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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Baixistas voltam a comandar mercado e café tem novo recuo na ICE

Baixistas voltam a comandar mercado e café tem novo recuo na ICE
Os contratos futuros de café negociados na ICE Futures US tiveram uma quarta-feira negativa, na qual as perdas recentes foram ainda mais ampliadas, numa ação vendedora coordenada de especuladores e grandes fundos. O nível de 270,00 centavos foi facilmente rompido, sendo que, tecnicamente, após dois dias com viés de consolidação, os baixistas voltaram a demonstrar consistência e pressionaram os preços. Os mercados externos tiveram um dia negativo para as commodities, puxadas pelos produtos agrícolas e pelo petróleo. O dólar se manteve estável em relação a uma cesta de moedas internacionais. Por outro lado, as bolsas de valores nos Estados Unidos tiveram um dia de recuperação, subindo, em média, mais de 1%. Fundamentalmente, o mercado não registra novidades. A maior cooperativa de café do Brasil, a Cooxupé, divulgou que vê com otimismo a safra 2012/2013, com o clima tendo favorecido o desenvolvimento das plantas. Nesse contexto, o banco holandês Rabobank emitiu nota indicando que as expectativas de uma safra alta do Vietnã e uma possível venda mais incisiva de produtores brasileiros, por conta de produções abundantes, deverão pressionar quedas de preço para o café nos mercados futuros. No encerramento do dia, o dezembro em Nova Iorque teve queda de 460 pontos com 265,70 centavos, sendo a máxima em 264,10 e a mínima em 271,10 centavos por libra, com o março registrando oscilação negativa de 470 pontos, com a libra a 268,35 centavos, sendo a máxima em 273,50 e a mínima em 267,25 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro registrou queda de 58 dólares, com 2.086 dólares por tonelada, com o janeiro tendo desvalorização de 59 dólares, com 2.110 dólares por tonelada. O mercado registrou, nas primeiras sessões da semana, algum movimento de consolidação, mas com uma formação bearish (baixista). Esse tipo de ação, freqüentemente, prenuncia novas desacelerações para as cotações. Depois de ter atingido um nível considerável em 3 de maio, o mercado passou a ser pressionado pelos baixistas. No entanto, um rally considerável foi observado em agosto, o que permitiu que a tendência negativa fosse momentaneamente controlada. O mercado, porém, voltou a flutuar próximo dos níveis do final de julho, ao redor de 275,00 centavos, o que colocou os bearishs novamente no comando das ações. O Índice de Força Relativa de 14 dias desacelerou, após uma verificação sobrecomprada desde 1 de setembro. Nesse dia, o Índice caiu de 80% para 47% nesta quarta-feira e ainda tende para baixas. Esse é um tradicional indicador de venda, que, evidentemente, se torna menos intenso abaixo do patamar de 70%. Acima desse marco o mercado passa a ser classificado de "sobrecomprado". No curtíssimo prazo, o suporte principal do mercado está em 265,10 centavos, mínima de 9 de setembro. Caso essa linha consiga ser rompida, indicaram analistas internacionais, a tendência seria de confirmação do potencial baixista numa formação gráfica. Pete DeSario, analista técnico da Elliott Wave International, indicou que "ainda estou baixista". Ele chamou a baixa de 3 de maio para 23 de junho de "primeira onda de liquidação". Numa análise de ondas Elliott, o mercado fica baseado em cinco tendências, sendo que nas ímpares, primeira, terceira e quinta, o mercado segue uma direção principal, com as pares sendo de correção ou contra-tendência. A partir das mínimas de junho, DeSario analisou uma segunda onda, de "grande expansão". Para o especialista, o mercado estaria no meio de uma terceira onda, ou seja, de baixa, que poderia, inclusive, levar o café para o nível de 181,00 centavos. As exportações de café de Uganda em setembro deverão ter um aumento pelo menos 47%, segundo avaliação da Autoridade para o Desenvolvimento do Café de Uganda. A entidade projeta uma ampliação para 250 mil sacas nas remessas no comparativo com as 169.728 sacas exportadas no mesmo mês do ano anterior. "Os produtores esperam a formação de mais estoques para, assim, embarcar mais", indicou a entidade. Setembro é o último mês da safra 2010/2011 do país africano. As exportações de café do Brasil em setembro, até o dia 12, somaram 542.799 sacas, contra 719.242 sacas registradas no mesmo período de agosto, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 2.853 sacas, indo para 1.445.698 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 15.095 lotes, com as opções tendo 2.830 calls e 3.926 puts. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 271,10, 271,50, 272,00, 272,50, 273,00, 273,50, 274,00, 274,50, 274,75, 274,90-275,00, 275,50, 276,00, 276,50 e 277,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 264,10-264,00, 263,50, 263,00, 262,50, 262,00, 261,50, 261,00, 260,50, 260,10-260,00, 259,50, 259,00 e 258,50 centavos por libra.

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