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sábado, 31 de outubro de 2009

31/10/2009 14:52
CMN - Conselho estabelece regras para cooperativas terem acesso a financiamentos do Pronaf




15 de Outubro de 2009

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Conselho Monetário Nacional (CMN) regulamentou hoje (15) as normas para as cooperativas familiares terem acesso aos financiamentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Em reunião, o conselho definiu regras para essas entidades serem enquadradas como de agricultura familiar.

Pelas novas regras, só é considerada cooperativa de produtores familiares a entidade que tiver, no mínimo, 70% de associados passíveis de receberem benefícios do Pronaf. Além disso, pelo menos 55% da produção beneficiada, processada ou comercializada deve ter origem na agricultura familiar.

Segundo o secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, uma lei publicada na última terça-feira (13) no Diário Oficial da União dá competência ao CMN para definir as cooperativas de produtores familiares. “Somente com essa definição, as entidades poderiam continuar a ter acesso aos recursos do Pronaf”, explicou.

O CMN adiou ainda o prazo para que os produtores de café com dívidas vinculadas a Cédulas de Propriedade Rural (CPR) quitem os débitos. Os papéis que venciam até 2007 inicialmente tiveram o vencimento prorrogado para 2008. Agora, o CMN estendeu novamente o vencimento para 2009 e reduziu os juros dessas operações de 7,5% ao ano para 6,75% ao ano.

A CPR é um título que permite aos produtores rurais captar, nos bancos, recursos para investir na lavoura. O agricultor vende a produção com antecedência, comprometendo-se a entregar o produto negociado na quantidade, local e data estipulados. O produtor pode tanto depositar o dinheiro correspondente ao valor da produção como fazer a entrega física.

O conselho também prorrogou as dívidas de produtores de frutas que pegaram empréstimos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). As parcelas dos créditos de custeio e investimento vencidas entre setembro de 2008 e dezembro de 2009 tiveram o vencimento adiado.

Para o custeio, as prestações vencidas serão transferidas para depois da última parcela. No caso do investimento, as parcelas serão prorrogadas por cinco anos, com o pagamento começando em 2010. O produtor de frutas, no entanto, terá de quitar 5% do saldo devedor, para os financiamentos de custeio, e 2%, para as linhas de investimento.

De acordo com o secretário, a medida representa um socorro aos fruticultores do Nordeste afetados pela crise econômica. “Esses produtores sofreram muito com a retração de crédito”, disse Bittencourt. “Eles foram prejudicados principalmente pela dificuldade de comercialização.”

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Agricultura quer aliviar regra para fazendeiro
(29/10/2009 15:34)

Stephanes propõe que as propriedades médias, de até 880 hectares, fiquem isentas de recompor reservas desmatadas.

Casa Civil analisa proposta, que está na fase técnica; para Carlos Minc (Meio Ambiente), não haverá acordo sobre reserva legal.

A um mês e meio da entrada em vigor do decreto presidencial que obriga a regularização ambiental de terras do país, o Ministério da Agricultura decidiu propor ao Palácio do Planalto que as médias propriedades do país também fiquem isentas da obrigação de recompor suas reservas legais.

Tecnicamente, a proposta fala na isenção a propriedades de até oito módulos fiscais -unidade que varia de 5 a 110 hectares no país (é em média menor no Sul e maior no Norte e Centro-Oeste). Assim, ficariam livres de reserva legal propriedades de até 880 hectares.

Segundo a legislação ambiental do país, a propriedade rural é obrigada a manter intactas as áreas de preservação permanente (as APPs, como margens de rio e topos de morro) e preservada a reserva legal (que, na região amazônica, representa 80% da área).

O ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) defende o desmatamento zero a partir de agora, mas quer a anistia daqueles que, segundo ele, cortaram árvores legalmente décadas atrás para expandir suas lavouras. Essa bandeira tem como foco os pequenos e médios proprietários do Sul -o ministro, filiado ao PMDB do Paraná, será candidato a deputado federal no ano que vem e tem no setor a sua base eleitoral.

A proposta inicial da pasta, apresentada durante negociações no Planalto sobre regulamentações do Código Florestal, falava na isenção só aos pequenos proprietários (quatro módulos rurais ou 150 hectares).

Essa segunda proposta foi recebida como espécie de moeda de troca na mesa coordenada pela Casa Civil e da qual fazem parte as pastas do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário. "Nesse ponto [isenção], não tem acordo", disse Carlos Minc (Meio Ambiente).

Em até duas semanas a Casa Civil pretende concluir a fase técnica e levar ao presidente Lula um mapa com todas as divergências, a serem então discutidas Stephanes e Minc.

O principal ponto de tensão entre as pastas é o decreto presidencial editado no final de 2008 e que entra em vigor em 11 de dezembro. Ele autoriza punir, com multa, proprietários que não estiverem cumprindo os limites de preservação de suas áreas e os obriga a fazer a averbação de suas reservas legais (ou seja, se comprometer no papel a recuperá-las).

Para Stephanes, de aproximadamente 4,3 milhões de pequenas e médias propriedades do país, ao menos 3 milhões ficariam em situação irregular.

A Agricultura, além da prorrogação do decreto, quer a edição de uma medida provisória que contemple algumas exigências dos ruralistas, como essa isenção de reserva legal.

Para evitar isso, conforme a Folha revelou, Minc contra-atacou: apresentou ao Planalto uma ação voltada aos proprietários irregulares (como crédito e assistência técnica).

Após aderir ao programa, os proprietários teriam seis meses de prazo para formalizar a proposta de recuperação da reserva legal, contra os quatro meses (após eventual autuação) previstos no decreto que entra em vigor em dezembro.

Além da manutenção ou prorrogação do decreto (por um prazo mínimo de um ano, para não ser esticado até às vésperas das eleições) e da isenção de reserva legal, há outros três pontos polêmicos sem acordo.

São eles: compensação da reserva legal com a compra de um outro pedaço de terra, validação de plantações em áreas consolidadas (como topos de morro) e a inclusão das APPs na área de reserva legal.

As informações partem da Folha de São Paulo, noticiou a Assessoria de Comunicação GAP – Deputado Carlos Melles.
BC estuda medidas para conter câmbio


O Estado de S. Paulo


29/10/09

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, costuma dizer que a missão do instituto que dirige não é a de equilibrar a taxa cambial e que sua intervenção neste mercado visa apenas a alimentar as reservas internacionais por meio de compras. Parece ter mudado de opinião. Pelo menos é o que se pode concluir da declaração que fez diante da bancada do PMDB, partido ao qual se afiliou recentemente. Aos deputados ele disse estar estudando meios para conter a valorização do real ante o dólar.

Sabe-se que o BC não interveio apenas para constituir reservas internacionais adequadas. As suas compras, que aumentaram consideravelmente nas últimas semanas, mostram que o instituto de emissão sabe que o sistema de câmbio flutuante não pode ser "puro", apesar do custo elevado dessa intervenção, em especial sendo suficiente o nível das reservas.

Henrique Meirelles sabe perfeitamente que a valorização atual tem que ver com os gastos excessivos do governo federal, que estão na origem de uma ampla liquidez que favorece o real. Com mais coragem de que no passado, o BC, no seu último Relatório de Inflação, criticou aquele excesso.

Mas, falando aos deputados do PMDB, Henrique Meirelles foi além, anunciando que o BC pretende aumentar sua contribuição aos esforços para conter uma valorização que apresenta tantos inconvenientes.

Consciente de que a criação de um IOF de 2% sobre a entrada de alguns capitais estrangeiros não terá o efeito almejado pelo ministro da Fazenda ? e na verdade apresenta mais inconvenientes do que vantagens ?, o presidente do BC sugere que se concentre mais nos problemas das restrições à saída de capitais do que nos de sua entrada.

A legislação sobre a política cambial foi implantada num período em que o Brasil tinha problemas de desequilíbrios. Hoje a situação mudou totalmente e o problema do Brasil é o excesso de capitais do exterior. Por isso, convém mudar aquela política feita para uma situação de escassez de divisas, facilitando o uso do excedente de moedas estrangeiras.

Meirelles deu o exemplo dos fundos de pensão que estão proibidos de aplicar recursos no exterior. E foi além, sugerindo o fim da cobertura cambial para as exportações.

Cabe ao governo não esquecer sua responsabilidade pela expansão da liquidez, mas a notícia dada pelo presidente do BC é de grande importância.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

OPINÃO - Ações do MST, Excesso ou regra?


O ESTADO DE S. PAULO - SP

ESPAÇO ABERTO 26/10/2009



Denis Lerrer Rosenfield

É de estarrecer a reação de nossas autoridades diante da destruição operada pelo MST quando da invasão do laranjal da Cutrale. Aparentemente, as nossas autoridades condenaram o ocorrido, utilizando expressões do seguinte tipo: "não vou admitir vandalismos", "excessos" são condenados, "a lei" deve ser respeitada. Alguns defensores mais afoitos chegaram a dizer que o MST jamais utiliza "violência" em suas ações. É como se tudo estivesse normal, tratando-se de um acidente de percurso. É como se o rio tivesse saído momentaneamente de seu curso, tendo depois voltado ao normal. Na verdade, vivenciamos um inacreditável surto de hipocrisia.

Esse movimento dito social, na verdade uma organização política de corte leninista, teve de recuar, dada a repercussão midiática de seus atos, transmitidos pelo Jornal Nacional da Rede Globo. Ficou imobilizado pela condenação recebida. Procurou, então, responsabilizar a "direita", o "governo estadual" (leia-se Serra), os "meios de comunicação", os "ruralistas", os "policiais" e assim por diante - chegou a falar de indivíduos infiltrados... Só faltou inventar uma invasão de marcianos com o objetivo de "criminalizar os movimentos sociais".

A questão central reside em que se trata do modo de atuação "normal" do MST. Ele não cometeu nenhum excesso, fez meramente aquilo que sempre faz. Essa é a regra mesma de sua atuação. A única diferença consiste na filmagem, no eco imediato e numa opinião pública que não mais pactua com invasões. As invasões estão mostrando a sua verdadeira cara, que é não pacífica. Refresquemos a nossa memória ou tomemos conhecimento de alguns fatos, embora tardiamente. O importante, em todo caso, é que comecemos a ver o que se escancara diante de nossos olhos.

A Fazenda Coqueiros, no Rio Grande do Sul, altamente produtiva, tendo sido esse fato reconhecido pelo próprio Incra e pela Ouvidoria Agrária Nacional, de 2004 a 2008 foi objeto de ataques sistemáticos. Para se ter uma ideia do que lá aconteceu, apresento uma lista dos danos causados: 2 caminhões incendiados, 200 bovinos abatidos a tiros, 100 desaparecidos, uma serraria totalmente queimada e destruída, 1 usina hidrelétrica no valor de R$ 1 milhão completamente depredada, 11 casas incendiadas, 150 hectares de soja e 50 hectares de milho queimados, plantadoras depredadas, 2 tratores danificados com dinamite, máquinas colheitadeiras sabotadas com espigões de ferro, mais de 200 quilômetros de cercas depredadas, funcionários ameaçados, pontilhões queimados. Não há uma semelhança com a Cutrale? Trata-se, certamente, de uma amostra das "invasões pacíficas" do MST! Dá vontade de rir, não fosse trágico.

Segundo documento do Ministério Público do Rio Grande do Sul, em abril de 2008 a Fazenda Southall, em São Gabriel, foi invadida por 850 integrantes do MST. Eis o resultado de mais uma ação "pacífica" dessa organização política em nome da "reforma agrária": cercas arrancadas, corte de mata nativa, a área invadida foi cercada com lanças infectadas de fezes humanas (uso, portanto, de uma tática de guerrilha), trincheiras, destruição da sede. Continuo: os bretes da propriedade foram inutilizados, impedindo o banho e a vacinação dos animais, morte de 46 bovinos de aprimoramento genético, crueldade com animais, privando-os de alimentos e água. Foram apreendidos os seguintes "objetos": 9 coquetéis Molotov, 81 foices, 16 facões, 32 facas, 20 estilingues, 4 machados, 70 bastões de madeira, 28 taquaras do "tipo lanças" e 15 foguetes. Claro que se trata, segundo o MST, de "instrumentos" de trabalho! A pergunta é: de qual tipo de trabalho? O das invasões?

