Aposta do estrangeiro no real é de apenas US$ 1,13 bilhão
Os investidores estrangeiros encerraram o mês de setembro liquidamente vendidos em US$ 1,138 bilhão na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Um das menores "apostas" no real do ano.Tal posição é composta por US$ 11,874 bilhões comprados em contratos de dólar futuro e US$ 13,012 bilhões vendidos em cupom cambial (DDI - juro em dólar).Esses agentes, que incluem fundos de hedge e os de alto retorno, tinham começado setembro liquidamente vendidos em US$ 15,887 bilhões, sendo US$ 1,834 bilhão em dólar futuro e US$ 14,052 bilhões em cupom cambial.Como se nota, a grande virada de mão do não residente aconteceu no mercado de dólar futuro. Onde a compra líquida de contratos ao longo do mês somou US$ 13,709 bilhões.Essa demanda por contratos futuros explica boa parte da valorização do dólar em setembro. No mês, o preço da moeda subiu mais de 18%, maior alta mensal desde setembro de 2002, quando o mercado era assombrado pelo "risco Lula".Cabe lembrar que a aposta dos não residentes no real já chegou a ser de US$ 24,637 bilhões, recorde histórico, no começo de julho.O desarme dessa posição direcional no real começou já no fim de julho, quando o governo introduziu a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o aumento de posição vendida com derivativos.Ao longo de agosto, esse desmanche de apostas no real foi bem ordenado, sem causar grandes sobressaltos na taxa. Ao fim de agosto, o estrangeiro tinha posição líquida vendida de US$ 16,977 bilhões.Já em setembro, o agravamento da crise externa promoveu uma corrida mais acelerada na BM&F. Além de zerar a exposição que tinha em dólar futuro, o não residente também se viu obrigado a proteger a posição vendida em cupom cambial, mais difícil de desmanchar em função da menor liquidez desse mercado.Como o mercado futuro é um jogo de soma zero, toda essa movimentação do estrangeiro precisou de uma contraparte. No caso, foram os bancos que atuaram na mão oposta do não residente.Enquanto os estrangeiros compraram moeda, os bancos venderam, encerrando o mês com estoque liquidamente vendidos em US$ 5,675 bilhões. Posição composta por estoque vendido de US$ 12,848 bilhões em dólar futuro e comprado em US$ 7,173 bilhões em cupom cambial.As instituições financeiras locais tinha aberto o mês liquidamente compradas em US$ 9,309 bilhões, sendo US$ 1,683 bilhões em dólar e US$ 7,625 bilhões em cupom cambial.Em julho, por exemplo, a posição líquida comprada dos bancos no mercado cambial chegou a US$ 19,451 bilhões, também recorde histórico.
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