As bolsas de ações tiveram um desempenho robusto na semana, com ganhos entre 2% e 8% nos principais pregões do mundo.
O motivo para a recuperação veio mais uma vez da Europa, com os seus líderes desenhando estratégias para demonstrar ao mercado que os bancos da região serão de alguma forma ajudados.
O inevitável calote da Grécia está prestes a acontecer de fato, não com este nome horroroso, é claro, mas através de um desconto dos títulos do país que pode chegar a até 60%. A idéia por trás do plano é evitar que os seguros (CDS) sejam acionados, o que sangraria ainda mais o sistema financeiro.
Com a diminuição do medo do investidor o dólar perdeu força e o índice CRB das commodities subiu 4.50% nos últimos cinco dias.
O café depois de apanhar feio na semana retrasada conseguiu sair das mínimas recentes, dando a impressão que o nível de US$ 220.00 centavos por libra em Nova Iorque será um suporte forte e improvável de ser rompido – a não ser que o câmbio desvalorize para R$ 2.00.
A subida de US$ 20.11 por saca em Nova Iorque foi parcialmente seguida por São Paulo, que teve uma alta de US$ 14.80, enquanto Londres firmou apenas US$ 3.18 por saca. Acredito que a arbitragem vai continuar enfraquecendo com a subida do “C” na mesma proporção que vimos, algo em torno de um terço – ou seja para cada US$ 15 centavos de ganho na ICE a BM&F vai subir US$ 10 centavos , diminuindo assim o diferencial positivo para o café do Brasil. Por outro lado acho improvável a arbitragem voltar à território negativo até o fim do ano, isto porquê também não creio que NY tenha força para ir muito acima de US$ 280 centavos.
O encarecimento do café do Brasil praticamente tira o país do mercado, que se volta para a safra nova de Colômbia, Vietnã e de outros países da América Central. No mercado “spot” falta café fino brasileiro, e mesmo que a contragosto os torradores acabam tendo de comprar alguns suaves que não trazem boas lembranças a eles.
A organização internacional do café, OIC, divulgou na semana sua estimativa da produção de 2010/2011, 133.6 milhões de sacas. Com um consumo estimado em 135 milhões de sacas para o ano de 2010, e uma safra brasileira menor, o déficit deve estar por volta de 5 milhões de sacas no atual ano-safra 2011/2012. Lembrando que a estatística da entidade é alimentada por números fornecidos por seus associados.
Os volumes negociados na bolsa melhoraram com a subida dos preços, e os fundos que estavam vendidos em 10,895 contratos na terça-feira dia 11 de outubro, devem ter liquidado apenas uns 1,500 lotes até a sexta-feira, o que é pouco e dá munição para a continuação do rally.
Sendo assim podemos esperar mais altas, e caso os investidores não voltem a ter medo do fim do mundo, creio que ficaremos dentro do intervalo de negociação entre 240 e 270 centavos por algum tempo – níveis que sugeri nas minhas apresentações em alguns seminários desde março último.
Uma ótima semana e muito bons negócios para todos,
Rodrigo Corrêa da Costa
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