O horto da Aracruz, em Barra do Ribeiro (RS), foi invadido em 2006, tendo obtido ampla repercussão - e condenação - nacional. As invasoras foram 2 mil mulheres - encapuzadas como bandidos que agem fora da lei -, apresentando-se como militantes da Via Campesina, braço internacional do MST. Também se falava de "vandalismo", embora, como sempre, o MST tenha "justificado" sua ação em supostos termos "ambientais" e "sociais". Relembremos a "regra" das invasões: 1 milhão de mudas prontas para o plantio de eucaliptos destruídas, 20 anos de pesquisas prejudicados, um laboratório depredado, empregados ameaçados, instalações destruídas, material genético perdido. Isso é chamado, na língua emessetista, de "ocupação pacífica"... E há quem acredite!

Agora mesmo, mulheres do MST e da Via Campesina, dos dias 18 a 25 de outubro, estiveram reunidas em Buenos Aires, no Congresso Mundial de Florestas, tendo como objetivo a "repulsa à expansão de projetos de monoculturas de árvores, celulose e papel". É novamente esse setor que se torna alvo dessas organizações políticas, procurando fazer passar a mensagem do politicamente correto com o intuito de estabelecer seus propósitos "socialistas", de "solidariedade humana", esse novo nome que serve como máscara de seus verdadeiros fins. O capitalismo é o alvo: "Em nome do lucro, esse tipo de desenvolvimento mantido pelo sistema capitalista patriarcal destrói a vida de homens e mulheres, assim como a vida dos demais seres." Novas invasões já estão sendo, portanto, anunciadas. Não deu certo midiaticamente com a Cutrale? Tentemos novamente com o setor de florestas plantadas, papel e celulose!

Parece que não aprendem. Ou melhor, não querem aprender, pois o seu objetivo consiste em inviabilizar o agronegócio e, de modo mais abrangente, o Estado de Direito.

A lei, para esse tipo de organização política, nada vale, sendo apenas um instrumento descartável. A democracia apenas lhe convém, porque lhe permite um amplo leque de ações. Conta com a leniência das autoridades e com a impunidade para continuar o seu caminho de abolição de uma sociedade baseada nas liberdades e na igualdade de oportunidades.

Em boa hora foi aprovada, pelo Congresso, a CPI do MST.

Drawback X Downcafeicultura.

Drawback X Downcafeicultura.

A Abic semana passada em encontro com o Sr.Stephanes que esta ministro da agricultura na atualidade, pediu para o adiantamento da lei que possibilita às indústrias de torrefação de café brasileira a importação de cafés de outras origens produtoras.
A finalidade desse movimento chamado de Drawback seria para diminuir custos na industrialização de café importando matéria prima mais barata, para depois retornar com esse café industrializado para outros paises. Segundo a própria Abic, em estudo entregue por eles, esse movimento possibilitaria em acréscimo na produção de café industrializado trazendo divisas para o nosso pais. Esse acréscimo segundo a própria Abic chegaria em torno de 5 vezes a produção atual.
Um dos pontos mais combatidos seria a barreira fito sanitária, onde essa pratica poderia trazer doenças que não existem em nossas lavouras. Na década de 70 quando a ferrugem se propagou no Brasil a fora ,vindo sabe-se de onde, trouxe e ainda traz prejuízos que não teríamos como mensurar ,pois essa doença nos aflige todos os anos sendo uma das doenças mais caras para se prevenir em nossas lavouras.
O acréscimo de produção pela indústria nacional chegando este ano a 18 milhões de sacas de café de 60 kg industrializadas não seria o suficiente para ela, a compra por matéria prima abaixo do custo de produção trazendo uma crise sem precedentes dentro da cafeicultura nacional também não seria o suficiente para inibir por lucros vorazes desse setor.
As maiores das empresas brasileiras estão sendo devoradas por empresas internacionais que estão devorando o mercado e manipulando ao ser favor por décadas vide o índice cepea/esalq que sua variação estaria estagnada na casa dos R$250,00 há décadas enquanto nosso custo de produção ultrapassa a casa dos 500%.
Quem nos garante se depois que uma medida dessas for aprovada esse café não chegaria às prateleiras dos supermercados e/ou nas mesas dos consumidores brasileiros.
Temos o segundo maior consumo de café, do planeta, consumo que esta crescente em uma sociedade que tem por habito de tomar café diariamente.
Com certeza o foco da indústria seria o nosso mercado. Não faz nenhum sentido fazer drawback no Brasil se as maiores das industrias de café que aqui estão são multinacionais e tem filiais em outros paises.Como o diz o ditado popular no Brasil existe lei que pega e lei que não pega ficaríamos a mercê de industrias que só visam lucro a todo custo não se importando com a cafeicultura local.
Se uma lei de rotulagem o lobby da indústria não deixa ser aprovada, lei que daria para mostrarmos para o consumidor o que ele esta consumindo, o que fariam depois que tiverem o direito de importação, que tipo de café vira pra cá, qual qualidade a quantidade de impureza será o fim anunciado da cafeicultura nacional o maior guarda chuva para outras cafeiculturas que já vi.
A importação de café pela indústria nacional será à volta ao abismo o downback da cafeicultura nacional.

Wagner Pimentel
www.cafezinhocomamigos.blogspot.com

Manhuaçu Mg

domingo, 25 de outubro de 2009

Eficiência Legal no âmbito do Agronegócio Café

Por Mara Luiza Gonçalves Freitas

Estou assistindo de camarote a confusão do setor industrial com a Justiça, mais especificamente com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Sou favorável a posição do Conselho, porque ela comprova uma velha tese minha que é a de que as normas técnicas vocacionadas ao café industrializado voltadas às compras realizadas pelo setor público e que são fundadas no tal Nível Mínimo de Qualidade, são uma grande balela, dada a forma como as construções dos aparatos vem se dando.

Sinceramente, ou o Programa de Qualidade do Café da ABIC presta ou não presta. E partindo do pressuposto de que ele presta, não haveria necessidade deste desgaste público, ridículo, que o setor assiste. A indústria como sempre, age como se fosse uma principiante, ao defender interesses privados, fundados nas relações de amizade. É decepcionante. Está nítido que alguém é sócio do laboratório que era prestador de serviços e está perdendo dinheiro, pela tomada de decisão acertada do CNJ, que corrobora para a otimização do uso do erário público com este ato de salvaguarda do patrimônio público.

Existe uma legislação no país que regulamenta toda a parte de aquisições realizadas pelo setor público. As duas fundamentais são a Lei 8.666/1993, que trata das compras públicas e a Lei Complementar nº 101/2000, também conhecida como Lei da Responsabilidade Fiscal. Além disso, sobre elas está a Constituição Federal Brasileira, que reza que os interesses públicos sempre prevalecem sobre os privados: logo, o ensaio laboratorial perde sua razão de ser frente ao conjunto de necessidades globais urgentes da sociedade brasileira.

O respeito a Legislação e aos Interesses Públicos, portanto, é fundamental quando se trata de gestão pública. Logo, o que há de se imprimir sobre a legislação voltada a compras de café industrializado por parte do setor público, é um toque de inteligência comercial, que signifique ganhos de externalidades e eficiência no aparato jurídico.

Por exemplo, quando trabalhei na produção da redação do atual Decreto nº 44.661/2007 e na redação da Resolução Conjunta nº 6.501/2008, chancelada pelas Secretarias de Estado de Planejamento e Gestão, de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Saúde, ficou legitimado que se o café dispusesse do Selo de Qualidade ABIC, ele estaria dispensado dos ensaios laboratoriais, em decorrência da crença na credibilidade no Programa de Certificação Privado de Terceira Parte para Cafés Industrializados mais moderno do Mundo. Agora, depois de ler tudo o que li, minha visão mudou: o programa virou Macunaíma. O chiado industrial só pode significar que a indústria não confia no seu próprio taco e não se garante.

De qualquer forma, a legitimação do esforço privado pelo Estado, seria o suficiente para garantir a tão almejada qualidade do café oferecido nas repartições públicas, como também proporcionaria economia dos recursos públicos.

Para quem faz gestão pública, a economia de recursos em atividades supérfluas é fundamental: há outras prioridades que o Estado necessita atender, do que o financiamento de análises laboratoriais para café em quaisquer tipos de instituições públicas. Há pessoas morrendo em filas de hospitais superlotados, pessoas sem assistência social, morrendo de fome, pessoas sem saneamento básico, pessoas sem acesso a educação, pessoas sem trabalho, pessoas sem acesso à segurança. Este é o país onde o Ministério da Saúde investe R$ 0,03 centavos/ano em serviços públicos de saúde per capita. O país onde se investe R$ 0,10 centavos/mês/per capita na merenda escolar.

Que o setor aprenda a lição e modifique seu modo de gerenciar seus interesses.

*Docente de ensino superior, especializada em cafeicultura empresarial. Coordenadora do curso de Administração da Faculdade de Ciências Contábeis e Administração do Vale do Juruena. Foi Secretária Executiva do Sindicato da Indústria de Café do Estado de Minas Gerais, Assessora Especial do Café da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Minas Gerais e Coordenadora do Centro de Inteligência do Café. E-mail: adm@marafreitas.adm.br.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

BC publica resolução de liquidação da dívida com CPRs (22/10/2009 08:30)

BC publica resolução de liquidação da dívida com CPRs
(22/10/2009 08:30)

Após o Conselho Monetário Nacional (CMN) ter aprovado, na última quinta-feira (15), Voto Agrícola que autoriza a liberação inicial de R$ 100 milhões de um total de até R$ 300 milhões disponíveis do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Fucafé) para a liquidação das dívidas do café vinculadas às Cédulas de Produto Rural (CPRs), físicas ou financeiras, o Banco Central do Brasil publicou, nesta segunda-feira (19), a Resolução Bacen nº 3.800, que regulamenta as medidas aprovadas no voto.

Resolução 3.800

Dispõe sobre a linha de crédito para financiamento da aquisição de Cédula de Produto Rural (CPR) com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé).

O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetário Nacional, em sessão extraordinária realizada em 16 e 19 de outubro de 2009, tendo em vista as disposições dos arts. 4º, inciso VI, da referida lei, 4º e 14 da Lei nº 4.829, de 5 de novembro de 1965, 6º da Lei nº 10.186, de 12 de fevereiro de 2001, e 53 da Lei nº 11.775, de 17 de setembro de 2008, R E S O L V E U :

Art. 1° O art. 1º da Resolução nº 3.643, de 26 de novembro de 2008, alterado pela Resolução nº 3.720, de 30 de abril de 2009, passa a vigorar com a seguinte redação:

Fica criada linha especial de crédito amparada em recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), observadas as seguintes condições:

I - objetivo: financiar a liquidação de dívidas de café vinculadas à Cédula do Produto Rural (CPR), física ou financeira, com vencimentos contratuais previstos até 31 de dezembro de 2007, inclusive aquelas com vencimento até 2007 substituídas para vencimento em 2008 ou 2009, emitidas por produtores rurais ou suas cooperativas;

II - prazo de reembolso: 4 (quatro) anos, sendo que a primeira parcela deverá ter vencimento até:

a) 31 de outubro de 2009, para as operações contratadas até 30 de setembro de 2009;

b) 31 de outubro de 2010, para as operações contratadas a partir de 1º de outubro de 2009;

III - encargos financeiros:

a) até 30 de setembro de 2009, taxa efetiva de juros de 7,5% a.a. (sete inteiros e cinco décimos por cento ao ano); e

b) a partir de 1º de outubro de 2009, taxa efetiva de juros de 6,75% a.a. (seis inteiros e setenta e cinco centésimos por cento ao ano);

IV - risco da operação: integral dos agentes financeiros;

V - spread bancário: até 4,5% a.a. (quatro inteiros e cinco décimos por cento ao ano);

VI - total de recursos: até R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais);

VII - prazo para contratação: até 18 de dezembro de 2009; e

VIII - limite de crédito por mutuário: até R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), deduzido eventual valor que o mutuário já tenha comprometido com financiamento destinado a custeio e colheita de café.

Parágrafo único. Para efeito de comprometimento anual do limite de que trata o inciso VIII do caput, o valor da operação contratada com base nesta resolução será dividido pelo número de anos definidos como prazo de reembolso do respectivo financiamento, de modo que o impacto seja distribuído de forma homogênea ao longo do período de vigência da operação.

Art. 2º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 19 de outubro de 2009.

Henrique de Campos Meirelles

Presidente do Banco Central

Fonte: Café e Mercado

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

WASHINGTON, EUA, 21 Out 2009 (AFP) - O plano de resgate econômico do governo dos Estados Unidos no valor de 700 bilhões de dólares ajudou a afastar o sistema financeiro do abismo, mas o resultado geral desta ajuda permanece pouco claro, diz um documento apresentado ao Congresso nesta quarta-feira. O relatório trimestral do inspetor geral do programa de ajuda, Neil Barofsky, adverte que é pouco provável que os contribuintes recebam de volta todo seu dinheiro empregado para estabilizar o sistema financeiro e a economia como parte do plano de compra de ativos problemáticos, o plano Tarp na sigla em inglês. O documento afirmou que, desde que o programa foi aprovado pelo Congresso, em outubro de 2008, "houve uma onda de sinais significativos de melhora na estabilidade do sistema financeiro". "Apesar de as causas desta melhora serem variadas e complexas, parece que as enérgicas medidas adotadas pelo Departamento do Tesouro e outras agências por meio do Tarp e outros programas desempenharam papel importante para afastar o sistema de um colapso", acrescentou. "Por outro lado, os americanos ainda enfrentam risco de serem despejados de suas casas e de perder o emprego. As preocupações sobre o mercado imobiliário ameaçam aumentar novamente a pressão tanto sobre os bancos quanto sobre as pequenas empresas", explicou. O plano de resgate foi aprovado rapidamente pelo Congresso após a quebra do Lehman Brothers, considerada o início da crise financeira global. O relatório do inspetor Barofsky explica ainda que avaliar os custos é complexo porque, além das distribuições financeiras diretas, há custos de "risco moral" e a credibilidade do governo americano entra em jogo. "O ano que passou demonstrou que os custos do Tarp, em cada categoria, podem passar a ser substanciais", disse. "Apesar de vários fundos do Tarp já terem sido reembolsados com um ganho de 17% (para o governo), é muito pouco provável que os contribuintes recebam todo seu dinheiro investido de volta", diz o documento. Barofsky afirmou nesta quarta-feira à CNN que enquanto muitos bancos e empresas de investimentos forem ajudados pelo Tarp, "elas continuarão crescendo mais ainda e as consequências de sua quebra serão ainda maiores". "Apesar de muitas instituições terem devolvido fundos do resgate, ainda obtêm ganhos baseados em dinheiro barato e no apoio dado pelo governo federal", acrescentou. "É um sistema que precisa ser reformado", declarou. "Não há nada que impeça assumir riscos maiores se sabem que têm uma rede de segurança do governo, e que depois virão os ganhos e os prêmios"

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A MUDANÇA DO JOGO

A MUDANÇA DO JOGO

A noticia de ontem à tarde, do governo sobre taxar com iof o capital especulativo, que estava entrando no Brasil, e deixando o governo e seus ministros de cabelo em pé, os que têm cabelo lógico, fez uma mudança no sentimento do mercado.
A bolsa ICE que tinha rompido uma importante área no ativo café no mês de dez/09 na casa do 140.00 cents de dólar por libra peso e atingindo a máxima de 145,40 cents de dólar por libra peso ontem dia 19/10/09 com 140 pontos de alta. O mercado sobre comprado onde fundos teriam entrado em raly anteriores na compra, entraram realizando lucro e procurando outros ativos deixando a bolsa ICE no vermelho fechando com 220 pontos de baixa a 141,80 cents de dólar por libra peso.
A valorização do dólar index, índice do dólar frente a outras moedas, na casa de 0,5% ajudou essa realização. Aproveita-se deste momento para realizar lucros com a valorização do dólar frente ao real que não ficou fora da valorização da moeda americana pelo mundo ,no Brasil essa valorização foi maior na casa de 2,34% que em real daria R$1.7550, a queda da bolsa com a alta do dólar deu um diferencial por saca de 60 kg de café de R$0,84 oitenta e quatro centavos de alta, ou seja nada mudou ,como sempre acontece, quando o dólar sobe a bolsa cai ,e quando o dólar cai a bolsa sobe.
No lado fundamental o café segue sua rotina sem alteração, floradas desiguais, entre safra longa de uma safra brasileira curta, e baixa qualidade, sem novidades.
Como a regra do jogo mudou de uma hora para outra temos que esperar os próximos pregoes para visualizar melhor uma tendência, no caso de baixa, teremos dois suportes técnicos a 137,75 cents de dólar por libra peso e 135,50 cents de dólar por libra peso.
Acredito que isso não vai mudar em nada o mercado porque não existe ninguém que consiga absorver a montanha de dólar injetada na economia mundial, pra terminar com uma crise de proporções estratosférica, mas a prudência nos manda ter cuidado em horas como esta.
No mercado físico o produtor continua calmo a espera da entrega dos cafés para o governo na casa dos R$300, 00,numero este,que seria o sonho dos produtores e a espera das regras pra se vender café na AGF ,nesta gostaria de dar um palpite, os produtores teriam que entregar café de bebida inferior rio e riada para diminuir um pouco esse tipo de café do mercado ,pois foi à qualidade que mais se colheu este ano e o preço da AGF é superior aos praticados do mercado.


Wagner Pimentel
www.cafezinhocomamigos.blogspot.com
MANHUAÇU MG 20/10/09

OPINIÃO - Farsesca agrária

OPINIÃO - Farsesca agrária


O Estado de S. Paulo

20/10/09 Xico Graziano Preciosas informações sobre o campo foram recentemente divulgadas pelo IBGE. Elas confirmam o crescimento da agricultura familiar, cujas unidades passaram de 4,1 milhões para 4,5 milhões. Significam agora 88% do número total de estabelecimentos agropecuários do País. A força do pequeno. Esse interessante fenômeno da economia rural carece de melhor análise acadêmica. Certamente, porém, o apoio do Estado tem sido fundamental nesse processo, desde a criação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Isso ocorreu em 1995. Os petistas inquietam-se e escondem a inveja. Mas foi o presidente Fernando Henrique Cardoso que, pela primeira vez, formulou uma política específica para essa categoria de pequenos agricultores, articulada então pelo agrônomo Murilo Flores, da Embrapa. Com inédita metodologia, valorizando o uso do trabalho, e não o tamanho da terra, o governo apartou uma parcela dos recursos do crédito rural, direcionando-a para os chamados agricultores familiares. Hoje se colhem os bons frutos dessa importante política agrícola. Estudos conduzidos por Carlos Guanziroli, Antônio Márcio Buainain e Alberto Di Sabbato relatam que, em 2006, os agricultores familiares respondiam por 40% do valor da produção agropecuária, ante 37,9% em 1996. No emprego, incluindo os membros da família, o segmento absorve 13 milhões de pessoas, ou seja, 78,8% do total da mão de obra ocupada no campo. Celeiro de gente trabalhadora. Os assentamentos de reforma agrária, embora incipientes, também contribuíram para ampliar o espaço da pequena produção rural. Tanto é que as maiores variações positivas na participação da agricultura familiar ocorreram nas Regiões Norte e Nordeste, onde, por sinal, passaram a dominar a produção agropecuária. Fim do coronelismo. Tais dados, obtidos a partir do último Censo Agropecuário, destroem certo discurso boboca que brada estar o modelo do agronegócio acabando com a pequena agricultura. Acontece justamente o inverso. Novas tecnologias, mercados integrados e apoio do governo robustecem a produção familiar no campo. Caso único. Em todos os setores da economia ocorre concentração de capital. No sistema financeiro, nos supermercados, nas farmácias, nos postos de gasolina, no comércio varejista, por onde se olha, empresas se fundem, aumenta a escala da produção, as vendas se agigantam. Poucos, aliás, combatem politicamente esse transcurso cruel dos negócios urbanos, em que os grandes engolem os pequenos. Parece normal na moderna economia. Na agropecuária, entretanto, a roda gira diferente. A agricultura familiar se fortalece juntamente com a grande empresa rural. Mesmo assim, curiosamente, o discurso atrasado contra o agronegócio teima em persistir, como se a mentira repetida se transformasse em verdade. Os combatentes da moderna agropecuária, qual dom Quixote, bradam contra moinhos de vento. De onde surge tal delírio ideológico, conforme o denomina Zander Navarro? Certamente do equívoco, elementar, que distingue "agricultura familiar" do "agronegócio", como se ambas as categorias fossem opostas, e não complementares. Ora, familiar não significa ser miserável no campo, embora muita pobreza exista por lá. O sucesso do programa de agricultura familiar reside exatamente na ideia de que, ao investir em tecnologia e ganhar produtividade, o pequeno produtor se qualifica para participar do mundo do agronegócio. Assim procedem milhões de antigos agricultores, todos querendo escapar da sofrida subsistência, ganhar seu dinheiro, educar suas crianças, ter saúde, crescer na vida. Uma política agrária moderna procura livrar o agricultor de sua submissão histórica, emancipando-o econômica e culturalmente, transformando-o em pequeno empresário. Agronegócio familiar. Quem, violentamente, combate o agronegócio e, idilicamente, defende os agricultores familiares comete um pecado conceitual. Milhões de excelentes produtores de café, soja, feijão, arroz, leite, carne, mandioca, frutas, verduras dependem do agronegócio para viver. Desejosos do progresso, buscaram financiamentos do Pronaf, aprimoraram-se tecnicamente, organizaram-se em cooperativas, vendem com qualidade. Pequenos na roça, gigantes no mercado. O discurso esquerdista que opõe o agronegócio à agricultura familiar cheira a um populismo antigo, baseado naquele desejo de tutelar a miséria rural, roubando dos camponeses pobres seu próprio destino. Nada mais adequado à manipulação política do que tratar os pequenos agricultores como coitados, cultivando sua dependência histórica. Falsos líderes gostam da subserviência do povo, um terreno onde a esquerda e a direita autoritárias se confundem facilmente. As laranjas padeceram noutro dia, arrasadas pelo banditismo rural. A fama da fruta já anda balançada com tanto escândalo financeiro, pois a mídia insiste, sem que ninguém explique direito o porquê, em chamar de laranjas aqueles que disfarçam o crime de lavagem de dinheiro. Desta vez, apanharam diretamente, destruídas pela raiva dos invasores de terras. O laranjal virou personagem de um triste filme agrário. Uma farsesca. Por detrás, nos bastidores da trama, o argumento ignóbil: laranja não é comida e, não sendo familiar, o agronegócio da citricultura não interessa à sociedade. Portanto, dane-se a produção, esqueça o emprego, pau no laranjal. Besteirol puro. O MST inventa assunto para esconder a insanidade de sua luta autoritária. Ao combater o agronegócio, imagina voltar ao tempo do pé de laranja no fundo do quintal, poleiro de galinhas caipiras. No fundo, paradoxalmente, alimenta-se da miséria rural. Xico Graziano, agrônomo, é secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. E-mail: xico@xicograziano.com.br

Nanotecnologia, uma revolução invisível

Nanotecnologia, uma revolução invisível



É um trabalho minucioso, repetitivo e (literalmente) invisível. Mas nele está

uma das grandes apostas do setor agropecuário para os próximos anos. Enquanto

você lê este texto, quase cem cientistas de universidades e centros de pesquisa

brasileiros dedicam-se a aplicações da nanotecnologia no campo, a ciência da

reorganização de moléculas e átomos numa escala impensável para a maioria dos

mortais - 1 bilhão de vezes menor que o metro.

As pesquisas estão concentradas sobretudo no desenvolvimento das chamadas

"língua" e "nariz" eletrônicos, sensores que mimetizam o trabalho do homem em

tarefas tão díspares como a medição da umidade do solo e da maturação de frutos

até a detecção de bactérias em derivados do leite ou da febre aftosa no rebanho

bovino. Em outras frentes, os cientistas desenvolvem plásticos comestíveis para

embalagens de alimentos, nanofibras de celulose a partir do bagaço de cana e

ainda nanopartículas magnéticas para a descontaminação de pesticidas em água.

