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domingo, 10 de abril de 2011

Carvalhaes - Rolagem de posições de maio para julho fez mercado de café a trabalhar em forte alta esta semana

A aproximação do período de notificação nos contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque acelerou a rolagem de posições de maio para julho e levou o mercado de café a trabalhar novamente em forte alta esta semana.

O relatório mensal de março da OIC – Organização Internacional do Café confirmou mais uma vez a apertada situação estatística do mercado de café e o sentimento sobre um longo período de cotações em alta. A safra mundial 2010/2011 é estimada no relatório em 133 milhões de sacas e o consumo mundial no ano de 2010 em 134 milhões (93,7 milhões de sacas nos países importadores e 40,3 milhões nos países produtores), crescendo 2,39% sobre 2009. Os estoques mundiais de café continuam em queda e perigosamente baixos. Nos países importadores eram de 18,3 milhões no final de dezembro de 2010 (suficientes para apenas 2,3 meses de consumo). Para complicar a análise, o Brasil, maior produtor de café do mundo, maior exportador e segundo maior consumidor, vai colher sua safra de ciclo baixo, com volume menor do que o necessário para atender suas necessidades de exportação e consumo.

O mesmo relatório informou que a média do preço diário composto da OIC (uma média dos quatro grupos de café) em março de 2011 foi de 224,33 centavos de dólar por libra peso, seu maior nível nos últimos 34 anos, desde junho de 1977. Hoje, os jornais noticiam que as exportações brasileiras de café somaram US$ 6,37 bilhões no acumulado em doze meses até março, registrando novo recorde. O que nos chama a atenção é que essas análises e registros não levam em consideração a desvalorização que o dólar acumulou no decorrer desses anos. Seria interessante comparar o valor do dólar em junho de 1977 com o valor de hoje.

Ao redor de 1960, as exportações brasileiras de café representavam aproximadamente 50% da receita cambial brasileira e o café era o líder isolado de nossas exportações. Hoje, exportamos um volume ainda maior e batemos o recorde de receita cambial com o café. Mesmo assim a receita recorde não está nas primeiras colocações nem no ranking das exportações agropecuárias brasileiras.

O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, informou que no último mês de março foram embarcadas 2.693.722 de sacas de 60 kg de café, aproximadamente 1% (35.546 sacas) a mais que no mesmo mês de 2010 e aproximadamente 1% (22.174 sacas) a menos que no último mês de fevereiro. Foram 2.185.403 sacas de café arábica e 183.421 sacas de café conillon, totalizando 2.368.824 sacas de café verde, que somadas a 320.374 sacas de solúvel e 4.524 sacas de torrado, totalizaram 2.693.722 sacas de café embarcadas.

Até o dia 8, os embarques de abril estavam em 337.275 sacas de café arábica, 76.870 sacas de café conillon, somando 414.145 sacas de café verde, e 11.159 sacas de solúvel, contra 321.264 sacas no mesmo dia de março. Até o dia 8, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em abril totalizavam 662.916 sacas, contra 638.896 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 1, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 8, subiu nos contratos para entrega em maio próximo, 1505 pontos ou US$ 20,04 (R$ 31,54) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 1 a R$ 554,20/saca e hoje, dia 8, a R$ 572,47/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em maio, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 215 pontos.

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