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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Commodities Agrícolas

Foco nos fundamentos A pressão advinda das turbulências financeiras irradiadas dos EUA e da Europa diminuiu e abriu espaço para a continuidade da recuperação das cotações do açúcar ontem na bolsa de Nova York. Os contratos para março encerraram a sessão a 28,69 centavos de dólar por libra-peso, em alta de 149 pontos. Analistas consultados pela agência Dow Jones Newswires realçaram que, diante da menor influência financeira, os fundamentos voltaram a prevalecer. Nesse sentido, pesaram para a valorização previsões de redução da oferta do produto no Brasil que estão sendo divulgadas desde a semana passada. No mercado doméstico, o indicador Cepea/Esalq para a saca de 50 quilos do açúcar cristal negociada em São Paulo caiu 0,75%, para R$ 67,67. Cobertura de posições Em mais uma sessão marcada por coberturas de posições após as fortes quedas da semana passada, que derrubaram os preços ao menor patamar em seis meses, o café voltou a subir consideravelmente ontem na bolsa de Nova York. Com os ajustes promovidos pelos investidores, os contratos com vencimento em dezembro fecharam a US$ 2,6680 por libra-peso, ganho de 1.180 pontos em relação à véspera. Para analistas ouvidos pela Dow Jones Newswires, se os exportadores tiverem paciência para evitar uma "onda vendedora", há espaço para as cotações subirem ainda mais. No mercado doméstico, a saca de 60,5 quilos de café de boa qualidade ficou entre R$ 470 e R$ 490, de acordo com informações do Escritório Carvalhaes, de Santos. Chuvas no Paquistão Chuvas pesadas devastaram plantações de algodão do Paquistão, o quarto maior produtor do mundo, e fizeram as cotações subirem forte ontem na bolsa de Nova York, informou a Bloomberg. Os contratos para dezembro tiveram valorização de 397 pontos e fecharam a US$ 1,0782 por libra-peso. Tempestades nas regiões de Sindh e do Punjab na semana passada podem ter danificado até 1,7 milhão de toneladas de algodão que estavam nos campos ainda para serem colhidas, conforme a Associação dos Desencaroçadores de Algodão do Paquistão. Em junho, o Ministério da Agricultura do país definiu a meta de produzir 16,5 milhões de toneladas. No mercado doméstico, o indicador Cepea /Esalq para a libra-peso do algodão subiu 0,02%, para R$ 1,7097. No mês, ainda há queda de 5,58%. Clima nos EUA As preocupações em torno das condições climáticas sobre as lavouras dos Estados Unidos voltaram a dar o tom e sustentaram as cotações da soja ontem na bolsa de Chicago. Os contratos com vencimento em novembro encerraram a sessão a US$ 13,6675 por bushel, valorização de 17,25 centavos de dólar em relação à véspera. Os mesmos temores chegaram a oferecer suporte também ao milho - que, no entanto, encerrou a sessão com perdas modestas. O trigo também subiu em Chicago, por conta do menor plantio que o esperado de produto rico em proteínas nos EUA, conforme a Dow Jones Newswires. Em Rondonópolis (MT), as oferta de compra da saca de 60 quilos da soja ficaram em R$ 40,80, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Baixa oferta garante cotação de commoditiesOs preços das commodities resistem à crise nos países desenvolvidos. Após caírem no auge das turbulências, as cotações voltaram a subir. Ontem, a alta foi generalizada nas principais Bolsas.Esse comportamento pode ser explicado por um movimento financeiro: a baixa taxa de juros nos EUA contribui para a fraqueza do dólar, favorável à valorização das commodities.Outra explicação, que complementa a anterior, é a baixa oferta da maioria das matérias-primas. No caso do cobre, o mercado mundial opera, neste ano, com deficit próximo a 300 mil toneladas.Os estoques de petróleo também estão baixos. Com a eliminação da oferta da Líbia, os países exportadores se aproximaram do limite de utilização de sua capacidade.No caso das agrícolas, problemas climáticos estão reduzindo as estimativas de safra para o açúcar, no Brasil, e para a soja e o milho, nos EUA.Apesar da restrição na oferta ser evidente, economistas do banco Itaú dizem que a sustentação do nível atual de preços dependerá da evolução da demanda nas próximas semanas. Em relatório, a equipe de análise do banco afirma que os dados de atividade dos EUA e da China, motores desse mercado, devem ser observados com atenção nas próximas semanas, pois determinarão o impacto da crise na demanda.Para o banco, a tendência de estabilidade dos preços só será confirmada com a manutenção da demanda chinesa e dos demais emergentes. Se depender de Europa e EUA, haverá redução de consumo, o que pode provocar queda moderada dos preços. Suspensão A produção da unidade de Barretos (SP) da JBS, de onde partiu o contêiner de carne industrializada rejeitado pelos EUA, está suspensa, segundo Francisco Jardim, secretário de Defesa Agropecuária. Em nota, a empresa informou que as atividades seguem normalmente. Motivo Os EUA devolveram a carne após testes laboratoriais terem constatado nível do vermífugo ivermectina acima do limite tolerado. Ao trabalho 1 Segundo o secretário, técnicos do ministério vão rastrear a linha de produção da unidade de Barretos da JBS para verificar a origem do problema. Ao trabalho 2 Francisco Jardim se reúne hoje com representantes de frigoríficos e, amanhã, com membros da indústria farmacêutica para discutir o problema. Queixa Os frigoríficos dizem que, apesar de seguir as instruções das bulas dos remédios, é comum encontrar restos de vermífugo na carne. Novela russa A autoridade sanitária russa anunciou o embargo a mais três frigoríficos brasileiros e ameaçou outras três unidades, ontem. A autoridade sanitária do país alegou presença de parasitas e de bactérias nas carnes. Ceagesp em alta O volume de vendas da Ceagesp subiu 2,7% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado. Foram comercializados 2,2 milhões de toneladas de produtos frescos. Força do interior O crescimento das vendas foi maior no interior, de 12,5%. Mas o entreposto de São Paulo, com 1,8 milhão de toneladas (alta de 0,4%), respondeu por 79% do volume e por 81% da receita.

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