Comentário Semanal - Mercado de Café - PRECISA-SE DE CAFÉ FINO... ...e barato por favor!
Comentário Semanal - 9 a 13 de novembro de 2009 -
por Rodrigo Costa*
Já tem algum tempo que o movimento das commodities e das ações tem tido uma correlação negativa com o dólar estados-unidenses.
O dólar cai, as commodities e as ações sobem. O dólar sobe, as commodities e as ações caem.
Esta semana o dólar desvalorizou 0.50% e o CRB caiu 0.12%, pouco. Mas a maior parte das commodities desmoronaram, inclusive o café. O índice das commodities não caiu tanto em função da alta dos grãos e do ouro.
A moeda americana tem encontrado suporte contra o euro, dando a impressão de que não veremos uma desvalorização muito maior do que os atuais 1.50. Embora possa ser muito cedo para apostar em uma recuperação do dólar devemos observar uma eventual estabilização ao menos, já que a economia americana tem uma dinâmica que pode ajudar o país a voltar a crescer mais rápido do que outros países do velho continente.
O café em Nova Iorque afundou, e a queda nada teve a ver com a situação no físico.
A perda de mais de US$ 10 por saca foi provocada por uma liquidação de parte da posição dos fundos, que ao notarem sinais de fraqueza no mercado resolveram "jogar fora" alguns de seus contratos comprados na tela de dezembro de 2009, ao invés de rolarem para março de 2010.
Os torradores, que por sinal estão atrasados em suas fixações, aproveitaram o momento para comprar um bom volume do livro contra o mês presente, aliviando um pouco o sufoco que estão passando. Sufoco este que normalmente é repassado para o preço do torrado e moído, algo que deixa de ser uma alternativa com a atual crise que o mundo vive.
Por outro lado a escorregada dos preços futuros tornaram ainda mais complicada a tarefa de comprar café dos produtores. E para dar mais "graça" ao desafio, o presidente da OIC e autoridades colombianas confirmaram o que já se "sabia" entre as tradings, que a safra atual do país será ao redor de 9 milhões de sacas.
A OIC também confirmou que o crescimento do consumo mundial está em 1.5%, tendo sido em 2008 um total de 130 milhões de sacas. A entidade atentou mais uma vez que os estoques nas origens estão no nível mais baixo da história, 16 milhões de sacas, porém nos países importadores o nível está em 26 milhões de sacas - um recorde de alta. O leitor sabe que o que ajuda preço não é manter estoques altos na mão de quem consome, e sim na mão de quem produz, assumindo que o último dose as suas vendas para receber preços que almeja. No ciclo que estamos vivendo o caso tem sido este para os cafés finos, ainda que seja ajudado pelo atraso da colheita da América Central e dos programas de apoio do governo brasileiro.
No Brasil a situação que já era desesperadora para aqueles que tem vendas FOB nos livros, ficou pior ainda - quem diria?!. A queda do terminal está tirando mais sangue daqueles que precisam comprar café para honrar seus embarques. O custo da reposição do sweedish está quase a 10 abaixo, bem mais caro do que as vendas de vinte e tanto abaixo que muitos fizeram. Para os cafés mais finos ouvimos que saiu inclusive diferenciais positivos.
O aperto da oferta de café finos inverteu a estrutura dos preços do café na BM&F contra a tela de setembro de 2010, quando supostamente o país colherá uma safra grande. A arbitragem entre NY e SP estreitou ainda mais com a queda da bolsa aqui fora, e se tivermos mais liquidação de fundos podemos ver a diferença diminuir mais.
Parece que os torradores que apostavam em um mercado mais barato não tem mais para onde correr, assim como os intermediários que precisam cobrir seus compromissos. Portanto mesmo que a bolsa continue caindo o físico deve se comportar diferente.
Para aqueles que compraram proteção de preço aproveitem para tomar um pouco de lucro. Aos que precisam comprar, coloquem escalas de compras e usem as volatilidades, que nunca ficaram tanto t empo largadas (baixas).
Tenham todos uma ótima semana e muito bons negócios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário