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quarta-feira, 6 de abril de 2011

MANTEGA: IOF para crédito no exterior inferior a 2 anos será de 6%

06/04 19:47 MANTEGA: IOF para crédito no exterior inferior a 2 anos será de 6%
Brasília, 6 de abril de 2011 - O Ministro da Fazenda, Guido Mantega,
anunciou há pouco que a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras
(IOF) de 6% para captação de empréstimos no exterior foi estendida para
operações com prazo inferior a dois anos (720 dias). A nova medida passa a
valer já a partir de amanhã.

A elevação do IOF deverá influenciar tanto a cotação o dólar quando a
oferta de crédito, segundo o Ministro. "Essa medida é para desencorajar a
tomada de credito no exterior para prazos mais curtos. Estamos procurando
reduzir oferta de crédito por este canal. O Banco Central tem tomado medidas e
essa porta de entrada acaba neutralizando as medidas do BC", afirmou o
ministro.
Porém, Mantega admite que esse novo aperto no IOF ajuda a conter apenas
parte das entradas. "A apreciação do real é inevitável. O mercado exterior
está com muita liquidez. Se não tivéssemos tomado medidas, certamente o real
estaria mais valorizado. O fluxo de dólares ao País nunca foi tão grande, já
que as condições. É melhor que tenhamos entrada de dólares, mas o governo
tem de agir para evitar excessos", ressaltou.
Segundo Mantega, sem a introdução de medidas para segurar o influxo de
capitais ao País, o dólar já estaria cotado a cerca de R$ 1,50. "Estamos
tomando medidas para conter o câmbio faz tempo. Pela evolução da cotação,
estamos tendo sucesso. Desde março de 2006, quando o dólar estava R$ 1,70, ele
se desvalorizou pouco. De modo geral, ele está mantendo volatilidade menor",
afirmou o ministro, ressaltando que não há um patamar ideal para o câmbio.
Apesar de antever que o real ainda seguirá se valorizando, Mantega não
comentou a possibilidade de adoção de mais medidas, mas afirmou que a equipe
econômica segue observando as portas de entrada de capitais. Segundo o
ministro, entre as próximas ações estará a tomada de medidas para evitar
maiores prejuízos ao setor produtivo do País. "Competitividade cambial é
ruim para empresas, queremos evitar a chamada 'guerra cambial'", disse, sem
destalhar o que está sendo estudado pela equipe econômica.
Mantega negou que estejam sendo estudadas a taxação sobre entradas de
Investimentos Estrangeiro Direto e sobre a posição vendida dos bancos no
País. "Não tem nada definido. Temos um rol de medidas que podemos adotar, mas
sem interfirir muito na economia. Poderíamos tomar medidas mais drásticas,
mas teria maior efeito colateral na economia", concluiu.

Desde outubro de 2010, já foram feitas quarto elevações no IOF para
segurar a queda da cotação do dólar. A primeira foi feita sobre aplicações
de investidores estrangeiros em renda fixa, de 2% para 4%. No mesmo mês, nova
elevação do tributo para capital estrangeiro aplicado em operações de renda
fixa, de 4% para 6%. Em março deste ano, o IOF foi elevado para gastos no
cartão de crédito por brasileiros no exterior, de 2,38% para 6,38%. E na
semana passada, o tributo foi instituído para empréstimos tomados por empresas
e bancos no exterior, de 6% para captações com prazo de até 360 dias.

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