Tudo isso, acredita-se, tornará as respostas da indústria mais rápidas e com um

custo significativamente menor que as técnicas disponíveis hoje no mercado. "A

nanotecnologia será uma revolução no campo", sentencia Luiz Henrique Mattoso,

chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Instrumentação Agropecuária, em

São Carlos (SP).

Mattoso lidera uma força-tarefa de 17 unidades da Embrapa e outras 15

universidades, federais e estaduais, reunidas na Rede de Pesquisa em

Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio. Formada em 2006, a rede é o maior grupo

voltado às pesquisas com nanotecnologia para o setor agropecuário atuando no

país.

De acordo com o pesquisador, a ideia nasceu na esteira de um projeto nacional

da Embrapa sobre os desafios que deveriam ser contemplados pela estatal, com o

intuito de trazer o foco dos laboratórios para perto das necessidades

científicas brasileiras.

Especializado em polímeros, Mattoso sabe com clareza o potencial desse novo

campo de pesquisa. Por dois anos, o pesquisador trabalhou no laboratório

virtual da Embrapa nos Estados Unidos, onde fez uma prospecção a fundo do que

vinha sendo estudado na área naquele país. Apesar das verbas maciças injetadas

ali para as pesquisas com nanotecnologia em geral - cerca de US$ 1 bilhão em

três anos -, ele diz que, no setor de agricultura tropical, o Brasil não fica

atrás.

"Eles investem muito na área eletrônica e de manipulação genética. Mas no setor

agrícola estamos 'pau-a-pau' ", diz. Para efeito de comparação, o orçamento da

rede brasileira de nanotecnologia para agronegócio foi de R$ 13 milhões entre

2006-2009, com aportes da Embrapa, Finep, Capes, CNPq e Fapesp. "Para o Brasil,

é muito. É um dinheiro que dá pra gente trabalhar".

Muito ou pouco, o fato é que os trabalhos avançam no ritmo esperado. Na Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), uma das pesquisas mais

alavancadas é a da "língua" eletrônica capaz de detectar características

indesejáveis na soja para a produção de leite. Segundo especialistas, muitas

variedades do grão ainda conferem um gosto ruim ao produto, por isso a

necessidade de misturar frutas ao leite.

"Tradicionalmente, a classificação do produto como gostoso ou não é feito por

painelistas (degustadores da indústria de alimentos) ou por processos de

análise físico-químicos", diz o pesquisador da USP Fernando Fonseca, cujo

trabalho é desenvolvido em parceria com a Embrapa Soja, de Londrina. Além de

lento, é um processo mais caro.

Em linhas gerais, o que foi desenvolvido na USP é uma lâmina com contatos de

ouro na qual foi depositado um filme nanométrico - o "coração de tudo", diz

Fonseca. Essas várias lâminas são imersas no leite de soja para que, então, os

pesquisadores meçam a resposta elétrica do dispositivo e as analisem

matematicamente.

"Cada líquido vai ter um resultado diferente. Dessa maneira é possível

distinguir cada leite de soja", explica Fonseca. "Através da língua eletrônica

a Embrapa vai saber qual o melhor grão para investir. O desafio é fazer uma

classificação mais veloz e barata". Hoje, a USP tenta chegar mais próximo de um

produto comercial que possa ser utilizado pela indústria de alimentos em geral.

Invisível a olho nu, o filme desenvolvido pelos cientistas paulistas tem de 20

a 100 nanômetros de espessura. Imagine isso: um nanômetro corresponde ao

tamanho de uma bola de futebol em relação ao globo terrestre.

Em Fortaleza (CE), uma das linhas de pesquisa da Embrapa Agroindústria Tropical

chama a atenção não só pelo produto em si como pelo debate que certamente

suscitará (ler mais no texto abaixo). Ali, biopolímeros da natureza (polpa de

manga, neste caso) são a base dos experimentos para o desenvolvimento de filmes

comestíveis para embalagens de alimentos, como frutas. Você come a fruta e o

plástico - minimizando, de quebra, um grave resíduo ambiental.

Em São Carlos, no interior paulista, os cientistas do grupo de Biofísica

Molecular do Instituto de Física e do Instituto de Estudos Avançados da

Universidade de São Carlos (UFSCar) estudam a aplicação da nanotecnologia para

detectar a febre aftosa na população de bovinos. Isso ainda é feito via métodos

imunológicos desenvolvidos para quantificar a concentração de antígenos e

anticorpos, sendo o principal deles o Leitor Elisa (do inglês Enzyme-linked

immuno sorbent assay). É um processo custoso, no qual uma amostra de sangue do

animal deve ser encaminhada para análise em laboratório.

"Imobilizamos nanopartículas metálicas sobre circuitos eletrônicos especiais

que vão detectar a presença de anticorpos", diz Valtencir Zucolotto, professor

do Instituto de Física da UFSCar. "Se o animal já teve aftosa, ele desenvolveu

anticorpos e os nossos sensores detectarão isso". Dentro de um ano e meio o

grupo deverá ter o primeiro protótipo para comercialização. E em dois anos, o

kit pronto para comercialização.

Para os produtores, o novo instrumento será um processo mais barato porque os

testes de aftosa poderão ser feitos in loco e com resposta imediata. "A nano

dará independência para a fiscalização", diz Zucolotto. No passado recente, a

ocorrência da doença levou à interrupção dos embarques de carne bovina

brasileira a quase 50 países. Devido a esse episódio, até hoje, a União

Europeia impõe restrições ao país.







19/10 01:33 Aplicação na produção de alimentos deve ser o grande "divisor de águas"



Com um potencial revolucionário ainda limitado apenas pela imaginação dos

pesquisadores, a nanotecnologia terá nas discussões científicas acerca de sua

aplicação na produção de alimentos a grande batalha que definirá a velocidade

de sua aceitação por consumidores mundo afora.

Nada muito diferente da trilha percorrida nas últimas décadas pelos organismos

geneticamente modificados (OGMs). Considerados por seus defensores uma extensão

natural da Revolução Verde de meados do século passado, os transgênicos

começaram a ser adotados comercialmente na agricultura nos anos 90, bem depois

que a engenharia genética gerou a insulina humana em laboratório, mas sua

disseminação segue cercada de cuidados em diversos países (inclusive no Brasil)

- em parte por questões ideológicas e econômicas, mas também por incertezas

quanto aos efeitos de seu uso continuado à saúde e ao ambiente.

Ao mesmo tempo em que grandes grupos privados ampliam os investimentos - e os

"segredos estratégicos" - em torno da nanotecnologia, com agentes públicos como

as universidades a reboque, outros grupos independentes já se formam na

investigação de seus potenciais e riscos. E, de acordo com muitos desses

especialistas, tendem a florescer motivos para preocupações.

"O debate não pode ficar apenas em nível técnico", afirma Soraia de Fátima

Ramos, pesquisadora do Instituto de Economia Agrícola (IEA), vinculado à

Secretaria da Agricultura de São Paulo. Em parceria com Paulo Roberto Martins,

do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Soraia é organizadora do livro

"Impactos das Nanotecnologias na Cadeia de Produção da Soja Brasileira"

(editora Xamã, 2009), uma das iniciativas de se chamar a atenção para a

revolução que espreita o campo.

Lançado com o apoio da secretaria e do Ministério do Desenvolvimento Agrário, o

trabalho foi costurado com a participação dos pesquisadores Richard Domingues

Dulley, Elizabeth Alves e Nogueira, Roberto de Assumpção, Sebastião Nogueira

Júnior, André Luiz de S. Lacerda e Marisa Zeferino Barbosa. Dulley, aos 70

anos, tem sido um dos principais fomentadores dessa discussão, abastecendo de

dados sobre a nanotecnologia figuras atuantes no setor de agronegócios como o

ex-ministro Roberto Rodrigues.

"São imensos os potenciais para a aplicação da nanotecnologia na agricultura.

Passam por embalagens, nanosensores e pelo desenvolvimento de alimentos

nutracêuticos, entre outras aplicações. Mas há riscos, e o problema para

mensurá-los é a 'invisibilidade' da nanotecnologia, que decorre do fato dela

não ter relação com tecnologias do passado", afirma Dulley.

Os pesquisadores dividem o avanço da nanotecnologia agrícola em duas frentes:

"incremental", onde as pesquisas buscam melhorar o que já existe e o manancial

é rico na agricultura de precisão, e "revolucionária", aquela "invisível" que

exige mais cuidados e, certamente, investimentos. Segundo Dulley, até 2015 a

nanotecnologia em geral terá absorvido US$ 1 trilhão em investimentos anuais.

É da frente "invisível" que esta manipulação artificial da matéria na escala

das moléculas estudada pela nanociência pode ser surpreendente a ponto de

permitir a "conversa do vivo com o não vivo" na forma, por exemplo, de um

computador com proteína. Ou na construção de uma fábrica de banana capaz de

usar como matéria-prima o quase universal carbono, base da química orgânica

presente em todos os seres vivos.

Para Soraia de Fátima Ramos, a nanotecnologia não deixa de ser uma evolução de

sistemas técnicos, mas no nível mais sofisticado que o ser humano conseguiu

chegar até agora. Segundo ela e Roberto de Assumpção, sua difusão criará espaço

para uma mudança nas relações de forças geopolíticas e poderá, se não

controlada e profundamente analisada, ser o vetor do aprofundamento das

desigualdades entre ricos e pobres e entre países desenvolvidos e em

desenvolvimento ou subdesenvolvidos.

"É preciso perceber que já há produtos [cosméticos, farmacêuticos] no mercado

sem sequer estudos toxicológicos suficientemente amplos, e aqui vai um grande

alerta", pondera Elizabeth Alves e Nogueira. Conforme Dulley, um país como o

Brasil não pode, por exemplo, deixar de levar em consideração suas

características, realidades e vantagens naturais.

Chega a ser assustador para os estudiosos do IPT e do IEA o flagrante

desconhecimento de algumas subsidiárias brasileiras de grandes transnacionais

sobre o rumo das pesquisas desenvolvidas por suas matrizes. "Fizemos diversas

entrevistas e ficou claro que, em muitos casos, as filiais não sabem sequer que

as matrizes têm pesquisas nessa área", diz Dulley.

E esse "lego" em escala atômica, reforça, não podem ficar nas mãos de crianças

sem orientação.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A solução do café arábica

A solução do café arábica

A cafeicultura do café arábica principalmente atravessa uma das maiores crises da historia. Os preços praticados no mercado internacional e aqui no Brasil não satisfazem aos produtores trazendo uma desanimo geral entre eles.Como os preços estão cotados em dólar ,e este o, o dólar ,não para de cair no Brasil, e parecendo um milagre Divino ou “militar” não perde sua credibilidade ,cada dia vemos o nosso patrimônio ser desvalorizado.Produzimos em real uma das moedas mais valorizadas do planeta, um pais em expansão de sua economia e não podemos deixar de dizer que estamos na moda , temos uma copa do mundo para gerir e uma olimpíada, ,com isso os olhos do mundo se virarão ainda mais para o nosso lado.
O salário subindo elevando o custo de produção pra estratosfera fica difícil de visualizar uma solução.
Qual seria a saída então?
O abandono de nossas apaixonadas atividades, porque sim, nós produtores antes de tudo somos apaixonadas por nossas lavouras. Acredito que não seria a melhor saída o consumo mostra crescente no mundo e aqui no novo espelho do mundo então para não seria uma saída inteligente.A única solução seria abaixar custos mas como?
Só podemos abaixar custos aumentando consideravelmente a produção. Para isso o projeto GENOMA da Embrapa é a solução.
O cafeicultor precisa urgentemente de uma variedade que seja mais resistente a pragas e doenças e a seca com uma produtividade bem acima destas que está tendo na atualidade.
A genética essa é a solução de oito milhões de pessoas que vivem da cafeicultura, o governo precisa de por um investimento maior para se obter uma variedade o mais rápido possível para tirar esses eternos lutados do sofrimento.

