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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Café na ICE tem novas correções e volta a fechar com ganhos

Café na ICE tem novas correções e volta a fechar com ganhos

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira com altas, em um dia caracterizado pela continuidade dos ganhos da sessão anterior, o que permitiu que a posição julho ficasse ainda mais distante do seu mais recente suporte, localizado na área de 253,30 centavos. Compras de especuladores e de fundos deram sustentação aos ganhos, que foram efetivamente técnicos. O mercado tem uma preocupação com a questão do clima no Brasil, mas tal fator ainda não produz ações mais efetivas de compra ou de venda. As zonas produtoras do centro-sul do Brasil registram, nos últimos dias, temperaturas baixas, sem, contudo, a ocorrência de geadas, ao passo que chuvas foram registradas nesta semana em áreas produtoras, fato que pode trazer problemas para a colheita e também para a secagem dos grãos.

No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve alta de 295 pontos com 266,80 centavos, sendo a máxima em 268,70 e a mínima em 264,40 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação positiva de 335 pontos, com a libra a 269,85 centavos, sendo a máxima em 271,60 e a mínima em 266,70 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou alta de 17 dólares, com 2.461 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 16 dólares, com 2.507 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, as cotações fecharam esta quinta-feira em Nova Iorque com altas razoáveis, com o mercado continuando a construir um "bottom" menor de curto prazo, após a falha de se continuar as liquidações após o rompimento de um importante suporte referente a mínima de 5 de abril. No médio prazo, o mercado tem um viés consolidativo e corretivo, o que abre a possibilidade de uma oscilação não tão incisiva. Após atingir as máximas de quase 14 anos, em 308,90 centavos, no dia 3 de maio, o café passou a ser "controlado" pelas ações dos bears (baixistas), que pressionaram os preços até a mínima de 2 de junho, em 253,30 centavos. Na continuidade deste junho, o segmento "testou" mas não conseguiu fechar abaixo da linha de suporte diária de 256,75 centavo, que é o "swing" de baixa de 5 de abril. Essa falha em não se movimentar abaixo dos 256,75, fez com que um "bottom" de menor envergadura passasse a ser percebido nos gráficos.
Além disso, uma divergência bullish (altista) do Índice de Força Relativa de 14 dias passou a ser notada, sendo que ela se tornou mais consistente a partir de 2 de junho. Isso significou que o mercado buscou se mover para um novo patamar de baixa, mas não confirmou esse nível numa escala também de baixa do Índice. Na verdade, tal indicador já demonstra uma tendência diversa, o que, para alguns operadores, é um sinal altista.
No segmento de alta, as resistências de curto prazo, incluindo a análise de um Fibonacci, é de 38,5% da variação de 3 de maio a 2 de junho, ao redor de 275,00 centavos e de 50%, que ficaria próximo de 281,00 centavos.

Pete DeSario, analista técnico da Elliott Wave International, indicou que o mercado fez um giro considerável, quando se analisa a movimentação a partir do dia 3 de maio, quando o julho bateu na máxima de 308,90 centavos. Olhando a formação gráfica histórica de longo prazo, DeSario desenhou uma linha de tendência considerável, deixando de lado a máxima de abril de 1977, em 337,50 centavos e de maio de 1997, de 318,00 centavos. Ele indicou que, por esse cálculo, o mercado de café em maio teve uma alta de 2 centavos de dólar. "O pico de maio é expressivo nessa linha", disse o especialista, que lembrou que é possível ver naquela formação algo de longa duração, apesar de, naquele instante, isso ter sido lido como negativo. No curto prazo, DeSario disse que o recuo de 3 de maio para 2 de junho desdobrou a tendência em cinco ondas, segundo os cálculos da formação Elliott, que "lê" o mercado a partir de ondas. Segundo essa teoria, uma tendência seria formada por cinco ondas, sendo uma primária, que leva outras duas, e mais duas que seriam inversas. Para o especialista, no dia 3 de maio a primeira onda (baixista) foi observada. "Acreditamos que agora embarcamos em uma onda corretiva, que poderia levar o julho para o patamar de 281,00 centavos ou mesmo para a zona dos 288,00 centavos, sendo que, a partir daí, poderíamos ter novas baixa mais substanciais. No longo prazo, vemos um potencial para o café se posicionar abaixo dos 175,00 centavos", complementou DeSario.

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 520 sacas indo para 1.671.929 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 22.989 lotes, com as opções tendo 3.760 calls e 4.272 puts. As exportações de café do Brasil em junho, até o dia 9, somaram 400.519 sacas, contra 513.800 sacas registradas no mesmo período de maio, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 268,70, 269,00, 269,50, 269,90-270,00, 270,50, 270,75, 271,00, 271,50, 272,00, 272,50 e 273,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 264,40, 264,00, 263,50, 263,00, 262,50, 262,00, 261,50, 261,00, 260,50, 260,10-260,00 e 259,50 centavos por libra.

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