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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Café amplia perdas na ICE e julho se posiciona abaixo de 270 cents

Café amplia perdas na ICE e julho se posiciona abaixo de 270 cents

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta sexta-feira com novas quedas que permitiram o rompimento do intervalo psicológico de 270,00 centavos de dólar por libra. Especuladores e fundos se posicionaram no lado vendedor do mercado e, na segunda metade do dia, ampliaram as liquidações. O mercado, assim, continua seu viés baixista, após os vários meses de altas constantes, que permitiram, inclusive, uma aproximação do nível de máxima de 14 anos, no nível de 318,00 centavos.

Rapidamente o café vai perdendo as gordura, sendo que, tecnicamente, a força antes desenhada já não se mostra uma constante. Graficamente, as médias móveis não conseguem ser superadas, o que gera um indicativo para que os baixistas continuem realizando suas vendas. Operadores destacaram que, após conseguir suplantar, até sem grandes dificuldades, o patamar de 270,00 centavos, o maior suporte do mercado está em 256,00 centavos, sendo que, sendo rompido, tal nível poderia dar base para o acionamento de perdas ainda mais intensas.

No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve queda de 555 pontos com 269,40 centavos, sendo a máxima em 278,00 e a mínima em 268,65 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação negativa de 545 pontos, com a libra a 272,30 centavos, sendo a máxima em 280,75 e a mínima em 271,55 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou alta de 16 dólares, com 2.527 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 16 dólares, com 2.541 dólares por tonelada.

O mercado de arábica deve ficar mais estreito em oferta que o de robusta, mesmo com o aumento da demanda por grãos de qualidade inferior, indicou a Organização Internacional do Café. O prêmio para o café arábica negociado em Nova Iorque atingiu neste mês seu ponto mais alto desde 2008, em 1,89 dólar, no entanto, passou a recuar e bateu em 1,60 dólar, devido ao aumento do interesse pelos robustas. "Londres esta encontrando um maior volume de arbitragens e o interesse comercial está mais focado no robusta neste momento", disse Rodrigo Costa, analista da Newedg, em Nova Iorque.
No entanto, José Sette, diretor executivo da Organização indicou que a "situação da oferta do robusta aparentemente é mais confortável se comparado com o de arábica", apesar de todo o complexo do café ter um cenário bastante apertado, com estoques limitados. "Fundamentalmente, o mercado de café deverá continuar bastante apertado até o final deste ano e isso deve dar algum suporte aos preços para que não tenhamos quedas muito proeminentes", indicou o dirigente da OIC, entidade sediada na cidade de Londres.
Os preços dos arábicas se aproximaram das máximas de quase 14 anos recentemente, sendo negociados acima dos 300 centavos de dólares por libra, refletindo fatores diversos, como oferta, chuvas na Colômbia e a perspectiva de vendas menos agressivas do Brasil. "O país não vai continuar a vender tão fortemente quanto agora, já que neste ano ele conta com uma safra de ciclo baixo", sustentou Sette
Alguns operadores indicam que a procura por grãos robustas podem se ampliar ainda mais, já que os mercados emergentes são os que vêm apresentando maior crescimento de demanda, sendo que, em muitos casos, o café solúvel é o carro-chefe desse consumo e o solúvel tem em sua composição um grande volume de robustas.

A Costa Rica efetuou a venda de 1,43 milhão de sacas de café da safra 2010/2011 até o dia 9 de maio, volume 11% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior, indicou o Instituto de Café da Costa Rica. O país aumentou a venda de grãos, refletindo uma boa safra e também a procura constante dos compradores internacionais, dispostos a arcar com os bons preços recentes do produto. As exportações do país já somaram 1,26 milhão de sacas, sendo a maior parte para os Estados Unidos. As vendas domésticas de café somaram 166.053 sacas.

"Os contratos de café na ICE Futures US acumularam 3 mil pontos de baixa em duas semanas, dificultando enormemente o fechamento de negócios no físico brasileiro. Estamos na entressafra e o volume de lotes no mercado não é grande, principalmente de melhor qualidade, raros e disputados quando aparecem", indicou o Escritório Carvalhaes, em seu relatório semanal.

As exportações de café do Brasil em maio, até o dia 12, somaram 584.167 sacas, contra 639.979 sacas registradas no mesmo período de abril, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 250 sacas indo para 1.635.105 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 17.671 lotes, com as opções tendo 3.108 calls e 12.132 puts. Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 278,00, 278,50, 279,00, 279,50, 279,90-280,00, 280,50, 281,00 e 281,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 268,65, 268,50, 268,00, 267,50, 267,00, 266,50, 266,00, 265,50, 265,10-265,00 e 264,50 centavos por libra.

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