149,00, 148,50, 149,00, 149,25, 149,00, 148,50, 148,00, 147,50, 147,00, 146,50, 146,00, 145,50 e 145,10-145,00 centavos por libra.
Londres segue mercados externos e fecha com quedas modestas
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram a sessão desta quinta-feira com ligeiras perdas, em um dia caracterizado por um volume apenas razoável de lotes negociados. A posição setembro buscou, ao longo do dia, voltar a testar o nível de 2.100 dólares, mas falhou nesse objetivo, alcançando a máxima de 2.098 dólares. Após não suplantar tal marca, o que se verificou foram algumas vendas especulativas, que permitiram uma mudança de direcionamento e a consolidação das perdas. De acordo com analistas internacionais, a mínima foi registrada em 2.064 dólares, sendo que nesse patamar algumas compras de comerciais foram observadas, o que impediu que recuos mais significativos fossem registrados. Os robustas se dissociaram dos arábicas em Nova Iorque, que tiveram uma quinta-feira de bons ganhos, mas seguiram o comportamento negativo de vários outros mercados internacionais. "Tivemos um dia técnico e seguimos a fraqueza de várias outras commodities internacionais. Mas os robustas mantêm um comportamento de consistência, já que, mesmo em um dia de retração como esta quinta, conseguimos manter parâmetros interessantes", sustentou um trader. O julho na bolsa londrina tem 13,0 mil contratos em aberto, contra 55,8 mil do setembro. O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de julho com uma movimentação de 1,69 mil lotes, com o setembro tendo 5,33 mil lotes negociados. O spread entre as posições julho e setembro ficou em 20 dólares. No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição julho teve queda de 3 dólares, com 2.059 dólares por tonelada, com o setembro tendo desvalorização de 7 dólares, com 2.079 dólares por tonelada.
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