Café sobe na ICE, mas sem consistência para testar resistências
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta sexta-feira com ganhos ligeiros, em uma sessão calma, que se diferenciou consideravelmente da volatilidade registrada ao longo dos últimos dias. Uma tentativa inicial de se tentar derrubar os preços foi verificada, mas não teve prosseguimento. Com isso, especuladores passaram a comprar e cobrir posições, acompanhados, em menor grau, de indústrias de torrefação, o que deu espaço para uma evolução dos preços. No entanto, da mesma forma que observado recentemente, em uma tentativa de reação do mercado, os ganhos foram consideravelmente limitados, com resistências básicas sendo preservadas e com a posição setembro, ao final do dia, não conseguindo nem sequer se posicionar acima do nível psicológico de 240,00 centavos por libra. Operadores ressaltaram que o mercado apenas "corrigiu algumas rotas" no dia, sendo que muitos continuam a trabalhar com cenários baixistas. Fundamentalmente, o dia foi caracterizado por falta de novidades, com a questão climática do Brasil tendo cada vez menos força na agenda dos operadores. O mercado externo manteve o clima tenso. As bolsas de valores recuaram, ainda que com uma intensidade menor que a observada na quinta-feira, assim como várias commodities experimentaram perdas, refletindo as incertezas sobre um possível calote dos Estados Unidos, o que poderia ser um balde de água gelada na caminhada dos mercados na tentativa de recuperação econômica após a crise de 2008/2009. No encerramento do dia, o setembro em Nova Iorque teve alta de 90 pontos com 239,55 centavos, sendo a máxima em 242,40 e a mínima em 238,30 centavos por libra, com o dezembro registrando oscilação positiva de 60 pontos, com a libra a 243,60 centavos, sendo a máxima em 246,50 e a mínima em 242,55 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição setembro registrou alta de 8 dólares, com 2.092 dólares por tonelada, com o novembro tendo valorização de 9 dólares, com 2.125 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, os bearish (baixistas) não conseguiram testar a mínima da sessão anterior, em 237,20 centavos. Diante dessa falta de prosseguimento da atividade de liquidação, algumas recompras passaram a ser processadas, o que permtitiu alguns ganhos. Acima dos 240,00 centavos, no entanto, o setembro voltou a sofrer com os vendedores, o que culminou em um fechamento tímido. Graficamente, apontam os analistas, o mercado mantém o perfil baixistas. "Apesar de conseguirmos operar sem seguir a tendência externa, o comportamento do dia não foi dos mais animadores. Não se manter acima dos 240,00 é um indicativo que ainda sofremos com a ação dos baixistas, que se mantêm fortalecidos", disse um trader. “Com mais recuo nas cotações do café nas bolsas de futuro, o mercado físico brasileiro de café se retraiu e foram esporádicos os negócios fechados. Só vendeu quem precisou de dinheiro rápido para fazer frente às despesas de colheita e de final de mês. Os cafeicultores em sua maioria estão com as atenções voltadas para os trabalhos de colheita e benefício, começando a entregar lotes vendidos antecipadamente, no final do ano passado e no início deste ano. Se do lado da economia as incertezas são muitas, nos fundamentos as informações que chegam apontam para um quadro de solidez, apesar de algumas análises que insistem em enxergar normalização da situação a partir de uma grande florada no Brasil em setembro", apontou o Escritório Carvalhaes, em seu comentário semanal. As exportações de café do Brasil em julho, até o dia 28, somaram 1.747.270 sacas, contra 1.413.289 sacas registradas no mesmo período de junho, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 3.396 sacas indo para 1.534.713 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 16.601 lotes, com as opções tendo 2.273 calls e 4.264 puts. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 242,40-242,50, 243,00, 243,50, 244,00, 244,50-244,60, 245,00, 245,30, 245,50, 246,00, 246,50, 247,00, 247,35, 247,50, 248,00, 248,50, 249,00 e 249,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 238,30, 238,00, 237,50, 237,20, 237,00, 236,50, 236,00, 235,50, 235,10-235,00, 234,50, 234,00, 233,50, 233,00, 232,50 e 232,00 centavos por libra.
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