WAGNER Pimentel
www.cafezinhocomamigos.blogspot.com

MANHUAÇU MG 19/10/2009

Pesquisas com café serão destaques da Embrapa na Semana Nacional de C&T

Pesquisas com café serão destaques da Embrapa na Semana Nacional de C&T



Mostrar ao público estudantil do Distrito Federal pesquisas de ponta na área de biotecnologia vegetal é um dos objetivos da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, ao participar pela sexta vez da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Este evento é promovido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia desde 2004 com o objetivo de mobilizar a população, em especial crianças e jovens, em torno de temas e atividades de ciência e tecnologia (C&T), valorizando a criatividade, a atitude científica e a inovação. Como este ano, o tema do evento é o ano da França no Brasil, a Embrapa escolheu o melhoramento genético de café, desenvolvido em parceria com o instituto francês CIRAD - Centro de cooperação internacional em pesquisa agronômica para o desenvolvimento – como um dos destaques da exposição, que acontece de 19 a 25 de outubro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, DF.



A parceria com o CIRAD envolve três unidades de pesquisa da Embrapa – Recursos Genéticos e Biotecnologia, Café e Cerrados – todas localizadas em Brasília e tem como objetivo principal desenvolver plantas de café melhoradas geneticamente com duas características principais: tolerância à seca e grãos com mais qualidade.

Brasil e França: unidos para melhorar a qualidade do café.



A base para o desenvolvimento dessas pesquisas é o banco de dados resultante do sequenciamento do genoma do café, cuja primeira etapa foi concluída em 2004, em parceria entre a Embrapa Café, Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Essa iniciativa pioneira em termos mundiais colocou o Brasil na posição de vanguarda das descobertas tecnológicas e deu origem ao maior banco de dados para café do mundo: 200 mil seqüências de DNA.



O banco de dados genéticos marcou o fim da primeira fase do sequencimento do genoma do café. Hoje, os cientistas brasileiros e franceses estão na fase denominada de pós-genômica, na qual mais de 30 mil genes já foram identificados e estão sendo utilizados em prol do melhoramento genético do café.



Neste ano, em que se comemora o ano da França no Brasil, esse é um motivo de orgulho para os dois países, porque as pesquisas já resultaram em plantas tolerantes à seca que estão crescendo no campo da Embrapa Cerrados, outra unidade de pesquisa da Embrapa em Panaltina, DF.



A seca é um problema que afeta severamente duas regiões importantes na cafeicultura nacional: o cerrado e o nordeste brasileiro, especialmente a Bahia.

Segundo o pesquisador do CIRAD, Pierre Marraccini, em breve, os genes serão transferidos para a variedade de café Arábica, que é a mais consumida em todo o mundo, com 70% da produção global.



A identificação e conhecimento desses genes vão acelerar o melhoramento genético do café, seja por métodos convencionais de cruzamento ou por engenharia genética.



Cientistas estudam todas as funções das plantas de café para chegar às variedades tolerantes à seca.



Marraccini explica que para chegar às variedades mais produtivas de café com tolerância à seca, todas as partes e funções das plantas são estudadas. As pesquisas começam com as raízes, através de modernos equipamentos chamados scanners roteadores para compreender a fundo a arquitetura do desenvolvimento do seu sistema radicular, até à plasticidade, ou seja, a capacidade da planta de reagir a situações de estresse climático, passando por pesquisas da seiva, fotossíntese etc.



Segundo o cientista francês, as pesquisas envolvem pesquisadores com diferentes competências das áreas de biologia molecular, fisiologia, agronomia, anatomia etc. “Todos unidos em prol de um objetivo comum: solucionar de forma econômica e ambientalmente viável um dos piores problemas enfrentados pela cafeicultura em vários países: a seca”, finaliza Marraccini.



A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia começa nesta segunda-feira, dia 19 de outubro, e se estende até o dia 25 de outubro no segundo quadrante do canteiro central da Esplanada dos Ministérios (localizado entre a Rodoviária, o Museu da República e o Teatro Nacional). O horário de funcionamento é das 8h30 às 19h, com exceção da quarta-feira, dia 22, que vai até às 20h30.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Mercado cafeeiro

Mercado cafeeiro

O mercado cafeeiro continua técnico e sem definição. Ontem a ICE a bolsa de N:Y teve uma leve realização fechando a 137.75 cents de dólar por libra peso com 150 pontos de baixa e caindo um pouco mais no after market com 165 pontos.Mesmo com essa realização importantes suportes não foram quebrados a 135.75 cents que neste caso o mercado poderia procurar números abaixo deste.
A BMF continua mostrando resistência e que o diferencial para ICE continua se estreitando e mostra com certeza a clara falta de café de qualidade que o mercado atravessa no momento e sua dificuldade de encontrá-lo. Neste ponto queria tecer um comentário que muito já foi dito no começo deste mês ,que seria o record de contratos de café entregues na Bmf no mês de setembro, foram 4.557 contratos onde a maioria deles café safra 2.008,o numero assusta porque o ano de 2.008 inteiro foram entregue 4652 contratos, no ano de 2007 foram 3.244 e 2006 foram 2567 ou seja em um único mês foi entregue mas que esses anos todos 2.008 e 2.007 e quase o dobro de 2.006.
Isto mostra que a safra foi pequena de baixa qualidade, e essa entre safra, vai ser longa e dolorida pra que trabalha com o mercado físico.
A expectativa de entrega das opções para o governo torna o mercado tenso e silencioso onde os produtores esperam por preços melhores do que estão sendo atuados no mercado, por isso vimos esta semana comentários de companheiro que o vendedor sumiu e os negócios desapareceram.
O dólar continua ladeira abaixo e é ele o dólar que não da coragem para grandes especuladores fazerem uma posição de vendido maior, portanto ele esta limitando as altas quando a bolsa sobe no mercado físico, mas também limita a queda para patamares que seriam bem piores do que aí estão. O fechamento do dólar a R$1,70 é bem abaixo de expectativas de alguns economistas ,jogando essa projeção para números abaixo de R$1,65 até o fim do ano.
Este fator tem que ser levado em consideração na hora da compra dos insumos, pois eles são importados e deveriam acompanhar essa queda, portanto companheiros produtores pechinchem.
Com isso o mercado fica morno esperando definições.
Os paises de origem não estão querendo fazer grandes posições, pois o ano passado teve dificuldades para as entregas e este ano a cautela esta imperando.
A florada continua aparecendo de forma desigual dando muitas dificuldades técnicas para se avaliar a safra vindoura com mais precisão tendo que esperar um pouco mais para se falar em números.
Vamos esperar as definições para fazermos posições mais seguras
Bom fim de semana e que Deus os abençoe.

Wagner Pimentel
www.cafezinhocomamigos.com.br
MANHUAÇU MG

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Chega de dólar e vamos de real

Sincal - Chega de dólar e vamos de real.




Os cafeicultores estão sendo marginalizados e oprimidos dentro da cadeia do agronegócio café, onde nos tornamos reféns dos diversos elos que coordenam esse segmento. Criaram, com o passar dos tempos, uma sistemática administrativa do agronegócio café onde o cafeicultor deveria ser o protagonista das ações, mas passou a ser um mero coadjuvante inexpressivo. Gostaríamos de lembrar aos exportadores, aos comerciantes, ABIC, ABICS, cooperativas de café, principalmente alguma ou outra que não passa de mero exportador, mas, a grande maioria das Cooperativas tem cumprido o papel cooperativista a contento, as Credis, aos agentes financeiros e ao próprio Governo que tudo isso desaparecerá se prevalecer esse anacronismo em detrimento ao setor produtivo que realmente vem “pagando o pato” e segurando todos os prejuízos e o subdesenvolvimento imposto pelo conluio citado.

Basta verificar o IDH dos municípios produtores de café que foram exauridos de suas riquezas pela exportação de café nos últimos anos num verdadeiro desfiladeiro de dumping e transferência de riquezas para os países importadores, normalmente riquíssimos e do primeiro mundo, na retórica de ganho de markt share. Hoje, exportamos praticamente 32 milhões de sacas de café/ano. A CECAFÉ coloca esses números como algo triunfal na imprensa falada e escrita, mas não colocam que esse recorde de exportação está trazendo recorde de prejuízo aos cafeicultores. Nos últimos treze anos exportamos 336 Milhões de sacas de café sendo 280 Milhões de café arábica, 36 Milhões de sacas como solúvel e 21 Milhões de sacas de robusta/conillon. Calculamos mês a mês e ano a ano e, perdemos em média U$40,00 (quarenta dólares) a saca, aproximadamente R$100,00 a saca. Com isso somente no arábica perdemos R$ 28 (Vinte e Oito Bilhões) por vender abaixo dos preços médios da bolsa de Nova York e dos nossos principais concorrentes. Verdadeiro dumping. A retórica dos nossos comerciantes/exportadores baseia-se na qualidade do nosso café perante os concorrentes o que não podemos concordar, pois, o nosso slogan para os cafés Brasileiros é, “O Brasil possui cafés para todos os gostos e sabores”, portanto, temos cafés de excelentes qualidades e vendemos de qualquer jeito, sem marketing, na pura estratégia de volume em detrimento aos altíssimos prejuízos aos cafeicultores como mencionado.


Sabemos pelas regras básicas de marketing que a pior das estratégias é ganhar mercado vendendo barato e, que isso leva qualquer atividade ao extermínio econômico.

Senhores cafeicultores, a ganância e o imediatismo dos demais elos da cadeia nos colocaram a mercê da servidão econômica. Agora fazemos as seguintes perguntas baseadas no exposto:


1) Os comerciantes de café no Brasil, inclusive as cooperativas estão perdendo dinheiro?


2) Os bancos, que já providenciaram uma cadeira cativa nas agencias para um grande número de cafeicultores, estão tendo prejuízos?

3) Os exportadores estão com prejuízos?

4) Os importadores estão com prejuízos?

5) Os torrefadores internacionais que fazem um faturamento entre 5 a 20 vezes o valor de uma saca de café, estão com prejuízos?

6) Os atacadistas e comerciantes de café industrializados estão apertados?

7) O governo que está tranquilo e colocando todos os impostos, leis ambientais, leis trabalhistas escorchantes e perseguitivas e, sabendo que os cafeicultores seguram o maior número de empregos numa única atividade econômica sendo os recordistas empregatícios. O governo está perdendo dinheiro?

8) Por final, sobra ao cafeicultor segurar praticamente sozinho todos esses elos mencionados da pergunta um até a sétima. Pagamos R$ 28 bilhões pela troca do nosso “ouro por espelhinho” como é feito o nosso negócio de café.

Portanto, precisamos quebrar todos os paradigmas do agronegócio café, onde os cafeicultores são os responsáveis pelo agro e os demais elos pelo negócio e o dinheiro, deixando aos cafeicultores a escravidão imposta pelo conluio. Essa será a tarefa cruel da SINCAL que veio disposta a lutar em prol dos cafeicultores.

Começaremos sugerindo ao Governo Brasileiro, se tiverem coragem de enfrentar o conluio, de fixar nossas exportações em REAL (R$)/saca baseado num preço de custo real com uma margem de 30% aos cafeicultores, segundo o estatuto da terra, que ainda é muito pequena pela atividade totalmente de risco imposta as condições climáticas, atividade totalmente ao relento contando somente com a proteção divina.

Fazer as cotações em REAL (R$) e na BM&F de São Paulo, nas bases mencionadas, deixando Nova York que não produz uma saca de café. Já passou da hora de “desmamarmos os bezerrões e soltá-los ao pasto”. Não é possível o Brasil sendo o maior produtor, o maior exportador e a caminho de ser o maior consumidor de café do mundo, ficar condicionado ao contrato “C” (Colombiano), Colômbia que produz em média 25% do Brasil. Essa paridade Dólar Real e essa política cambial está matando a nossa cafeicultura. O dólar está decadente e o real cada vez mais forte e, todos os indicativos mostram o fortalecimento do real e, o governo não demonstra a mínima vontade de mudar essa política cambial. Os cafeicultores pagam tudo em real e vendem seu café na base do dólar. Isso é covardia. Vamos fixar em real como proposto. No inicio poderá ter algum impacto, mas, o mundo não poderá ficar sem o nosso café e em poucas semanas estarão correndo para o Brasil e pagar como precisamos. Assim, teremos um “jogo” limpo e desembaraçado de tantos artifícios de dumping e outras maracutais desconhecidas.

