Safra é recorde, mas renda continua estável
A safra de grãos deste ano sobe para o recorde de 147 milhões de
toneladas, mas a renda do produtor fica praticamente no mesmo patamar da
de 2009.
Dados divulgados hoje pelo Ministério da Agricultura mostram que o valor
bruto da produção deste ano atingirá R$ 160 bilhões, apenas 1% a mais do
que no ano anterior.
Preços menores dos principais produtos, como os da soja e do milho,
fizeram com que o Centro-Oeste, importante região na produção nacional,
registrasse queda de 11% no valor da produção neste ano em relação ao
anterior.
A região Sul foi a única que obteve boa recuperação do valor de produção.
José Garcia Gasques, do Ministério da Agricultura, cruzou os mais recentes
dados de safra do IBGE, divulgados neste mês, com os preços médios
recebidos pelos produtores apurados pela Fundação Getulio Vargas em
janeiro e fevereiro últimos. A alta foi de 12,5% para a região Sul.
A alta ocorre devido ao Paraná, onde o valor de produção subiu para R$ 22
bilhões. O avanço da colheita foi mostrando uma produtividade que nem os
produtores esperavam.
Além dessa produtividade, os paranaenses conseguiram comercializar a soja
a R$ 36 por saca no início da safra, valor superior ao registrado em Mato
Grosso: próximo de R$ 26.
A queda do valor de produção na região Centro-Oeste foi puxada por Mato
Grosso, onde a renda caiu para R$ 16,8 bilhões, com queda de 16,7%. Os
preços da soja foram influenciados ainda em Mato Grosso pela aceleração no
valor do frete.
O transporte da soja mato-grossense para os portos chegou a custar R$ 230
por tonelada, valor que acaba sendo descontado do preço final pago ao
produtor.
A região Norte, que vinha obtendo bons resultados no ano passado,
principalmente devido ao valor do arroz, perdeu força neste ano. O valor
bruto da produção da região caiu para R$ 6,3 bilhões, 55% menos do que no
ano anterior.
A região Sudeste não teve alteração, mantendo o valor da produção em R$
43,7 bilhões, segundo os dados de Gasques.
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