Café rompe suportes e preços despencam na ICE Futures
Uma terça-feira desesperadora para o café. Como já vinha se avizinhando, o primeiro grande suporte na ICE Futures US foi rompido, o que permitiu que vários stops de venda fossem acionados e, assim, perdas consideráveis fossem produzidas, com as cotações batendo nos menores níveis desde 1 de novembro de 2010. O dia foi iniciado com pressão sobre os preços, refletindo o clima negativo dos mercados externos. Passo a passo, o nível de 200,00 centavos por libra foi rompido, entretanto, o contrato de maio ainda contava com uma "barreira" que impedia que o nível de 197,80 centavos, que era o primeiro grande suporte atual, fosse testado. No entanto, na parte da tarde, especuladores e fundos ampliaram sua pressão vendedora e o patamar foi rompido, o que deu espaço para que os stops de venda ocorressem e as perdas se acentuassem consideravelmente. O clima baixista já vem se mostrando no segmento café desde maio do ano passado. Após ter conseguido testar um nível próximo de 300,00 centavos de dólar, os preços passaram a experimentar quedas sucessivas, com alguns momentos de recuperação, mas sem conseguir se firmar e buscar romper resistências mais expressivas. Os preços praticados ao longo dos últimos meses invariavelmente se situaram abaixo da linha da média móvel de 200 dias, o que é uma sinalização clara de um cenário baixista. Ao longo de fevereiro, novos suportes foram testados, mas algumas compras de comerciais impediram de esses níveis serem rompidos, algo que agora ocorre e faz com que o mercado se posicione nos piores níveis em 17 meses. No encerramento do dia, o maio em Nova Iorque teve baixa de 865 pontos com 193,05 centavos, sendo a máxima em 201,60 e a mínima em 192,55 centavos por libra, com o julho tendo desvalorização de 850 pontos, com a libra a 195,80 centavos, sendo a máxima em 204,00 e a mínima em 195,35 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição maio registrou queda de 48 dólares, com 1.955 dólares por tonelada, com o julho tendo desvalorização de 41 dólares, com 1.944 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, o dia foi negro. Bolsas de valores e a maior parte das commodities tiveram perdas, ao passo que o dólar subiu em relação a uma cesta de moedas internacionais. Nesse cenário, o café sofreu com as vendas especulativas. O mau humor externo esteve relacionado a uma sério de notícias negativas, como a revisão para baixo da meta de crescimento da China, a retomada do temor de um calote da Grécia e os números de crescimento considerados fracos da economia do Brasil em 2011. Assim, uma somatória de mercados externos nervosos e situação técnica fraca fez com que o café sofresse ainda mais pressão. "Foi um novo massacre sobre os preços e as perspectivas que existiam de alguma recuperação vão se esvaindo cada vez mais. O cenário é negativo, baixista e poderemos ampliar ainda mais essas perdas. Num primeiro momento, deveremos ver os baixista buscando se posicionar nos níveis de 191,25, 190,00 e 187,50 centavos", disse um trader. O Ecobank emitiu relatório nesta terça-feira no qual indica que os preços do café tendem a se manter firmes nos próximos meses, antecipando um balaço do mercado global, que deve se manter apertado, conforme indicado pelas exportações globais em janeiro, que recuaram 9,0%. Para a instituição, a atual força dos robustas refletem a menor oferta do grão, por conta das vendas mais modestas do Vietnã. Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 732 sacas, indo para 1.571.802 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 30.644 lotes, com as opções tendo 2.601 calls e 2.110 puts. Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem uma resistência em 201,60, 201,80, 202,00, 202,50, 203,00, 203,50, 204,00, 204,50, 204,75, 205,00-205,10, 205,50, 206,00, 206,25, 206,50, 207,00, 207,35, 207,50, 208,00, 208,50 e 209,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 192,55-192,50, 192,00, 191,50, 191,25, 191,00, 190,50, 190,10-190,00, 189,50, 189,00, 188,50, 188,00 e 187,50 centavos por libra.
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