O REAL (R$) foi à moeda que praticamente mais valorizou esse ano perante a uma cesta de moedas fortes internacionalmente como segue;

a) O Real (R$) subiu 34,4% esse ano perante o Dólar Americano;

b) O Real (R$) foi apreciado em 49,35% em relação ao Peso Argentino;

c) O Real (R$) a alta foi de 29% perante o EURO:

d) O Real (R$) valorizou 33,7% perante ao Yene do Japão;

e) O Real (R$) cresceu em 22,3% perante a Libra Inglesa.

Fonte: Banco Central do Brasil.


Senhores cafeicultores, vejam que lástima. Estamos fazendo “guarda-chuva” para nossos concorrentes somente com o efeito da valorização do REAL (R$).

Se tivéssemos a mesma paridade do Real/Dólar de dezembro passado, para os dias atuais, estaríamos vendendo café à praticamente R$400,00 a saca e, hoje estamos vendendo a R$ 260,00 a saca. Mais uma vez cabe ao cafeicultor, somente sozinho, pagar pelo ônus dessa paridade cruel do Dólar/Real, pois, para os demais segmentos prevalece o negócio e nós cafeicultores continuamos com o agro.

Portanto, chega de dólar e vamos de REAL.



Armando Matielli – Eng. Agrônomo, MBA na FGV
Cafeicultor em Guapé/MG
Sindicalista e Presidente Executivo da SINCAL

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Lobby da Verdade

Opinião: Lobby da Verdade
(14/10/2009 09:04)

Em recente artigo, o presidente do Centro de Comércio do Café de Vitória - Dr. Marcelo Netto-, se refere, ainda que indiretamente, à Associação Paranaense de Cafeicultores -APAC. Gostaria de esclarecer que nossas entidades foram fundadas no mesmo ano de 1951. A nossa, representa os cafeicultores, com obrigação de fazer propostas e lutar pelo bem estar do produtor primário. Como o senhor diz, sua entidade “representa o empresariado do setor de comércio e exportação de café do Espírito Santo”. Portanto, a defesa do cafeicultor de Conilon é um pouco estranha, pois o senhor ainda esquece que o Espírito Santo é um importante produtor de café Arábica. Entendemos que estão usando o tema rotulação para dividir a cafeicultura e continuarem reinando.

Esclareço a todos os produtores de café Conilon do Espírito Santo e Rondônia, que estamos do mesmo lado, oprimidos e desanimados. Nossa intenção em rotular o café não é preconceituosa ou visa discriminar o café Conilon, mas sim valorizar os dois cafés. Vejam que é absolutamente impossível valorizar o café Conilon se não valorizarmos o café Arábica, pois os preços históricos do Conilon sempre foram mais baixos que o de Arábica, e assim continuarão se não lutarmos juntos, se não dialogarmos, para que nossas posições sejam entendidas, fazendo com que o resultado econômico do agronegócio café seja mais equitativo. Hoje, nós cafeicultores de Arábica e de Conilon somos o instrumento do lucro dos outros. Não podemos mais ver só o comércio e a indústria lucrando e o produtor ficando com os riscos e prejuízos da atividade. Aguardamos ansiosamente o diálogo com os produtores de Conilon, que não precisam de intermediários. O linguajar dos produtores é diferente dos poderosos, que acostumados ao lucro fácil nada querem mudar.

Não esqueçamos de nossa importante proposta, que diz respeito aos senhores comerciantes, que é a “Normatização do grão cru”, na qual queremos eliminar o PVA (preto, verde, ardido), resíduos e impurezas. Acredito que o senhor seja a favor desta proposta, pois ela vai beneficiar o consumidor, e o produtor, que não recebe por estes, os quais são comercializados pelo comércio às indústrias.

Nossa classe produtora tem vários problemas, que me fazem lembrar a ocupação da França pelos nazistas na segunda guerra mundial, onde a resistência lutava bravamente, mas havia a triste figura dos colaboracionistas, como o Marechal Pétain, que se entregou às benesses do poder; ou ainda de uma Suíça neutra, que auferiu grandes lucros com isto.

Seria salutar que todos lessem o artigo “Colmatar das Expectativas” de Celso Vegro, onde temos brilhantes análises dos últimos acontecimentos, e que nos faz ver que precisamos nos aproximar do consumidor, “mediante a aliança campo-cidade”.

Proponho ao Dr. Marcelo Netto que nos faça alguns esclarecimentos, pois o senhor parece fazer alguma confusão entre café Robusta e café Conilon, quando diz “O café Robusta, dentre os quais se classifica nosso Conilon”.

Também não compreendemos bem, quando o senhor diz “quanto à qualidade, tal qual o Arábica, o Robusta é classificado dentro dos mesmos parâmetros”.

Para aclararmos as idéias, sugerimos que responda às 100 questões formuladas no endereço http://www.peabirus.com.br/redes/form/post?topico_id=19614. O senhor verá que ao respondê-las, creio eu, chegará à conclusão de que é imperioso rotular o café.

Quanto ao “segredo industrial”, gostaria que o senhor lesse a súmula do acórdão da ação de inconstitucionalidade, que a CNI impetrou no Supremo Tribunal Federal – STF-, a pedido da ABIC alegando inconstitucionalidade da lei paranaense de rotulação do café, mas vou me permitir repetir a passagem na qual a Sra. Ministra Carmem Lúcia em diálogo com o Sr. Ministro Menezes Direito diz::“ Foi também enfatizado na tribuna (pelo advogado das indústrias), que as empresas deveriam ter o direito ao sigilo quanto à aquilo que se contém no café. Pergunto-me, diz a (Sra. Ministra) que direito é este? Eu cidadã que tomo muito café, tenho o direito também de saber o que estou consumindo e em que condições, até porque, às vezes quem faz café, lembrou o Ministro Menezes Direito, sabe muito bem que ao coá-lo sente um cheiro nítido de milho e outros aromas na casa, que denota nem sempre estar tudo descrito”

Ainda, para não esquecer, quero reforçar o pedido para que o senhor leia o referido acórdão do STF, que julgou a lei da rotulação no Paraná constitucional e, portanto, ela não pode ser “legalmente descabida”, como o senhor diz em seu artigo. Portanto, acredito que devemos, ou melhor, temos que acatá-la, pois não cabe recurso, o julgamento é definitivo.

Quanto ao “forte lobby” que o senhor afirma eu possuir, quero dizer que o único lobby que possuo é o lobby da verdade.

Ricardo Gonçalves Strenger

Presidente da APAC

ricardostrenger@yahoo.com.br

Londrina, 13 de outubro de 2009.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

OPINIÂO - QUEM PAGARÁ PELOS PREJUÍZOS CAUSADOS PELO MST? , pergunta a CNA

OPINIÂO - QUEM PAGARÁ PELOS PREJUÍZOS CAUSADOS PELO MST? , pergunta a CNA





A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, CNA, vem a público solicitar que as autoridades responsáveis pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário adotem medidas imediatas para garantir que, além das punições previstas nas leis do país, os invasores do MST, Movimento dos Sem Terra, sejam civilmente responsabilizados e condenados a ressarcir os danos causados, de forma premeditada e criminosa, à Fazenda da Cutrale, em São Paulo. A este respeito, a CNA pede a atenção e a reflexão da sociedade brasileira para os seguintes pontos:

1) as imagens da televisão mostrando a invasão e a destruição da Fazenda comprovam que o banditismo do MST passou do ponto de retorno. Não é de agora que isso acontece. Contando com a certeza da impunidade, eles são responsáveis por inúmeros atos criminosos: invadem propriedades, queimam máquinas, interditam estradas, entre outras ilegalidades. E não respondem pelos crimes que cometem;

2) as leves críticas que o MST recebe das principais autoridades do governo federal representam, de fato, um atestado de impunidade. Com isto, a devastadora jornada de crimes e de terror dos invasores que comandam o MST caracteriza afronta os valores do Estado de Direito;

3) o MST não pode contar com recursos dos impostos pagos pelo povo brasileiro para a destruição criminosa de lavouras, máquinas e equipamentos agrícolas, como o Brasil viu pela televisão. Tais ações não passam de crimes que não têm rigorosamente nada a ver com a reforma agrária.

4) a Fazenda da Cutrale foi depredada depois de a Justiça haver determinado sua reintegração de posse. A violência e os prejuízos econômicos causados ali pelo MST atingiram aos proprietários e a todos os funcionários da empresa. Oito das nove casas dos empregados foram arrombadas e saqueadas;

A CNA reitera que é preciso estabelecer quem será responsabilizado pelos crimes e prejuízos causados pelos foras da lei do MST. Não é possível que nada aconteça depois de tudo que vimos. Não pode ser normal o uso do dinheiro de impostos para financiar atos criminosos e jornadas de terror. É muita injustiça obrigar o povo brasileiro, que tem a cultura dos direitos e deveres, a pagar pelos crimes em série, a violência e as ilegalidades do MST.

Brasília, 10 de outubro de 2009

SENADORA KÁTIA ABREU

Presidente

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Estudo aponta custos de produção do café nas principais regiões produtoras do País

Estudo aponta custos de produção do café nas principais regiões produtoras do País
(09/10/2009 14:42)

Artigo publicado na revista Informações Econômicas (edição de setembro/2009), do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, calcula e compara os custos de produção do café nas principais regiões produtoras brasileiras. O objetivo é fornecer subsídios aos cafeicultores para acompanhamento de seu negócio e para os governos formularem políticas públicas.

Os resultados indicam que as regiões que apresentam maior vantagem comparativa em relação aos custos de produção são o Norte Novo (Cornélio Procópio) e o Norte Velho (Jacarezinho) do Estado do Paraná. Essas regiões apresentam custos de produção inferiores aos observados na maior parte das outras áreas produtoras, principalmente se comparado com o Sul e Cerrado de Minas, Mogiana Paulista, Alto Caparaó e Planalto e Oeste baianos.

Em seguida, aparecem a região da Mogiana (Estado de São Paulo) e o Sul e o Cerrado de Minas Gerais. Além de apresentarem custos de produção similares, essas regiões apresentam excelentes condições para o desenvolvimento da cultura e são reconhecidas por produzir cafés de excelente qualidade de bebida, principalmente o sul de Minas e a Mogiana. Este fator, se estrategicamente explorado, pode resultar em prêmios no mercado de café de qualidade, conferindo ainda maior capacidade competitiva para esses cinturões.

O trabalho foi elaborado pelos pesquisadores Flávia Maria de Mello Bliska (IAC-APTA), Celso Luis Rodrigues Vegro (IEA-APTA), Paulo César Afonso Júnior e Elessandra Aparecida Bento Mourão (Embrapa Café) e Cleide Helena Santos Cardoso (estudante de Agronomia da Universidade Federal de São Carlos). Eles apuraram que os valores estimados neste estudo são em geral inferiores aos da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), que foram apresentados no levantamento de custo de produção disponibilizado em 2006 para o mesmo período.

Outros destaques

Entre os destaques da nova edição da revista, encontra-se ainda a análise da evolução do plantio de seringueiras no Estado de São Paulo entre 1995/96 e 2007/08, nos aspectos socioeconômicos, tecnológicos, agronômicos e ambientais. "Concluiu-se que o setor está crescendo com sinais claros de expansão de área, sendo esta uma lavoura estratégica do ponto de vista do emprego agrícola, mais precisamente, na fixação de famílias residentes no meio rural. A expansão da cultura da seringueira é relevante sobre o prisma ambiental pela sua capacidade de estocar carbono, bem como por substituir pastagens mal manejadas, que contribuem para o aumento do teor de carbono na atmosfera".

Outros destaques são os estudos sobre as exportações da cadeia de produção de cana para indústria (período 1997-2008); emprego na agricultura paulista; o agronegócio nos investimentos diretos brasileiros; e a nova estimativa de oferta e demanda de milho.

As informações partem do Governo do Estado de São Paulo, noticiou o Agrolink.

