Greg Farrell | Financial Times, de Nova York
A Starbucksacertou neste ano as bases de um acordo de US$ 500 milhões com aKraft Foods para recomprar o direito de distribuição do café moído e torrado elaborado pela rede de cafeterias. Mas a Kraft voltou atrás e exigiu US$ 200 milhões adicionais, segundo os documentos judiciais do acirrado processo.
A reclamação da Starbucks acrescenta novos detalhes às diversas declarações da rede de cafés de que o acordo de distribuição entre as duas empresas - acertado em 1998 e revisado em 2004 - chegou a seu ponto mais crítico.
A tentativa da Starbucks de sair do acordo evidencia a intenção da rede de prosseguir com a expansão de seus negócios de produtos ao varejo. A companhia estaria testando uma nova máquina de café, para concorrer diretamente com a Tassimo, da Kraft, e a Nespresso, da Nestlé. Atualmente, as vendas de café ao varejo da Starbucks distribuído pela Kraft nos Estados Unidos somam US$ 500 milhões.
Em 4 de novembro, a Starbucks anunciou que o acordo de distribuição com a Kraft acabaria em março de 2011. Surpreendida pelo anúncio, a Kraft sustentou que o acordo continua em vigor e que se a Starbucks quiser encerrá-lo deveria pagar prêmio de 35% em relação ao valor total do negócio, ou seja, quase US$ 1,5 bilhão.
A fabricante de chocolate quer um mandato judicial contra a Starbucks. As duas empresas apresentarão peças processuais em três semanas, tendo em vista uma possível audiência judicial em 27 de janeiro. A disputa incluiu até a divulgação de e-mails trocados pelos dois poderosos executivos-chefes, Howard Schultz, da Starbucks, e Irene Rosenfeld, da Kraft.
Na segunda-feira, a Starbucks citou um e-mail de janeiro, enviado por Anthony Vernon, alto executivo da Kraft, a Schultz, em que se desculpava pelo desempenho da Kraft e admitia que a relação estava \"muito rompida\". Em outra troca de e-mails entre Schultz e Rosenfeld, o executivo-chefe da Starbucks reclamava dos problemas na relação entre as empresas.
A Kraft também submeteu a questão a uma comissão de arbitragem, seguindo as regras que regem os acordos de distribuição. Ao ter levado o problema à comissão em vez de tentar um acordo, a Kraft corre o risco de sair de mãos vazias do inevitável divórcio.
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