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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Mercado retoma a fase de alta aversão a risco

Mercado retoma a fase de alta aversão a risco
A recente calmaria do mercado chegou ao fim. As bolsas do mundo inteiro voltaram a cair de forma acentuada e, mais uma vez, graças a uma série de fatores externos. O Indice Bovespa chegou a cair 5,13%, mas acabou encerrando os negócios com uma queda um pouco menor, 3,52%, aos 53.134 pontos. Com essa baixa, o indicador passa a cair na semana 0,63%. Apenas sete papéis que compõem o índice conseguiram fechar ontem no campo positivo.O mercado começou o dia com o pé esquerdo, repercutindo a reportagem do jornal "The Wall Street Journal" de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e suas unidades regionais estão de olho nas operações de bancos europeus em terras americanas. Isso porque a autoridade monetária teme que haja um contágio do sistema bancário dos EUA por meio das subsidiárias dos bancos europeus.Ibovespa cai 3,52% novamente com Europa e EUATambém incentivou o mau humor do mercado a notícia de que, pela primeira vez desde fevereiro, um banco recorreu à linha de redesconto do Banco Central Europeu (BCE). Quando uma instituição financeira recorre ao banco central é um sinal importante de que o banco está, no mínimo, com dificuldades de fechar suas contas. Como consequência dos dois acontecimentos, as ações da maior parte dos bancos europeus tiveram quedas expressivas no pregão de ontem."O mercado agora vai ficar com olhos e ouvidos abertos, para ver se este é só o começo de uma longa fila de bancos europeus que vão passar o pires junto ao Banco Central Europeu", diz o diretor de uma corretora. Vale lembrar que, até então, a crise na Europa parecia circunscrita aos governos, enquanto que, a partir de agora, pode se estender ao sistema bancário dos países.Não apenas o medo de uma deterioração dos bancos europeus formou o cenário negativo de ontem. Alguns indicadores sobre a economia americana vieram muito ruins e aumentaram o grupo dos que acreditam que os EUA caminham a passos largos para uma nova recessão e não apenas uma desaceleração, como se esperava anteriormente.A principal decepção ocorreu com o índice de atividade industrial do Fed da Filadélfia. Em agosto, o indicador foi -30,7 ante uma expectativa de que fosse +2, ou seja, um abismo de diferença. O Fed da Filadélfia é um termômetro importante de como está o índice geral do setor manufatureiro (ISM) americano. O diretor de tesouraria de um banco lembra que, se depender apenas do indicador da Filadélfia, o ISM deve estar na casa dos 42 pontos, o que já mostra uma retração econômica, estando abaixo de 50.Entre os principais participantes da bolsa, apenas o fluxo das empresas públicas e privadas e das instituições financeiras está positivo tanto no ano quanto no mês.Daniele Camba

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