Recorde de entrega física na bolsa em setembro (09/10/2009 08:01)

Recorde de entrega física na bolsa em setembro
(09/10/2009 08:01)

Com a proximidade da realização do primeiro leilão de contratos de opção de venda de café e o anúncio da liberação de mais recursos para a aquisição do produto, o mercado do grão torna-se mais volátil e a BM&FBovespa registra recorde de entrega física no último mês.

A Bolsa verificou em setembro a liquidação de 4.557 contratos, equivalentes a 455,7 mil sacas - mais de 17% do volume total exportado pelo Brasil no período. O recorde anterior era de dezembro de 2003 com 2.147 contratos. Além da forte intervenção do governo, a dificuldade para se encontrar café arábica de qualidade nos preços praticados no mercado contribuiu para o alto volume de contratos.

A demanda dos exportadores aumentou pelo segundo mês consecutivo e o volume vendido ao mercado externo somou 2,6 milhões de sacas em setembro, o que pode ser indicador da dificuldade das tradings em adquirir café no mercado, avalia Eduardo Carvalhaes, diretor do Escritório Carvalhaes. "Os exportadores estão indo buscar café físico na BM&F na entrada de safra. Isso pode ser reflexo da dificuldade em comprar café no mercado", diz Carvalhaes. Segundo ele, os preços na Bolsa estariam remuneradores e os produtores confiantes na política governamental.

De fato a cotação na BM&F mostrou um repique significativo no último mês. Os contratos com vencimento em dezembro de 2009 encerraram o mês de agosto negociados a US$ 143,40 a saca. Três semanas depois, no dia 23 de setembro, os contratos atingiram o pico de US$ 158,50/sc. O café iniciou o mês de outubro estável e ontem os contratos para dezembro deste ano fecharam cotados a US$ 156,50 a saca. "A diferença de quase US$ 15 justifica o interesse. A oportunidade veio mais do lado do produtor, mas o exportador também está fixando", afirma Gil Barabach, analista da Safras & Mercado. "Até o final do ano pode ter novos recordes", completa.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

AGF - Como os produtores de café devem proceder para vender café ao Governo

AGF - Como os produtores de café devem proceder para vender café ao Governo




INFORMATIVO DEPUTADO SILAS BRASILEIRO

“Como os produtores de café devem proceder para vender café ao Governo ”

Conforme já divulgamos em informativos anteriores, o Governo Brasileiro autorizou a CONAB a adquirir 1.000.000(um milhão) de sacas de café diretamente dos produtores. O preço pago por saca de café pelo Governo para cafés arábicas bebidas duro para melhor, será de R$261,69 para tipo 6 e R$254,01 para tipo 7. O Governo irá comprar também cafés tipo 7 bebida riada a R$240,16 e tipo 7 bebida rio a R$213,16. Todas as aquisições são acrescidas de reembolso do valor da sacaria e do ICMS. Cada produtor poderá participar com até mil sacas de 60 kg.

A CONAB deverá divulgar em breve as normas para aquisição e informou que está apenas aguardando o repasse dos recursos por parte do Tesouro Nacional para iniciar as operações.

Os produtores interessados devem tomar as seguintes providências:

- Comunicar a gerencia operacional (GEOPE) da superintendência estadual da CONAB(vide endereços no final deste informativo), via telefone, email, ou pessoalmente, sobre a intenção de realizar a venda para o Governo. Feita esta comunicação, a CONAB irá informar ao produtor em quais armazéns ele pode realizar a entrega. Esta comunicação já pode ser feita, sendo importante para que a CONAB faça a distribuição dos recursos conforme a demanda apresentada.

- Após a comunicação a CONAB irá entrar em contato com os interessados indicando a partir de que data a entrega pode ser realizada.

- No dia da entrega a CONAB efetua a classificação e empilhamento do café, e emite o certificado de depósito e a AGF (que é a Nota Fiscal de aquisição da CONAB).

- De posse da AGF, o produtor se dirige a uma agência do Banco do Brasil, que providenciará o pagamento do café.

- Para os produtores rurais Pessoas Jurídicas é necessário a inscrição no SICAF (cadastro de fornecedores do Governo Federal), com a apresentação das certidões negativas de FGTS, INSS, Receitas Federal, Estadual e Municipal.

- Para os produtores rurais Pessoas Físicas, basta a apresentação da Declaração de Produtor Rural atualizada.

Somadas as aquisições diretas e as opções de venda, cujos exercícios se iniciam em novembro próximo, o Governo irá adquirir aproximadamente 4 milhões de sacas dentro dos próximos 180 dias. Acreditamos que a partir das primeiras vendas ao Governo, o mercado de café apresente melhores cotações.

Brasília, 08 de outubro de 2009.

Rali do real preocupa governo

Rali do real preocupa governo


O Estado de S. Paulo

08/10/09

Equipe econômica teme formação de mini-bolha no câmbio, com entrada de US$ 20 bi a US$ 30 bi até o fim do ano

Adriana Fernandes e Fabio Graner, BRASÍLIA

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, admitiu ontem que o atual "rali" do real traz preocupação com o risco de que uma entrada maior de dólares provoque maior desvalorização da moeda americana e prejudique a economia. O governo, disse Augustin, está atento para que esse movimento não traga dificuldades adicionais às exportações. Com o dólar mais baixo, os exportadores recebem menos por suas vendas e o produto nacional perde competitividade em relação aos importados.

Augustin disse que o Banco Central monitora diariamente o mercado para evitar distorções na taxa de câmbio. Ontem o dólar interrompeu o processo de queda quase contínua que vem sofrendo e subiu 0,19%, fechando a R$ 1,75. Como tem feito desde 4 de maio, o BC comprou dólares.

"O BC está monitorando no sentido de manter os fluxos compatíveis. Isso é feito diariamente e continuará sendo feito", disse.

Segundo analistas de mercado, o BC já havia comprado US$ 4,5 bilhões na terça-feira, evitando que a entrada de investimentos estrangeiros na oferta de ações do Santander pressionasse ainda mais o câmbio.

Para Augustin, o aumento do fluxo de dólares é resultado do "sucesso" da economia. "Com o nosso terceiro grau de investimento, isso se fortaleceu. É natural que haja um efeito de mercado financeiro."

Segundo fontes, a equipe econômica contabiliza que nos próximos três meses devem ingressar no País pelo menos US$ 20 bilhões com captações de recursos externos realizadas por instituições financeiras e as emissões de IPO (oferta inicial de ações por empresas). Mas há avaliações que os investimentos podem ultrapassar US$ 30 bilhões.

Com poucas alternativas para estancar a enxurrada de capital, a equipe econômica tenta armar uma rede de proteção no curto prazo. O problema será levado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No Ministério da Fazenda, espera-se uma atuação mais agressiva do BC na tarefa de conter a excessiva valorização do real frente ao dólar.

Técnicos do governo já enxergam a formação de uma mini-bolha de valorização do real.

A avaliação é de que é possível conter parte da alta do real com compras mais intensas de dólares no mercado. O BC já disse que compra o excesso de dólares para evitar fortes oscilações nas cotações.

Para a Fazenda, o BC poderia ser mais agressivo não só em quantidade, mas também na definição das taxas de compra, de modo a tornar mais arriscadas especulações no câmbio.

O problema é que nem o Brasil nem outro país tem capacidade de mudar uma tendência mundial, lembra outra fonte do governo. A queda do dólar, resultante dos desequilíbrios econômicos dos EUA, é o argumento usado para relativizar a preocupação com a valorização do real . A fonte lembra que, na comparação com uma cesta de moedas, a valorização do real é bem menos acentuada.

Por isso, também há avaliações no governo que os impactos da desvalorização do dólar no comércio exterior podem ser diluídos por meio de negócios com moedas locais. O Brasil fechou acordo com a Argentina, negocia com o Uruguai e tenta avançar com nas trocas com seus parceiros dos Brics: Rússia, Índia e China.

Essa estratégia, embora ainda tímida, é considerada uma alternativa à alta volatilidade do dólar. Apesar de considerar natural a busca de alternativas ao dólar, a fonte reconhece que dificilmente a divisa americana deixará de ser a reserva de valor mundial em um horizonte de médio prazo. "Não existe quantidade suficiente de outra moeda para substituir o dólar como moeda de reserva."

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

E o mercado físico heim?

E o mercado físico heim?

A bolsa de café em seus últimos pregões mostrou sua cara, caiu em movimento de realização de lucro depois de um período de alta na semana passada. Passado o período de sangria sem noticias fundamentais em sem força pra cair fez o movimento inverso acompanhado todas as bolsas .Em movimento de rally fundos entraram comprando mas não conseguiu quebrar a resistência anterior na casa dos 138.50 pontos,mas saiu da casa dos 125.3 pontos fechando hoje a 134.25 cents de dólar por libra peso .
O dólar mantendo sua tendência saiu da casa dos R$1.80 e veio pra casa dos R$1.76 continuando seu ritual de queda, e podando no mercado físico o repasse da alta da ICE.
Agora e o mercado físico heim?
Este esta uma beleza deixando o produtor com vontade de vender sua propriedade tal à felicidade dele em produzir café. A bolsa com seus movimentos técnicos característicos só dá pra quem atua nela muito longe da realidade do mercado físico que seria bem mais próximo do amigo produtor.
A bolsa cai perde força volta a subir, perde a força volta a cair e o mercado patina na mesmo, não muda nada.
Na zona da mata café rio saiu do R$188,00/190.00 com a alta veio pra 192/195
Os cafés melhores de bebida na casa dos R$240,00/242,00. O que nos da o sentimento que o mercado esta a espera de algum milagre divino ou esperando que chegue a hora de entregar as opções do governo pra ver se o mesmo ira realmente receber estes cafés na casa dos R$300,00.
Enquanto isso o silencio nas praças cafeeiras impera com poucos negócios e o produtor igual a peixe:
Só nada!!!!

Wagner Pimentel

www.cafezinhocomamigos.blogspot.com

MANHUAÇU MG 07/10/09

Fiscalização apreende 1 milhão de quilos de agrotóxicos na Syngenta

Brasília, 5 de outubro de 2009 - 9h50

Fiscalização apreende 1 milhão de quilos de agrotóxicos na Syngenta



A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) interditou cerca de 1 milhão de quilos de agrotóxicos com irregularidades e adulterações, na fábrica da empresa Syngenta, de origem suíça, em Paulínia (SP). Os problemas foram encontrados após fiscalização da Agência, realizada na última semana.



Após três dias nas instalações da maior empresa em vendas de agrotóxicos no Brasil e no mundo no ano de 2008, a equipe da Anvisa encontrou várias irregularidades na importação, produção e comércio de produtos agrotóxicos. A ação contou com apoio da Polícia Federal.



Do total de produtos interditados, 600 mil kg correspondiam a agrotóxicos e componentes com datas de fabricação e de validade adulteradas. Esses produtos não poderão ser utilizados ou comercializados até que se restituam as datas verdadeiras de produção e de validade.



A empresa também foi autuada por destruição total das etiquetas de identificação de lote, data de fabricação e de validade do agrotóxico Flumetralin Técnico Syngenta, igualmente interditado. Vários lotes do mesmo produto também foram interditados por apresentarem certificado de controle de impurezas sem assinatura, data da sua realização ou com data de realização anterior à produção do lote analisado.



O controle de impurezas toxicologicamente relevante no Flumetralin Técnico é obrigatório uma vez que tais impurezas são reconhecidamente carcinogênicas e capazes de provocar desregulação hormonal. Também foram interditados todos os lotes do produto PrimePlus, formulados com os lotes interditados do Flumetralin Técnico.



Outro produto técnico interditado com o certificado de análise insatisfatório (sem assinatura e sem a quantidade real de ingrediente ativo) foi o Score Técnico. Já o agrotóxico Verdadeiro 600 teve as embalagens interditadas por confundir o agricultor quanto ao perigo do produto. Apesar de ser da classe toxicológica mais restritiva, as cores dos rótulos do referido agrotóxico induziam o agricultor a concluir que o produto poderia ser pouco tóxico.



