Páginas

segunda-feira, 7 de maio de 2012

FRIO CHEGA APENAS PARA ALERTAR OS VENDIDOS

FRIO CHEGA APENAS PARA ALERTAR OS VENDIDOS 
O mês de maio começou fraco, a princípio dando razão à máxima que se repete todos os anos nos Estados Unidos: “sell May and go away” (venda em maio e saia de férias – que diga-se de passagem em 2011 e 2010 deu certo).A contração da atividade industrial na Europa, e criação de postos de trabalho americanos abaixo do esperado, fez com que os investidores ficassem mais cautelosos, pressionando os ativos de risco.As bolsas caíram entre 2% e 4% nos dois lados do Atlântico, e os principais índices de commodities cederam mais de 2%.Ajudado por previsões de temperaturas mais baixas no Paraná e em São Paulo, o café em Nova Iorque fez com que uma pequena parte daqueles que estão vendidos tivessem precaução e liquidassem uma parcela de suas posições vendidas (leia-se os fundos). Ajudado pelo feriado do dia do trabalho no Brasil e em alguns outros países, os compradores encontraram poucas vendas e no dia 1º de maio o mercado subiu US$ 4.60 centavos por libra.Não que houvesse riscos reais de geada no “cinturão de café” brasileiro, mas os prognósticos dos institutos de meteorologia serviram para acordar, ou alertar, os participantes de que o inverno está chegando no hemisfério sul.A alegria dos altistas durou pouco, e a valorização do dólar frente a diversas outras moedas, principalmente o Real, teve uma influência maior, pressionando a cotação do “C” – que encerrou a semana com perda de US$ 2.51 por saca.O momento da alta, por mais curto que tenha sido, ajudou alguns torradores a comprarem diferenciais baratos do principal produtor mundial com volumes reportados que incluem embarques imediatos.A necessidade de cobertura de diferenciais dos compradores naturais deu algum alento ao mercado, muito embora o efeito possa ter curta duração. Isto porque não só a bolsa cedeu, mas também o basis, indicadores que não animam os que estão apostando em uma alta no curto-prazo (são estes a maioria?).Estatísticas da produção do Brasil de alguns analistas e de trade-houses divulgadas na semana apontaram para uma safra12/13 entre 52.4 mln a 57 mln de sacas, com o conillon contribuindo com um número entre 15 e 19 milhões de sacas (um intervalo bastante largo para o último).No mercado físico a procura pelo robusta, e a relutância dos produtores desta variedade em diminuir preços, mais uma vez corrobora com a tese da mudança de blends para um adequamento ao perfil do consumidor (em um momento de crise mundial e desconforto em manter os mesmos gastos).Com isto a arbitragem entre LIFFE e ICE volta a sinalizar um potencial rompimento do patamar de 80 centavos por libra.O fortalecimento da arbitragem junto com a consolidação do terminal acima dos US$ 170 centavos (não esquecendo é claro da posição vendida dos fundos que não tem aumentado), me faz crer em uma manutenção dos níveis atuais – salvo uma continuação da desvalorização da moeda brasileira.Desta forma tudo indica que o intervalo de negociação ficará entre US$ 170 a 220 centavos, sendo que a recuperação de preços ou uma alta mais convincente só deve ocorrer no último trimestre do ano (ou caso haja ameaças reais de geada).Em resumo, nada de novo a ser comentado.Uma excelente semana a todos e muito bons negócios. Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

Nenhum comentário:

Postar um comentário