A Syngenta também foi autuada por venda irregular do agrotóxico Acarmate (Cihexatina). A fiscalização da Anvisa identificou que o produto, com venda restrita ao estado de São Paulo, era comercializado para outros estados.



A empresa foi notificada, ainda, a efetuar alterações no sistema informatizado que possui de modo que seja possível controlar efetivamente, lote a lote, a quantidade dos componentes utilizados nos Produtos Formulados. Dentro de 30 dias, a empresa está sujeita a nova fiscalização para verificação do cumprimento das condições estabelecidas na notificação.



As infrações encontradas podem ser penalizadas com a aplicação de multas de até R$1,5 milhão e com o cancelamento dos informes de avaliação toxicológica dos agrotóxicos em que foram identificadas tais irregularidades. Em caso de possibilidade de outras infrações além das administrativas, a Anvisa encaminha representação à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal para possível investigação criminal.





Adulteração



Agrotóxicos são produtos com alto risco para saúde e meio ambiente e, por isso, sofrem restrito controle de três órgãos de governo: Anvisa, IBAMA e Ministério da Agricultura. Alterações na fórmula desses produtos aumentam significativamente as chances do desenvolvimento de diversos agravos à saúde como câncer, toxicidade reprodutiva e desregulação endócrina em trabalhadores rurais e consumidores de produtos contaminados.



Só este ano, a Anvisa já apreendeu, 5,5 milhões de litros de agrotóxicos adulterados. As fiscalizações ocorrem, principalmente, quando são identificados indícios de irregularidades nos produtos acabados.







Fiscalização apreende agrotóxicos adulterados na Bayer

http://www.anvisa.gov.br/imagens/noticias_destaques/280909_destaque_maior.jpg


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária interditou, na última sexta-feira (24), 1 milhão de litros de agrotóxicos adulterados, em Belford Roxo (RJ). A fiscalização, realizada pela Agência com apoio da Polícia Federal, ao longo de toda semana passada na empresa Bayer, de origem alemã, identificou a produção de agrotóxicos com formulação adulterada, sem autorização dos órgãos competentes.

No total foram encontradas irregularidades em 12 agrotóxicos. O caso mais grave, identificado pela Agência, foi a importação do ingrediente ativo do agrotóxico Procloraz e a produção do agrotóxico comercial Sportak 450 EC, sem controle obrigatório de impurezas toxicologicamente relevantes. A falta desse controle pode causar câncer nos trabalhadores expostos ao agrotóxico e na população que ingere alimentos contaminados com tais produtos.

A interdição é valida por 90 dias, prazo em que os produtos não poderão ser produzidos nem comercializados. Caso sejam comprovadas as irregularidades, a empresa poderá pagar multa de até R$ 1,5 milhão por irregularidade.

No começo do ano, a Bayer, segunda maior empresa no segmento de agrotóxicos em todo mundo em 2008, teve o registro do agrotóxico Evidence (imidacloprido) cancelado. O produto, usado nas culturas de cana de açúcar e fumo, era produzido com adulteração na fórmula.

Adulteração

Agrotóxicos são produtos com alto risco para saúde e meio ambiente e, por isso, sofrem restrito controle de três órgãos de governo: Anvisa, IBAMA e Ministério da Agricultura. Alterações na fórmula desses produtos aumentam significativamente as chances do desenvolvimento de diversos agravos à saúde como câncer, toxicidade reprodutiva e desregulação endócrina em trabalhadores rurais e consumidores de produtos contaminados.

Só este ano, a Anvisa já apreendeu, 4,5 milhões de litros de agrotóxicos adulterados. As fiscalizações ocorrem, principalmente, quando são identificados indícios de irregularidades nos produtos acabados.

Produtos Apreendidos

Produto


Ingrediente ativo


Culturas

Sphere Max


Ciproconazole + trifloxistrobina


Café e soja

Cropstar


Imidaclopride + tiodicarbe


Milho

Rovral SC 500


Iprodiona


Alface, batata, café, cebola, cenoura, cevada, crisântemo, feijão, morango, pêssego, pimentão, trigo e uva

Folicur 200 EC


Tebuconazole


Abacaxi, álamo, algodão, alho, amendoim, arroz, aveia, banana, batata, beterraba, cacau, café, cebola, cenoura, cevada, citros, crisântemo, feijão, figo, gladíolo, goiaba, mamão, manga, maracujá, melancia, melão, milho, morango, pepino, pêssego, rosa, soja, sorgo, tomate, trigo e uva

Tríade


Tebuconazole


Abacaxi, alho, amendoim, arroz, aveia, banana, batata, beterraba, cacau, café, cebola, cenoura, cevada, citros, crisântemo, feijão, figo, gladíolo, goiaba, manga, maracujá, melancia, melão, milho, morango, pepino, pêssego, rosa, soja, sorgo, tomate, trigo e uva

Tamaron BR


Metamidofós


Algodão, amendoim, batata, feijão, soja, tomate e trigo

Quasar


Metamidofós


Algodão, amendoim, batata, feijão, soja, tomate e trigo

Rivat


Metamidofós


Algodão, amendoim, batata, feijão, soja, tomate e trigo

Dinafós


Metamidofós


Feijão e soja

Sportak 450 EC


Procloraz


Cebola, cenoura, cevada, mamão, manga, melancia, rosa, tomate e trigo

Procloraz Técnico


Procloraz


Produto não acabado sem indicação agrícola

Sencor 480


Metribuzim


Aspargo, batata, café, cana de açúcar, mandioca, soja, tomate e trigo

Informações: Ascom/Assessoria de Imprensa da Anvisa

ICE Future sobe 3,20% com compras especulativas de fundos

ICE Future sobe 3,20% com compras especulativas de fundos



Compras especulativas por parte dos fundos e rallies em mercados de commodities e de bolsas de valores garantiram bons ganhos( + 3,20%) para os contratos de café arábica negociados nesta terça-feira na ICE Futures US, em um dia caracterizado, também, pela retração do dólar ante outras moedas internacionais. No encerramento do dia, o dezembro apresentou alta de 415 pontos, com 133,60 centavos de dólar por libra peso, com a mínima em 129,70 e a máxima em 135,35 centavos por libra, com o março aferindo um ganho final da ordem de 405 pontos, com a libra a 136,50, sendo a máxima em 138,20 e a mínima em 132,65 centavos de dólar.



Na Euronext/Liffe, a posição novembro teve alta de 43 dólares, com 1.419 dólares por tonelada, ao passo que o janeiro teve valorização de 42 dólares, com 1.447 dólares por tonelada. Desde a manhã os contratos de café passaram a verificar altas, mas não chegaram a testar as máximas da segunda-feira. Entretanto, os contratos passaram a ganhar mais força com a retração do dólar e com rallies em vários segmentos de commodities. Sendo assim, novos ganhos passaram a ser produzidos, principalmente com as perdas do dólar se acentuando em relação a outras moedas. Os preços do café encontraram algumas resistências quando os produtores do Brasil passaram a vender um pouco mais, com a força do real brasileiro contra o dólar norte-americano, disse Rodrigo Costa, vice-presidente de vendas institucionais da Newedge USA, em Nova Iorque.



As bolsas de valores internacionais passaram a se comportar de forma positiva, diante de um cenário bullish (altista) da economia internacional, que fez, inclusive, que o banco central da Austrália fosse estimulado a aumentar a taxa de juros do país oceânico .Com as altas, alguns stops de compra no dezembro para o café foram verificados acima de 131,50 e 133,50 centavos por libra, permitindo que a posição atingisse a máxima de 135,35 centavos de dólar por libra peso, sustentou Boyd Cruel, analista sênior de commodities softs da Vision Financial Markets, de Chicago. O direcionamento do mercado de café deverá continuar a depender das condições dos mercados externos, ressaltou Cruel. Caso o clima positivo continue, a tendência é se testar a resistência de 138,30 centavos para o dezembro, apontou. Essa cotação é uma resistência técnica "triple top", que, em três tentativas anteriores, não conseguiu ser rompida.



O dezembro de café tem possibilidades técnicas de superar a resistência de 137,30 centavos nesta quarta-feira, no entanto, se tal objetivo não puder ser alcançado e os 132,00 centavos volte a ser testado, é possível que o contrato volte a procurar se posicionar próximo do suporte de 130,00 centavos, disse Veronique Lashinski, analista técnica da Newedge USA, em Chicago.



As exportações de café do Brasil em outubro, até o dia 5, somaram 28.530 sacas, contra 1.370 sacas do mesmo período de setembro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os contratos em aberto na bolsa nova-iorquina tiveram um aumento de 1.006 lotes, indo para um total de 100.001. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 15.479 lotes, com as opções tendo 4.551 calls e 4.795 puts. O dezembro na ICE Futures US tem suporte em 129,70, 129,60-129,50, 129,30, 129,15, 129,00, 128,70, 128,65 e 128,50 centavos de dólar por libra peso, com a resistência em 135,35, 135,50, 135,70, 135,85, 136,00, 136,20, 136,40-136,50, 136,70, 136,85 e 137,00 centavos por libra.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Escancarando a rotulagem

Escancarando a rotulagem


Nesta semana muito esta se discutindo sobre a rotulação do café. Não vejo mal nenhum em dar essa informação a mais para o consumidor ,e um direito do mesmo, a não ser que as industrias tem algo a esconder.
Os blends de café usando o café canephora foi a saída que as indústrias encontraram para diminuir o custo final do produto, esse tipo de café rende mais na hora da torra, enquanto um saco de 60 kg de arábica rende a media de 48 kg de café torrado, o conilon na media rende 50 kg de café, e da aquilo que alguns consumidores chamam de tinta, que no café arábica puro realmente é menor.
Nos últimos anos desde o governo de Fernando Henrique e depois do Luis Inácio da Silva vimos uma escalada no salário mínimo que saiu da casa dos $70 dólares para o atual que chega à casa do $262 dólares. Esse aumento de renda per capta no Brasil alavancou a nossa economia como um todo onde batemos recordes de produção de carros, carne, soja, milho, algodão, roupas, vende-se tudo a mais no Brasil. Lógico que também iríamos vender mais café torrado também, é a segunda bebida mais consumida no Brasil perdendo só pra água.
Esta semana vi comentários que o café aumentou sua venda de café torrado porque colocou no blend o café conilon, será que ficaram todos cegos, o recorde de café torrado vendido no Brasil se deu por causa da melhoria da economia, quem, que não quer ver isso, é uma questão de lógica, o consumo maior é porque tem mais dinheiro para se consumir, consome-se mais café porque é uma bebida tradicional do brasileiro, quando chega uma visita oferece-se logo um cafezinho.
A economia mundial cresceu muito nestes últimos anos, dando uma trégua com essa crise que se iniciou o ano passado, mas segundo a OIC o consumo do café continua crescendo, e vai continuar assim. Temos muitos mercado inexploradas para atingir.
O consumo segundo a entidade OIC cresce a uma razão de 2.4% ao ano, se torramos 130 milhões de sacas de café ao ano teremos um crescimento a uma razão de 3.12 milhões de sacas ao ano, em 10 anos teremos um acréscimo de 31.2 milhões de sacas de café em 20 anos serão 62.4 milhões de sacas, isso se não cairmos na graça do consumidor chinês.
Com o aquecimento global, o aumentando de áreas dedicadas ao plantio de cana para se fazer etanol, uma tecnologia que ira se espalhar pelo mundo .
Onde iremos encontrar terras o suficiente para a produção de café, para agüentar um aumento de consumo desses?
Quando chegam visitas em minha casa e toma o café que ofereço logo querem saber que café que é, e respondo meu café é 100% arábica de bebida dura pra melhor, e me perguntam onde encontraria um café parecido pra comprarem, respondo é difícil, as marcas não tem interesse de fazer um café melhor para o consumidor.
Concluindo o consumo aumentou porque existe mais dinheiro no mercado para comprar café e pronto, dar essa conotação para o café conilon seria encher a bola deste tipo de café demais para meu gosto.
O consumidor bem informado vai preferir um café de qualidade superior, também terá mercado para os cafés blendados existe consumidor para todos os gostos.

Wagner Pimentel
www.cafezinhocomamigos.blogspot.com
MANHUAÇU MG 05/10/09